Irmã outsider

Irmã outsider Audre Lorde




Resenhas - Irmã Outsider


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@retratodaleitora 16/03/2020

Essencial
Mulher, negra, mãe, feminista, lésbica, poeta, professora, ativista dos direitos civis, militante contra a opressão, o racismo e o machismo estrutural; Audre Lorde foi e é ainda hoje uma figura importantíssima na teoria e na literatura feminista e antirracista. “Irmã Outsider” foi meu primeiro contato com Audre, que faleceu em 1992. Neste livro, que reúne 15 textos, entre ensaios, conferências e uma entrevista, Audre vai abordar assuntos de uma forma muito acessível, com uma escrita livre, sempre pessoal.

Audre foi uma mulher negra e lésbica, filha de imigrantes, e lidou desde muito cedo com o racismo, mesmo quando ainda não sabia o que significavam os olhares que recebia ainda criança. E sendo uma mulher lésbica, mãe de dois filhos, também lidou e lutou contra o preconceito ao seu sexo e à sua orientação, enquanto lutava desde sempre contra o ódio à sua cor. Bravamente. Audre, ao descobrir sua voz (o direito ao grito) resolveu que a usaria, e também sua escrita, para ajudar outras mulheres ainda silenciadas, por medo, vítimas de sistemas opressores.


“Lidar com umas sem sequer mencionar as outras é deturpar tanto o que temos em comum quanto o que temos de diferente. Porque para além da irmandade ainda existe o racismo”.




Um dos temas que a autora aborda aqui é o silêncio advindo do medo, e como o nosso silêncio pode nos sufocar, nos limitar. Como ela diz “há muitos silêncios a serem quebrados”. Audre também foca muito no lugar de fala, e como nós, dentro do feminismo, não podemos negar, excluir ou ignorar grupos de mulheres por não nos encaixarmos neles. Feminismo é sobre todas as mulheres. O feminismo é, deve ser para todas, e lutamos para que todas tenham suas vozes, suas lutas e suas pautas ouvidas, lidas, respeitadas.


“Não sou livre enquanto qualquer outra mulher for prisioneira, ainda que as amarras dela sejam diferentes das minhas.”


Sua contribuição para o feminismo, sua voz, sua importância, seu legado; nada disso pode ser negado ou esquecido. Precisa ser lido, disseminado. Foi uma experiência enriquecedora, no mínimo. Leiam, conheçam Audre Lorde. “Irmã Outsider” foi uma excelente porta de entrada. Leiam! Recomendo fortemente a todxs.

site: https://www.instagram.com/p/B9py0eEDgXK/
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Alyne Lima 08/04/2020

Essencial
Livro perfeito para reflexão
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Angel 26/05/2020

pelo amor de deus vá ler esse livro!
todas as pessoas do mundo, sobretudo mulheres, devem ler esse livro.
precisamos construir narrativas sobre as nossas vidas e aprender a dialogar umas com as outras
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Lais Porto (@umaleitoranegra) 05/06/2020

Irmã Outsider
Foi uma imensa alegria ler esse livro de Lorde, já conhecia sua história, tinha gravado muitas das suas célebres frases, conhecia sua imagem, mas pegar um livro com a sua própria imagem na capa, entender o motivo das frases ditas e o seu contexto, ouvir da Lorde a sua história, muda tudo, fica ainda melhor, dá uma injeção de ânimo, de resistência, de esperança.

Cada capitulo é único, você pode ler até fora da ordem que não vai ter grande problema de entendimento, eu li na ordem e gostei da sequência do livro, mas você fique à vontade. Os capítulos que mais me chamaram a atenção foram – Os usos da raiva: as mulheres reagem ao racismo e Olho no olho: mulheres negras, ódio e raiva.

Neles Lorde destrincha como nós mulheres negras estamos submersas na raiva e ódio desde crianças, como os racistas nos colocam no lugar do não humano, jamais vou esquecer a cena que ela descreve de quando era criança, foi sentar perto de uma mulher no metrô e essa mulher puxou o casaco de forma brusca somente para que não encostasse em Lorde.

Além disso Lorde compartilha conosco como podemos usar essa raiva e ódio e direcionar para o lugar certo, não para nós pretos, mas para a causa, a fonte de toda essa situação, não foi à toa que branquitude construiu esse auto ódio e ódio entre pessoas negras, esse é um dos modos de nos desorganizar, e povo desorganizado não ganha nenhuma batalha.

Eu simplesmente amo o seguinte trecho no qual Lorde muito didaticamente explica tudo:

“Toda mulher tem um arsenal de raiva bem abastecido que pode ser muito útil contra as opressões, pessoais e institucionais, que são a origem dessa raiva. Usada com precisão, ela pode se tornar uma poderosa fonte de energia a serviço do progresso e da mudança. E quando falo de mudança não me refiro a uma simples troca de papeis ou a uma redução temporária das tensões, nem à habilidade de sorrir ou se sentir bem. Estou falando de uma alteração radical na base dos pressupostos sobre os quais nossas vidas são construídas.”

Trago a fala de Lorde e já puxo para outro tema que ela escreveu lindamente, sobre ouvir os mais velhos, ouvir os mais velhos vem de uma prática ancestral, os nossos antepassados em África faziam isso e levaram esse ensinamento mesmo no pior momento da vida deles. Muito está se errando por não olhar com atenção para o passado, por não ouvir os ensinamentos dos mais velho, as pessoas pensam logo no futuro, mas só teremos algum futuro digno para pessoas negras se aprendermos com o passado e construirmos o presente.

“Nós nos esquecemos que o ingrediente necessário para fazer o passado trabalhar para o futuro é a nossa energia no presente, metabolizando um par dar origem ao outro. A continuidade não acontece automaticamente, nem é um processo passivo.”

Nesse mesmo capitulo Lorde lança a pergunta: “Vocês estão fazendo a sua parte?” Esse capitulo foi um texto apresentado no final do evento - Semana Malcolm X - em 1982, mas a pergunta é bem atual não acham?! Termino a resenha com ela por estarmos em um momento muito propício para tal pergunta. Você pessoas não negras, antirracistas e antifascistas, estão fazendo a parte de você???

Para o povo preto termino com outro trecho: “Os patriarcas brancos nos disseram: “Penso, logo, existo”. A mãe negra dentro de cada uma de nós – a poeta – sussurra em nossos sonhos: “Sinto, logo posso ser livre”. A poesia cria a linguagem para expressar e registrar essa demanda revolucionaria, a implementação da liberdade”.

Vamos aprender com essa nossa mais velha, não mais presente fisicamente, mas que nos deixou tudo escrito, se instruam povo preto, leiam, aprendam e escrevam, ouçam a mãe negra dentro de vocês.

site: http://leitoranegra.blogspot.com/2020/06/irma-outsider.html
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Priscila | @prihc3m 08/06/2020

Há tantos silêncios para serem quebrados
Ler Audre Lorde é sempre um exercício de revisão de convicções, mas também de muita descoberta.
É sempre aquela sensação de: é isso!.

Escritora dos Estados Unidos, negra, lésbica, mãe, professora, poeta... tem uma escrita potente e consegue com as palavras fazer a gente revisitar sentimentos, pensamentos e comportamentos que nos constituem. Fala sobre silêncios, sobre medos, sobre ódio e raiva. Também fala sobre racismo, machismo, lesbofobia e outras formas de opressão.
O livro é a reunião de seus textos, artigos e entrevistas. A sua escrita é direta, simples e potente.
Dos escritos, o que mais me toca sempre que leio é o que fala sobre a transformação do silêncio em linguagem e em ação. Sobre os medos que nos ensinaram a sentir e que precisamos aprender a superar por necessidade de sobrevivência:

Não nos escondamos detrás das falsas separações que nos impuseram e que tão seguidamente as aceitamos como nossas. Por exemplo: Não posso ensinar a literatura das mulheres Negras porque sua experiência é diferente da minha. Entretanto, durante quantos anos ensinaram Platão, Shakespeare e Proust? Ou: Ela é uma mulher branca, o que ela pode dizer para mim? Ou: Ela é lésbica? O que vai dizer o meu marido, ou meu chefe?Ou ainda: Esta mulher escreve sobre nossos filhos, e eu não sou mãe?. E assim todas as outras formas em que nos abstraímos umas das outras.
Podemos aprender a trabalhar e a falar apesar do medo, da mesma maneira que aprendemos a trabalhar e a falar apesar de cansadas. Fomos educadas para respeitar mais ao medo do que a nossa necessidade de linguagem e definição, mas se esperamos em silêncio que chegue a coragem, o peso do silêncio vai nos afogar.

Há tantos silêncios para serem quebrados
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suy 20/07/2020

"Fale para elas sobre como você jamais é realmente inteira se mantiver o silêncio, porque sempre há aquele pedacinho dentro de você que quer ser posto para fora, e quanto mais você o ignora, mais ele se irrita e enlouquece, e se você não desembuchar, um dia ele se revolta e dá um soco na sua cara, por dentro".
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Jessica 22/08/2020

Irmã Outsider
Uma das melhores experiências do ano. Apesar de ser um compilado de textos escritos há muitos anos, se mostra extremamente atual e NECESSÁRIO.

Demonstra a importância de se haver recortes dentro da luta feminista, da luta contra o feminismo e na luta de classes.

Acredito ser um livro de leitura imprescindível para todas as mulheres. Um grande exemplo de representatividade negra e lésbica, inspiração e reconhecimento para a luta desses grupos que geralmente ficam tão apagados. E fundamental para a melhoria da escuta de mulheres brancas e reconhecimento de seus privilégios que oprimem tanto, implementando assim a luta do feminismo e da lesbiandade ainda mais.

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anaranzi 07/10/2020

Forte e sensível
A vida de de Audre Lorde é arte, e sua escrita imita a vida. Com narrativas assertivas e poéticas, ela nos faz pensar a mulher negra em nossa estrutura social racista e sexista.
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Jana 21/01/2021

Essencial
Não sou boa com palavras, então não sei descrever a importância desse livro e o quanto ele mexeu comigo.

O penúltimo texto, "olho no olho: ódio e raiva" é extremamente tocante e doloroso. Eu pausava a leitura por umas horas porque a descrição da dor causada pelo racismo me deixava com um mal estar.

Minha mãe é negra retinta e com certeza deve ter passado por coisas parecidas, mas infelizmente ela internalizou o ódio contra negros e reproduz inúmeros preconceitos.

É o melhor livro que já li até hoje dentro dessa temática.
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raíssa 28/01/2021

AULAS!
Que livro necessário! Logo de cara me identifiquei com algumas vivências e sentimentos, mas não demorou a me surpreender com as perspectivas sociais de Lorde, principalmente em relação ao erotismo. A forma humana como ela se expressa dá a sensação de que estava numa conversa muito íntima com alguém que entende as dores, dúvidas e delícias de ser uma mulher lésbica e não branca numa sociedade zuada.

"Conheço a raiva que existe dentro de mim como conheço a batida do meu coração e o gosto da minha saliva. É mais fácil ter raiva do que ferir, e ter raiva é o que faço de melhor. É mais fácil ter fúria do que anseio. Mais fácil crucificar o que há de mim em você do que enfrentar o ameaçador universo da branquitude ao admitir que merecemos querer bem umas às outras."
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Alexia201 28/01/2021

Um livro para se ter ao lado da cabeceira da cama
Audre Lorde é uma mulher, é negra e é LGBT, dentre as interseções que circundam a sua vida, ela nos ensina sobre feminismo, sobre maternidade, sobre ser uma mulher lésbica e negra em um contexto repleto de preconceito e acima de tudo sobre resistência, através de seus escritos e de sua poesia.
Com Audre Lorde eu aprendi sobre o poder da minha voz e da minha raiva, entendi mais sobre sentimentos que antes não sabia nomear e como não era errados senti-los.
Esse livro é primoroso e deve ser lido por todos.
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Grace @arteaoseuredor 03/03/2021

?Irmã Outsider, de Audre Lorde

?Audre Lorde nasceu em Nova York em 1934, faleceu de câncer de mama em 1992, se tornou uma das referências do feminismo negro americano. Nesse livro originalmente publicado em 1984, temos 15 ensaios e conferências, sobre muitos temas, como feminismo, violência contra mulher, capitalismo, o ser diferente, militância, todos fortes e intensos.
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??Sendo eu uma le?sbica negra e ma?e de dois, incluindo um menino, em um casamento inter-racial, havia sempre uma parte de mim que ofendia os conforta?veis preconceitos dos outros sobre quem eu deveria ser. Foi assim que aprendi que, se eu mesma na?o me definisse, eu seria abocanhada e engolida viva pelas fantasias dos outros a meu respeito."
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?Revoluc?a?o na?o e? algo que acontec?a uma vez e pronto. Revoluc?a?o e? se atentar cada vez mais para as mi?nimas oportunidades de promover mudanc?as verdadeiras nas reac?o?es estabelecidas e ultrapassadas; e?, por exemplo, aprender a abordar com respeito as diferenc?as que ha? entre no?s.?
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?"Nos anos 1960, o politicamente correto se tornou na?o um guia para a vida, mas um novo par de algemas. Uma parte pequena, mas ruidosa, da comunidade negra perdeu de vista que unidade na?o significa unanimidade ? pessoas negras na?o sa?o um amontoado padronizado e simples de digerir. Para trabalharmos juntos, na?o e? preciso que nos tornemos uma mistura de parti?culas indistintas que se assemelhem a um barril de leite achocolatado homogeneizado. Unidade implica a reunia?o de elementos que sa?o, para comec?ar, variados e diversos em suas naturezas individuais."
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Lais Duanne 11/05/2021

Indispensável
Comecei a ler por saber que Audre em seus escritos fala sobre raiva e é/era isso que eu senti/a nos últimos dias e foi importante ler o que ela aborda sobre.

Um livro indispensável para a população preta, enriquecedor dms.
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Julia Gusmao 11/05/2021

Uma leitura bem reflexiva, com variações em estilo e teor, uma vez que é um compilado de textos de Audre Lorde escritos e vividos em momentos diversos de sua vida. Super atual e político, é uma leitura imprescindível pra repensarmos como nos colocamos no mundo e como nos relacionamos umas com as outras. Indico demais.
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