Laura 13/07/2020
Uma caixinha de surpresas e amor próprio!
Ninguém segura essa babá, é simplesmente maravilhoso!, a leitura ocorre de forma leve, no começo pura comédia, você se pega rindo com os personagens ou deles...mas isso é só a superfície, Yule Travalon, desenvolve questões socias, tão profundamente é como estar sentado na frente dele escutando suas opiniões.
O que você deve esperar desse livro? espere de tudo!, a fim de defender seus argumentos, vai além de usar sua experiência, vemos a essência.
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" O amor próprio primeiro " Héctor diz. "Depois, se der sorte, o
amor de outra pessoa".
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" Mas você tem potencial para ser esse homem. Você tem potencial
para ser o que quiser. Só precisa encontrar essa força dentro de si e descobrir pelo que vale à pena lutar. Por consequência você vai descobrir pelo que vale
à pena amar. Amar e lutar andam juntos, nesse caso".
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" Sei que deve ter um machucado nesse seu passado. E onde você só
consegue enxergar dor e fraqueza, acredite, ela não vai ver nada disso. Ela vai
ver força e coragem. E isso vai ser excitante, porque ela vai se sentir mais
segura sobre onde está pisando e entender que você é de verdade, é real e tem
um coração batendo aí dentro".
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" Depois que meu pai morreu, minha mãe encontrou um novo
marido. Ele era bom, no início, mas depois começou a tocar em mim de jeitos
estranhos... e a me olhar de jeitos estranhos... até que um dia ele mandou
minha mãe para um evento da igreja e abusou de mim".
" Ser mulher, ainda mais no Brasil, não é uma coisa fácil. Você vive
em constante medo... de ser abusada no ônibus ou no metrô... quase morre de
infarto quando está numa rua escura e vem um homem do outro lado... até
mesmo no Uber ou táxi... dentro da empresa em que trabalha, na universidade
em que estuda... mas eu acho que o mais cruel é ser abusada dentro de casa. É
o único lugar onde deveríamos estar seguras, mas infelizmente...
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"Há muito tempo atrás, um homem muito sábio disse: "A fé sem
obras, está morta". Ou seja, as palavras e ações precisam seguir numa
mesma direção, senão, elas não valem de nada. E a vida a dois é a busca por conciliar nossas palavras e ações, pelo outro e por nós mesmos".
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" Escuta". Nando segura nas laterais do meu rosto. " Eu... " Ele
engole em seco.
Toma um tempo para respirar.
" Eu sei o que é ouvir de sua própria mãe e pai que eles prefeririam
um filho bandido ou morto do que gay". Ele engole o choro. " Eu sei o
que é ser expulso de casa, eu sei o que é se ver sem rumo, sem futuro,
desamparado. Sem saber para onde ir ou para quem apelar..."
Eu o trago aos meus braços, aperto-o com força.
" Você nunca estará só. Você tem a mim, Bruna. Eu nunca vou
permitir que você se sinta como eu me senti... impotente... sem auxílio e sem
amor... você não precisa passar pelo que passei. Você tem o Jacob, você tem
a mim, você não vai ficar desamparada". Eu sei disso, obrigada.
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"A grande piada cósmica é que a justiça é cega " Ethan comenta,
dando a volta na mesa. "E eu acabei de julgá-lo".
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