Natália 30/06/2013http://www.vireapagina.comTem coisas que só a Meg Cabot sabe fazer e uma delas é: personagens desvairadas e engraçadas. Todas as protagonistas são meio parecidas entre si, pelo menos dos livros que li. Isso não é tão ruim, pois cada uma tem suas peculiaridades e, assim, tornam-se interessantes a seu modo.
Já que estamos nessa onda de "new adult", classificarei esse livro assim. Ele não é como os outros YAs da autora, pois contém cenas de sexo explícitas (ainda que não sejam muitas) e fala de uma menina que acabou de sair da faculdade e está sem rumo na vida.
Lizzie Nichols está se formando em História da Moda e, pra comemorar, passará um mês em Londres com o namorado que não vê há dois meses. Apesar de os dois terem trocado muitos e-mails durante esse tempo, eles só passaram UM DIA juntos (tipo, os dois se conheceram, ficaram e logo no dia seguinte o cara viajou pra Inglaterra e desde então passaram-se dois meses) e, portanto, quando Lizzie aterriza na Europa, descobre que o dito cujo não era tão príncipe assim. Sem pensar duas vezes, ela pega um trem para a França onde passará um tempo com sua melhor amiga num chatêau.
ESSA deveria ser mais ou menos a sinopse que fica atrás do livro, porque do jeito que está editado, o texto das orelhas conta a história TODINHA, estragando algumas surpresas. Isso foi extremamente broxante.
Além disso, a capa e o título fazem uma propaganda enganosa descarada. "A Rainha da Fofoca" e essa foto da capa dá a entender que Lizzie é uma fofoqueira cu mole, que não merece o respeito de ninguém quando, na verdade, ela só tem dificuldades em controlar a língua. E ela nem fala demais o tempo todo como os personagens e a sinopse dão a entender. E, pra completar, toda essa tagarelice pareceu forçada pra mim porque ela fica toda "ai meu deus, não acredito que fiz de novo!" e, pra mim, dava muito bem pra ter se segurado, só faltou boa vontade. É como se Lizzie fosse super sonsa nessas situações. Acho que a propaganda do livro foi feita desse modo pra competir com Gossip Girl, sendo que as duas séries tem estilos bem diferentes.
Apesar dessas coisas, foi uma leitura legal. Esperava ter rido mais, porém tem uma cena no capítulo 24 que é SENSACIONAL e compensou todo o resto. Aliás, o final do livro foi verdadeiramente bom enquanto o meio e o início foram normais. Nem bons nem ruins, sabe? Os personagens são divertidos e a avó de Lizzie, que só aparece no começo, é hilária. Sabe a doida da família que ninguém leva a sério, mas é a única pessoa sensata da história? Então.
Um bônus muito bacana foi a edição. Todos os capítulos tem uma citação no começo e as transições entre eles têm um extra, que é a monografia da Lizzie, um texto bem engraçado. Então dá pra ver que esse livro foi concebido com capricho, achei isso bem legal :)
É isso. A Rainha da Fofoca é um livro legal, mas não recomendaria para as leitoras habituais de Meg Cabot por causa das sacanagens e tal.