Meninos de zinco

Meninos de zinco Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - Meninos de Zinco


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Rosangela Max 20/04/2021

Sensível, trágico, comovente.
Depois que você se acostuma com a forma da Svetlana contar as histórias, se apaixona.
Através do seus relatos é possível sentir toda dor, desamparo e desespero dos donos das histórias.
Desta vez, na leitura, está ainda mais claro que a Guerra é feita de lados: o lado dos soldados, dos manda-chuvas militares e políticos, das famílias dos soldados, da população, da imprensa etc.
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Mariana Dal Chico 12/06/2020

Meninos de Zinco, da autora Svetlana Aleksiévitch, foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras que me enviou um ebook de cortesia.

Originalmente publicado em 1991, apenas dois anos após o fim da guerra no Afeganistão, o livro é carregado de emoção e dor. Por causa de alguns relatos que trouxeram à tona verdades políticas sobre a guerra, a autora enfrentou processos judiciais, no final do livro ela faz um panorama geral sobre como tudo aconteceu.

“Não preciso da sua verdade terrível. Não temos necessidade dela!”

Aleksiévitch esteve em Cabul durante o conflito e entrevistou não apenas soldados, mas também um garoto afegão que tinha perdido ambos os braços depois de ser alvo de tiros de soldados soviéticos.

Também há testemunhos de mães que não reconheceram quem seus filhos se transformaram ao voltar da guerra ou, os receberam em caixões de zinco lacrados.

Relatos também são dados pelos soldados que retornaram, muitos dizendo que acreditavam ter ido para ajudar o povo afegão a construir uma nova sociedade, mas se depararam com violência e roubo dentro do próprio exército soviético.

“Eram três os sonhos dos soldados: comprar um lenço para a mãe, um conjunto de maquiagem para a namorada e uma sunga para si mesmo; na época não tinha sunga na União Soviética. Está aí o que era a guerra.”

Mulheres que também serviram, principalmente enfermeiras, contam sobre como seus feridos para ficavam quase nus na maca do hospital, mas viam afegãos usando seus cobertores como turbantes pelas ruas. Comida, remédio, combustível, eram roubados pelos soldados e vendidos ou trocados por chocolates ou produtos importados.

“Eles vendiam cobertores e compravam maconha… Algo doce. Bugigangas…”

A leitura precisa ser feita com parcimônia, ela é dura, pesada e a autora tem uma abordagem cuidadosa ao fazer suas entrevistas, ela nunca se contenta com apenas uma visita e, aos poucos, com gentileza, consegue relatos que vão além do fato histórico óbvio.

site: https://www.instagram.com/p/CBQw1J3jyz-/
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Higor 11/07/2020

'Lendo Nobel': sobre uma guerra camuflada
O mundo pós-guerra é contado de maneira apressada nas escolas e livros de história, em partes por dois motivos: 01. A concretização do capitalismo no mundo e o consequente poderio dos EUA, que tratam eventos sangrentos e catastróficos, como a Guerra do Vietnã, por exemplo, como apenas uma “Campanha Anticomunista”; 02. A história do Brasil para brasileiros, desde que se tornou independente e passou a caminhar com as próprias pernas.

Se por um lado é compreensível que tantos acontecimentos do final do século XX sejam retratados de maneira rasa por conta do curto espaço de tempo, chega a causar desconforto o distanciamento e negligência com que temos diante de tantos eventos históricos, que causaram milhares de mortes e nos parecem, ao longo da vida, indiferentes.

Guerra do Vietnã, Descolonização da África e da Ásia, o fim dos impérios, independência das colônias no Velho Mundo, Conflito Árabe-Israelense, Revolução Latino-americana, Guerra do Afeganistão, Guerra de Kosovo... São tantos os eventos que sequer são conhecidos e estudados, que o pensamento que fica é o de o ensinamento de História precisa ser reavaliado, com sua didática e linha do tempo para estudo, pois muita coisa está sendo esquecida ou ignorada.

Essa introdução serve apenas para se ter uma ideia de que eu sequer sabia da existência da Guerra do Afeganistão em 1979, e que se trata, na verdade, da Primeira Guerra (a segunda ainda ocorre até os dias de hoje, comandada pelos EUA, como uma resposta aos Ataques de 11 de setembro, no intitulado Combate ao Terrorismo).

Tal Primeira Guerra foi um dos mais eventos na Guerra Fria que, somados, potencializaram o colapso da União Soviética. Outro exemplo é o Acidente Nuclear de Chernobyl, amplamente desastroso, mas ignorado, que prefere focar em eventos não sanguinários, como a corrida espacial.

Svetlana Aleksiévitch, então, assim como em seus livros pontuais sobre eventos históricos em que a URSS teve algum envolvimento, em “Meninos de Zinco” nos dá uma amostra do que foi a Guerra, e como se sucedeu, já que nós, sem tal livro, sequer teríamos ideia de que tal evento acontecera.

Ironicamente, este “Meninos de Zinco” se tornou o mais doloroso, pois os relatos abordados não são, propriamente, que pessoas que voltaram da guerra, mas principalmente de mães, embora também de esposas, que perderam seus meninos. Os tais meninos do título, voltavam para casa dentro de caixões feitos de zinco.

A Guerra do Afeganistão, inicialmente civil, para posteriormente ter a ajuda da URSS, para depois ter a aparição dos EUA, levando a Guerra para níveis maiores, que corrida por demarcação de território político, assim como aconteceu no Vietnã, foi um evento ignorado até mesmo pelos próprios soviéticos. Muitos, em seus relatos, confessaram não saber que tal guerra existia, e que a URSS estava ajudando os afegãos, e quando os caixões começaram a aparecer, os mortos eram condecorados, homenageados, e os eventos sangrentos eram camuflados, pincelados, apresentados como algo esporádico.

O desconforto é o de justamente a Guerra ter parecido algo brando, quando, na verdade, 15000 mortos foram contabilizados. E a dor das mães ao se deparar com os filhos enganados, servindo uma nação que os enganara, e chorando nos ombros de pessoas que não sabiam que isso estava acontecendo.

Além dos próprios relatos de Guerra, temos dois pontos importantes para a produção do livro: a mesma esteve no Afeganistão, em Cabul, como jornalista, onde teria que narrar os eventos, o que fazia contra a vontade, pois sofrera muito ao escrever “A guerra não tem rosto de mulher” e “As últimas testemunhas” e não queria mais falar sobre guerra.

Além disso, no final, há todo o desenrolar de um processo judicial que a mesma sofreu com a escrita deste livro específico, onde pessoas a acusaram de ser antipatriótica e de deturpar suas palavras, dando a entender que culpavam a URSS pelo que acontecera a seus entes.

Uma aula de história, graças ao Nobel, pois é certo que, caso não tivesse sido laureada, nenhum livro de Svetlana teria sido publicado no Brasil, “Meninos de Zinco” ensina o que não sabíamos, situa-nos no tempo e ainda nos ajuda a montar o quebra-cabeças de como cada cidade e país se desenvolveu ao longo dos anos para, hoje, século XXI, ser o que nós conhecemos.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Will 24/09/2021

Mais uma obra marcante de Svetlana.
Sou fã confesso das obras da escritora, e mais uma vez fiquei satisfeito com o conjunto de relatos. Em Os Meninos de Zinco, Svetlana compila relatos de acontecimentos, sensações e desdobramentos na vida de pessoas que, direta ou indiretamente, passaram pela Guerra do Afeganistão perpetuada no período soviético.
Muitas vezes, tive que parar e respirar, absorver as histórias com calma, tentar obter o máximo das sensações transmitidas pelos livros. Apesar de sentir principalmente os relatos de dor das mães que perderam os filhos recrutados na flor da juventude, inexperientes e (seja por vontade própria ou não) colocados no meio de mais um episódio sangrento (e banal) da humanidade.
O livro não se atém a um determinado ponto de vista, dando espaço também para os soldados que sentem falta do combate, aqueles que não se arrependem, justificam seus atos e confessam sentir prazer em matar. Muitos soldados parecem que mesmo voltando intactos fisicamente, ainda mantém seu espírito no Afeganistão, mostrando o poder de deturpar mentes e traumatizar de forma permanente. A guerra é um vício perigoso...
Svetlana é abertamente pacifista e eu também vejo como um dos objetivos de seus escritos mostrar além dos relatos heróicos tradicionais da guerra. Uma guerra vai além de bravura e condecorações. Uma guerra é composta de dor, sangue, traumas, famílias devastadas, vidas interrompidas ou desviadas permanentemente. Independente de justificativa, razões políticas ou de suposto cunho humanitário dos conflitos, a guerra mantém o continuo fluxo do rio de sangue moldado pela humanidade desde o princípio dos tempos em sociedade.
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Cris 25/02/2024

25.02.2024
As histórias trazem o sentimento de revolta, injustiça, tristeza, e tantos outros ruins que no fim delas nos fazem ter uma visão real sobre como eram os caixões de zinco onde eram trazidos esses meninos que foram lutar no Afeganistão. Em que pese os relatos, achei cansativo e muitas vezes quase desisti de ler.
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Bruno.Santos 14/05/2022

Aterrador
Não é uma leitura fácil, em algum ponto chega a ser tão terrível as atrocidades vividas e cometidas que torna-se difícil tentar julgar essas pessoas usando nossos parâmetros...
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Anna 25/05/2020

Tocante
Outro livro maravilhoso dessa autora fantástica, se você já leu outras obras dela, recomendo fortemente esse livro. Não achei tão pesado quanto os outros que já li da Svetlana, mas ainda sim, tocante e maravilhoso.
Ainda com um "bônus" no final descrevendo os problemas que a autora teve na justiça na época em que o publicou.
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Bruna 15/04/2022

Meninos de Zinco
É sempre bom dar uma respirada e se preparar antes de começar qualquer livro da Svetlana... os relatos me tiraram o fôlego e, no início, me bateu um forte sentimento que me deixou muito pesada.

Não é o meu favorito dela, mas me marcou muito forte.
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Rebecca.Valenca 16/09/2021

Adoro as entrevistas em formato de narrativas realizados pela Autora. Parece que estamos escutando o desabafo sincero daqueles soldados. Consigo sentir cada uma de suas palavras, dores e visões dessa guerra tão cruel.
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MariBrandão 15/02/2023

Ler Svetlana sempre é um desafio, apesar da escrita tão fluída. São diversos relatos emocionantes referentes à campanha soviética no Afeganistão, tecidos por combatentes que retornaram e se veem perdidos e sem rumo, por mães que perderam seus filhos e filhas e esposas que perderam seus maridos.

Os relatos das mães, narrando desde a infância de seus filhos, e os recebendo de volta em caixões de zinco, sem sequer poder ter um último vislumbre de seus rostos foram os mais dolorosos.
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Soraya 17/10/2020

Nao e o melhor livro da Svetlana
Esse livro traz relatos de soldados sovieticos que foram enviados para lutar no Afeganistao ou os relatos de suas maes. As vivencias dos soldados naquela luta ou como as maes lidaram com a perda dos filhos.
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Debora 15/08/2020

Relatos emocionantes e sensíveis sobre a coisa mais sem sentido no mundo, guerra.
É o segundo livro de Svetlana que tenho oportunidade de ler, essa mulher é incrível!
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