Wellington 25/02/2024
Micro Resenha de "O Guarani" de José de Alencar
"O Guarani" é mais uma obra genial de José de Alencar, um dos mais importantes nomes da literatura brasileira que passou por aqui, mais especificamente lá no século XIX, no movimento Romântico.
Essa obra traz o conceito de como nós, brasileiros, fomos criados. É uma critica e uma idealização de como fomos feitos: misceginados por índio e um europeu. Alencar traça uma história de idealização do indígena, característica principal do movimento, trazendo o selvagem como herói da nação.
Peri é o protagonista dessa história juntamente com Cecilia. Os dois desenvolvem uma amizade após Ceci, como ele chama, passa por um perigo e Peri a salva, fazendo, a partir disso, adorá-la sendo sua santa, uma semideusa. Peri passa então a ser um servo diante de Cecilia, que a muito não gosta desse gesto, mas, em determinadas cenas, ela acaba utilizando desse comportamento do indígena para evitar com que ele tome riscos, pois ela não quer perdê-lo.
Nessa história, outros personagens, coadjuvantes e antagonistas, fazem o conflito do romance ser genial. Loredano, o antagonista, movimenta a história muito bem. Um italiano em busca de diamantes que tentava roubar a tempos, tem a oportunidade quando se integra no grupo de aventureiros de Álvaro, outro personagem importante e que ama Cecilia, mas não tem reciprocidade da menina. Quem tem esse papel é Isabel, prima de Ceci, que o ama com toda a força.
"O Guarani" é uma obra que apresenta riquezas de linguagens, na escolha de palavras e de estrutura. Alencar organiza seu romance de forma fragmentada, o que pode gerar confusão na leitura, mas é uma organização que faz toda a diferença para que o final possa ser fechado com chave de ouro, ou como conhecemos, o plot twist. Não é uma leitura fácil, insisto, mas é uma obra que nos faz entender como esse movimento trabalhou a idealização de modo geral, da nacionalidade e da busca por uma identidade brasileira, que bem sabemos, estava começando a ser criada.