@garotadeleituras 14/09/2015
Uma narrativa empolgante
É com muito carinho que reli esse clássico do Sidney Sheldon. Há alguns anos atrás ele chegou como uma grata surpresa em minhas mãos através de uma amiga querida e desde aquele momento foi um livro que me marcou bastante, não só por se tratar de uma trama adaptada à um ambiente hospitalar, mas pela construção e criatividade dos personagens e acontecimentos. Sou super fã do autor e suas narrativas desde então.
Bem, nessa intricada trama, acompanhamos três diferentes mulheres, com origens e marcas de um passado distintos, unidas pelo destino, pela medicina e pela amizade; essas são Kate Hunter, Beth Taft e Paige Taylor, únicas médicas em um grupo de residentes no hospital embarcadero de São Francisco.
Beth taft (Honey) nascera no Tennessee, em uma família acima da média, com um pai fundador e presidente de uma grande companhia de computadores; já a mãe era uma cientista genética, além de duas irmãs gêmeas, atraentes, populares e ambiciosas. Honey descobre na sexualidade uma forma de se sobressair em meio ‘ao brilhantismo da sua família. Formou-se em medicina obtendo ótimas notas na faculdade por meio de favores sexuais. Ela não tem amor pela medicina, seu grande sonho era a enfermagem, mas tentando agradar a família, optou pela carreira sendo uma péssima profissional que na maioria das vezes compromete o diagnóstico e põe em risco a vida dos pacientes, levantando suspeitas sobre seu brilhantismo. Manipulando as pessoas certas, consegue resolver/abafar a maioria dos seus problemas quase sempre. Em um descuidado diagnóstico, Honey atende um paciente colérico e acaba diagnosticando como uma simples diarreia, o que acaba colocando o hospital em apuros e pode comprometer seu futuro. É a típica profissional onde o status da profissão é mais importante que a qualidade do profissional. A ambição vence a nobreza do trabalho.
Kate é uma médica e negra, dois estigmas sociais que ainda vigoravam no início da década de 90, época da trama. Carrega consigo marcas dos abusos constantes do padrasto durante a infância do qual ficou grávida e abortou durante a adolescência com a ajuda da tia. O passado dela é forte e marcante. Decidida a dá a volta por cima, sai de casa e descobre na profissão uma forma de ajudar o próximo e se sobressair como uma profissional brilhante e dedicada.
- Vou ser médica. E famosa. (pág 63)
“Como uma das três únicas mulheres integrantes da equipe de residentes, enfrenta muitos assédios e é nesse ambiente através de uma aposta que ela se aproxima do Doutor Ken Mallory, com quem acaba se envolvendo, porém o que o futuro lhe reserva é algo obscuro e um final desesperador. Diria que é aquele personagem da estória que consegue dá a volta por cima mesmo quando sua realidade não condiz com seus sonhos. Fiquei triste com o seu final.
Paige Taylor era filha de pais que integravam a equipe médica da OMS viajando por países de terceiro mundo no combate de doenças exóticas e virulentas. É nesse cenário que ela conhece e convive com Alfred, seu amigo e primeiro amor com quem pensa que um dia irá formar uma família e continuar a missão do pai. Ainda criança, Paige demonstrava ser brilhante e absorvia os conhecimentos com uma facilidade incrível; a medicina era uma parte integrante da sua infância, aprendera a cuidar de pacientes ajudando nos atendimentos médicos do seu pai. Ela é o tipo de médico que gosta sinceramente de ajudar e cuidar das pessoas tem o dom nato da medicina. Posteriormente, Albert acaba reaparecendo casado e seu sonho romântico de infância desmorona. É aí que surge Jason que aos poucos cativa seu coração e por quem se apaixona e realiza seu sonho de uma casa branca de dois andares com um gramado branco e uma cerca. Trabalhando na rotina hospitalar, Paige acaba integrando a equipe do Dr. Barker que a coloca sob duras provações e que ela acredita que a acha uma imprestável. O grande dilema da sua vida, surge após se submeter à vontade de um paciente que deseja uma eutanásia e deixa em seu testamento 1 milhão de dólares para ela. Assim, a doutora Tayler vê-se diante de um tribunal acusado de assassinato, prestes a perder a medicina, seu amor e sua vida, porque nada dura para sempre....
Como sempre, sou extremamente apaixonada pela escrita do Sheldon e mais ainda por seus complexos personagens. Recomendo a leitura desse magnífico livro.