O homem que aprendeu o Brasil

O homem que aprendeu o Brasil Ana Cecilia Impellizieri Martins




Resenhas - O homem que aprendeu o Brasil


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Erick.Jonathan 18/01/2024

Martins, Ana Cecilia Impellizieri (1977-) O homem que aprendeu o Brasil: A vida de Paulo Rónai: Ana Cecilia Impellizieri Martins. São Paulo: Todavia, 1ª ed., 2020.
384 páginas

Quando vi essa biografia, fiquei muito empolgado, só recentemente soube de sua existência, que cortou fila na minha lista de leitura. Biografias de literatos passaram a me interassar. Entender o caminho que alguém, que amou e contribuiu com a literatura de nosso pais, percorreu me é sinônimo de forte inspiração.

Pois bem, o livro aborda a formação de Paulo Rónai desde sua vida em seu país natal, a Hungria. O que o fez partir de lá e buscar vida em um novo país, e sobretudo por que o Brasil, não teria sido melhor a Argentina ou mesmo os EUA? A autora, baseada em extensa pesquisa nos proporciona entrar nesses meandros da vida do grande tradutor, ensaísta, crítico, etc. Que nos presenteou com sua vinda a estas terras tropicais. Há momentos muito tristes que nos apertam o coração, com toda a sua saga para poder vir para o Brasil e escapar da perseguição nazista. Sua busca por também proteger sua família e sua noiva. Como trabalhou com afinco e se tornou pessoa importantíssima e de grande interlocução em nossas letras, se reinventou, recomeçou e descobriu um novo amor.

O livro cumpre bem seu propósito, vai um pouco além da vida do Rónai quando leva ao contexto social e histórico em que ele viveu, sua belíssima amizade e/ou parceria com Drummond, Guimarães Rosa, Ribeiro Couto, Octavio Fialho, Aurélio Buarque, Cecília Meireles, Lygia Fagundes Teles, entre outros. Principalmente Aurélio Buarque, Drummond e JGR. Nos faz querer adentrar de cabeça em nossas letras pátrias, despertou em mim, ainda mais, vendo as palavras de Paulo Rónai a querer viver o universo roseano. Nos ensina o encanto da tradução e tudo que ela significa, sua luta contra babel.

Enfim, escrita agradável, pesquisa ampla, livro bonito com fotografias e fac-símiles. A autora e a Todavia estão de parabéns por trazer e reavivar a contribuição desse grande intelectual que trabalhou incansavelmente para engrandecer nossas letras e nos apresentar sua preciosa cultura e literatura, uma honra tê-lo recebido em nosso país.
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Vania.Cristina 02/08/2023

"Trabalho para merecer meu destino"
O livro foi uma adaptação da tese de doutorado defendida por Ana Célia em 2016 na PUC - Rio. É o resultado de uma monumental, eficiente e dedicada pesquisa que ela realizou. A linguagem é acessível e fluida, só achei que a autora poderia ter saído mais da estrutura da tese para ser menos repetitiva. A edição da Todavia é muito boa, com índice remissivo, notas, referências bibliográficas, fotos etc. Conhecer a vida desse homem é um privilégio que Ana Célia nos proporciona. "Trabalho pra merecer meu destino". Essa fala de Paulo Rónai define bem sua trajetória. Judeu húngaro, Paulo teve que fugir do seu país para garantir sua sobrevivência e a de sua família. A Hungria estava vivendo a ascenção do nazismo e o início da segunda guerra. Pouco a pouco os judeus foram perdendo tudo: direitos, emprego, bens... Sabiam que corriam risco de serem mortos. O Brasil e a língua portuguesa foram os caminhos que Paulo encontrou para escapar. O trabalho intenso e o foco foram essenciais no percurso desse caminho. Uma vez salvo de um destino cruel, (do qual outros não conseguiram fugir) Paulo encontrou no trabalho uma forma de retribuição, de agradecimento. (Eu nunca tinha pensado antes no ato de trabalhar como o de fazer uma oferenda... aos homens, a um povo, a um país, talvez até mesmo a Deus). Isso tornou sua vida de uma dignidade sem igual e o cercou de amizades preciosas. Entre seus amigos íntimos e sinceros estavam Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles, Aurélio Buarque de Holanda e Guimarães Rosa. Paulo conquistou seu espaço no Brasil sem esconder como realmente estava: vulnerável. Com humildade, lutou por oportunidades e agarrou cada uma que surgiu. Vivendo num país estranho, sem dinheiro, construiu uma rede de apoio através de encontros e diálogos, sempre oferecendo em troca seu esforço e seu conhecimento. Se tornou, assim, um brasileiro. E um dos maiores tradutores e críticos literários que o Brasil já teve.
Vania.Cristina 03/08/2023minha estante
Às vezes eu me pego pensando nos livros que li e até já resenhei, e sinto necessidade de voltar. Nesse caso volto pra dizer que se escrever uma tese é extremamente trabalhoso, imagina desestruturar uma tese que você acabou de escrever para lhe dar uma cara de livro não acadêmico! Acho que Ana Célia fez um bom trabalho nesse sentido, só não foi perfeito.




Ronoc 06/12/2020

O imenso legado de Paulo Rónai
Rónai se aproxima da língua portuguesa pela literatura brasileira quando ainda vivia na Hungria. Pela língua, começa a construir um caminho de vinda para aquele que seria sua pátria adotiva pelo resto da vida, o Brasil. Filólogo, professor de línguas, crítico literário, ensaísta, mas acima de tudo um grande admirador e divulgador da literatura brasileira, Rónai nos deixou um legado riquíssimo e gigantesco.
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