João Carlos 15/08/2023
"Psicologia das Multidões" de Gustave Le Bon, embora pioneiro no estudo das dinâmicas de grupo, é criticado por sua abordagem simplista e tendenciosa. Ao enfatizar a irracionalidade e a perda de individualidade nas multidões, Le Bon negligencia nuances culturais e sociais, perpetuando estereótipos negativos. Sua análise frequentemente carece de embasamento empírico e desconsidera o papel construtivo das multidões na formação da sociedade. Em vez de oferecer uma visão completa, o livro tende a generalizar, minimizando a complexidade das interações coletivas e subestimando a capacidade das pessoas de agir racionalmente em grupos. No entanto, "Psicologia das Multidões" também merece crédito por ser um marco fundador no estudo das dinâmicas coletivas. Oferece insights intrigantes sobre o comportamento humano em grupos, explorando transformações da psicologia individual na esfera coletiva, destacando a propensão das multidões para a emoção e a ação impulsiva. Suas ideias sobre contágio emocional e sugestão coletiva ainda ressoam em estudos modernos. Embora ressaltem a coesão e a liderança nas massas, é essencial ponderar suas limitações, como a simplificação excessiva e a falta de contexto sociocultural.