z..... 05/10/2017
O segundo livro que leio de Asimov, também iniciador da série do patrulheiro espacial David Starr. Ainda estou no comecinho, mas alguns fatos se fazem notar. Apesar de futurista, não é uma descrição que viaja em excentricidades ao estilo dos Jetsons (essa é para quem curtiu Hanna Barbera) e problemáticas da atualidade se projetam também neste universo, como a escassez de alimento.
Ainda não descobri que século seria esse, mas o cenário é de colonização da galáxia, onde a Terra é o planeta mais populoso (subtendendo-se também mais importante), tendo suprimentos vitais vindos de outros mundos. Existe pirataria espacial e Conselho Galáctico para discutir questões de justiça.
Logo no início vemos um mistério envolvendo mortes por envenenamento de alimento e é aí que se projeta o protagonista da obra, na investigação.
Texto simplista, história relativamente curta, legal para rápida leitura, e aventura convidativa a desenlaces empolgantes. Vamos ver no que vai dar...
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Em 14/10/2017
Poderia alegar que a leitura em e-book no celular me enfadou um pouco, mas a verdade é que o livro fugiu das minhas expectativas da metade em diante. Ficou chato. A visão de aventura em Asimov é diferenciada, longe do estilo verneano, que conheço melhor e esperava algo parecido. Não estou dizendo ser ruim, mas com temática voltada para discussões mais abrangentes e filosóficas sobre a humanidade. Estou ainda descobrindo o autor...
É o segundo livro que leio e novamente vemos um futuro de ciência ultra desenvolvida, convivendo com velhos e atuais problemas. Disputas, ressentimentos de classes que se acham menos favorecidas, manobras para se beneficiar a custa do prejuízo de outros e lideranças interesseiras dão as caras, ainda que subtendidas.
O patrulheiro foi a Marte em busca de pistas do envenenamento de alimento, pois o planeta é uma das principais colônias de suprimento, e passamos a ver, diante desse cenário futurista, rixa e ressentimento entre os humanos do local. O universo futurista faz acepções de pessoas também e alguns descontentes liberaram isso no envenenamento. Nesse meio, lançam a culpa sobre marcianos (que nem sabem da existência, mas usam como bode expiatório) como os responsáveis, morando no interior do planeta.
A surpresa é que de fato existiam, numa alienação humana total, e nessa do livro ser metido a filosófico, estes se apresentam com ares de epifania em contato com o patrulheiro, ressaltando velhos defeitos de lutas pela cobiça e benefício próprio.
E nesse quadro segue a história até o desfecho sem maiores surpresas no que se espera para um patrulheiro em uma investigação policial. Óbvio no que vai dar na busca de respostas.
Pelo que apurei, o livro é da década de 1950 e iniciou uma pequena coleção. Acho que o cenário daquele período é de certa forma projetado: visualização de colonização futurista (na corrida espacial), disputa entre nações (guerra fria) e manobras para benefícios próprios (nem preciso citar exemplos).
Enfim, se no "Mito da Caverna" de Platão a humanidade era alienada quanto à realidade do mundo (vendo em partes), em "As Cavernas de Marte" a humanidade é a própria contemplação, por outros seres, que observam os mesmos e antigos defeitos com alienação na mudança a eles. Milhares de séculos no futuro e a velha humanidade de sempre distinguindo o mundo em partes. Dentro e fora da caverna.
Ichi! É por aí... E se não me fiz entender, vá ler o livro e ter suas conclusões.