Tamara 23/06/2020
Judith McNaught é uma autora extremamente polêmica, e sempre que seu nome é citado, junto com isso vem pessoas que odeiam suas tramas e outras que amam. Eu, particularmente não sou uma das fãs fervorosas, e acredito que ela traz em suas histórias alguns defeitos que na minha opinião são imperdoáveis, mas ao mesmo tempo gosto da escrita da autora e acho o panorama geral de suas tramas interessantes, e por isso como Tudo por amor estava na minha lista de leituras há certo tempo, resolvi lê-lo.
Essa história se mostrou no mínimo contraditória para mim, pois embora eu tenha adorado certas coisas, por outro lado não consegui tolerar outras, o que ao final conseguiu me deixar muito na dúvida de que nota eu daria e de qual lado prevaleceria. Bom, sendo mais específica, o livro trata de um ator acusado injustamente por um assassinato, e quando ele finalmente consegue fugir e pretende provar o que aconteceu, se vê "obrigado pelas circunstâncias" a sequestrar uma mocinha, que logo se apaixona por ele. Ok, isso certamente é só um breve resumo da história e sei que não muito favorável, mas é justamente essa questão do sequestro e do desenvolvimento do romance que não consegui tolerar, e embora as coisas tenham ficado fofas depois, embora os dois tenham se apaixonado verdadeiramente, eu simplesmente não achei um bom começo para um romance e como se diz, tudo que começa mal, nem sempre tem um ajuste, e confesso que uma reflexão muito pessoal que tive diante dessa situação é que Judith deve ser uma autora fascinada por sequestros, já que encontramos muito disso em suas tramas.
Diante disso, o que então me agradou? Primeiramente eu fiquei encantada com a mocinha que era uma órfã que passou por diversos lares adotivos, até perder as esperanças e então encontrou um lar muito especial, acolhedor e incrível. Apreciei demais a breve passagem que nos é narrada sobre a vida daquela menina e como ela resolveu transformar sua história depois que foi adotada, admirei-a pelo trabalho que realizou na educação como professora e o modo como falava dele, fiquei apaixonada pela história de toda a família dela, inclusive um relacionamento secundário vivido pelo irmão de Julie, a protagonista, o qual me deixou bastante envolvida, e também adorei revisitar os personagens de Em busca do paraíso, primeiro livro da série segundas oportunidades, que fazem diversas aparições aqui.
Ainda, posso dizer que a autora traz algumas questões como a alfabetização na vida adulta que achei interessante demais, bem como nos apresenta breves vislumbres de ollywood, algo que adoro encontrar nos livros, e nesse ínterim tambémnos mergulha na história do mocinho, que não posso negar que foi fascinante e por vezes até mesmo triste.
Dessa maneira, posso dizer que gostei da história individual de cada personagem, de seus desenvolvimentos e de seus atos individualizados, mas o que não me agradou foi o romance e o protagonista masculino no viés amoroso e isso permaneceu até o fim. Se eu recomendo? É difícil fazê-lo quando o tema do início do romance é tão polêmico, mas para os fãs da autora ou desse estilo de histórias, faço essa recomendação sim.