spoiler visualizarpaes.katherine 05/08/2021
A máquina de fazer espanhóis - Valter Hugo Mãe
A obra traz a história de um senhor de 84 anos, António Jorge da Silva, que era barbeiro e que acabara de perder sua mulher, sendo levado para um lar de idosos pela filha Elisa. A partir daí senhor Silva começa a expor seus sentimentos de luto, de inconformidade, de saudade, de arrependimento, de solidão, de dificuldades passadas pelo momento vivido em Portugal, entre tantos outros pensamentos e convicções.
Os “Silvas” encontrados no decorrer do livro, são uma pequena amostra do que as pessoas viviam e quem elas acabavam se tornando por conta do regime político de Portugal. O personagem narra que as pessoas eram máquinas comandadas pelo governo e que por conta disso eram forçadas a serem pessoas “egoístas”, com medo de ajudar aos outros, sempre evitando criar laços afetivos, amizades, etc. Em resumo, eram verdadeiras marionetes, que só podiam se relacionar com a própria família da maneira que a ditadura julgava correto.
Uma das características mais instigante do livro é que Valter Hugo Mãe, foge ao convencional na escrita, uma vez que quase todo o livro é escrito com letras minúsculas, sem sinais de pontuação, caixa alta em momentos de crise, nada que altere a leitura visual do leitor, apenas se constitui de ponto final, vírgula e indicação de novo parágrafo, que segundo o autor são os únicos necessários para uma leitura sem direcionar o leitor, deixando-o livre com seus entendimentos.
É uma leitura muito reflexiva e rica de conteúdos histórico-culturais. É o tipo de livro que deixa qualquer leitor instigado e conectado na história!
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