Marcos Nandi 07/05/2022
Ler para não esquecer!
"Minha luta" é um livro difícil de ser lido. Custei para chegar ao seu fim. Em alguns momentos tive que parar de ler. Mas resisti até o fim, e infelizmente, achei semelhanças entre o discurso de Hitler com muitos políticos atuais.
Me incomodou as falhas de impressão, palavras aglutinadas e escritas de forma errada.
Escrito entre 1927 (ele preso) e 1926 (ele livre), o livro dará conta do início da infância do Hitler até a criação do partido e ascenção de Hitler como influência política e sua revolta com o tratado realizado no final da primeira guerra mundial.
Nascido numa cidade entre dois países alemães, o livro já traz a ideia de juntar todos os alemães num só território e só depois, conquistar outros territórios. E começa também, questionando o patriotismo alemão dos austríacos.
Filho de funcionário público e uma dona de lar, Hitler já nasceu revoltado com a vida, almejando no início de sua vida ser pároco, coisa que não prosseguiu, pois, tinha o sonho de ser pintor, contra a vontade de seu pai que queria que este fosse funcionário público.
Tinha espírito revolucionário e fazia discussões acaloradas durantes seus anos de estudo, anos estes, que apenas se aproveitou seus estudos em história e nas matérias relativas as artes. Era assim, um aluno nada dedicado.
Já na mocidade questionava o fato dos alemães não pertecerem ao império alemão.
Aos 12 anos, teve acesso a sua primeira ópera. Aos 13 o pai faleceu. Com a morte do pai, conseguiu estudar um pouco de artes, mas dois anos depois, sua mãe morreu. Ficando órfão e tendo que se sustentar, resolver ir pra Viena.
Em Viena ele é recusado por uma escola de artes (sempre achei que fosse mito), pois, era melhor arquiteto que desenhista.
Já na mocidade começa a criticar o Marxismo (o que afasta a história de que o nazismo é comunista), mas ao mesmo tempo, usa de conceitos marxista contra a pobreza e a realeza. E também, começa a falar mal do judaísmo, já que eles "controlavam" a mídia (lembrei do Cemitério de Praga de Umberto Eco).
Crítico mordaz da democracia ocidental ( que para ele, era comunista...tudo para ele era comunista... aí aí), e criticava a social-democracia.Mas defendia o sindicato, já que por óbvio, ele precisava do apoio do proletariado.
Começa ainda na sua pobreza em Viena, formar a ideia de um estado alemão uno e que os judeus não eram alemães. A Áustria para ele é uma misturada de raças que iriam acabar com o povo alemão. Por isso, era contra a aliança da Alemanha com a Áustria e contra também, a passividade alemã.
Emblemático a frase em que diz, que em nome de Deus iria lutar contra o judaísmo.
Crítica o fracasso do pangermanismo (um estado para todos os alemães) já que o partido social cristão da época, liderava o antissemitismo por causa da religião e não da raça.
Em 1912, Hitler vai para Munique que para o autor, diferente de Viena que era uma mistura de raça, era uma cidade puramente alemã. É bizarro a ideia dele de como deveria funcionar o controle de natalidade (vale a pena ler...e se assustar).
Com a derrota da Alemanha na primeira grande guerra, Hitler resolve entrar para a vida política, até então ele era apenas um soldado. Assim, ele funda um partido com a ideia de conversar com as grandes massas (por isso, partido trabalhista), já que ele era contra o partido de centro e o da social-democracia que existiam na Alemanha na época.
De forma muito inesperada (e até então, contra a vontade dele) Hitler se filia ao partido trabalhista alemão, com intuito de começar a ter relevância no cenário político.
Ainda na obra, como bom ditador, Hitler exige a implantação dos esportes em escolas para forjar bons soldados, e também, a importância de censurar matérias "inúteis". Além disso, fala sobre o padrão de beleza alemã e também, a necessidade de estrangeiros servirem no exército antes de conseguir a dupla cidadania e por fim, ressalta a importância da oratória no processo de convencimento.