Nina 18/01/2024
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa é o primeiro (na ordem de publicação) livro de sete, e conta a história de quatro irmãos e suas aventuras em Nárnia, um mundo mágico acessado inesperadamente por meio de um guarda-roupa.
Creio que a maioria dos leitores conhece, pelo menos por alto, a história, sendo assim, vou me ater nas minhas impressões durante a leitura. Em relação às personalidades Lúcia, a mais nova dos irmãos, apesar de ingênua e emotiva é a mais cativante, Edmundo, o terceiro, é daquelas crianças que se acham adultos sábios demais, entretanto, são realmente tolas, Susana é a segunda mais velha, é também a mais sensata, Pedro é justo e carrega o fardo de irmão mais velho, responsável muitas vezes por corrigir as falhas de caráter de Edmundo.
É fato que o público-alvo deste livro é infantil, no entanto, sua leitura é graciosa em todas as idades. Observar valores como verdade, certo e errado, coragem, perdão e sacrifício descritos de forma tão leve e, ainda sim, belos, é a verdadeira mágica de C.S. Lewis.
Do início até quase o fim da história tive muita antipatia de Edmundo, suas escolhas egoístas, colocaram em risco toda família, ele sabia o que era certo e errado e mesmo assim, preferiu tomar o pior caminho. É interessante ver como Aslan lida com a situação e nos faz enxergar que, apesar de nos vermos como “melhores que Edmundo” somos piores, é necessário um salvador para nos libertar de nós mesmos e dos nossos desejos egoístas e pecaminosos.
O paralelo bíblico entre Jesus e Aslan é significativo, Aslan é o grande Rei que virá redimir Nárnia, o que mantém acesa a esperança é a fé nas profecias e canções passadas por gerações, essa fé se contrapõe a Nárnia visível tomada pelo mal representado pela figura da feiticeira branca, essa luta do bem contra o mal nos faz pensar em nosso próprio mundo, na certeza da primeira vinda, onde fomos redimidos, e na fé na segunda vinda, onde seremos completamente salvos. É isso que nós da esperança!
Durante a leitura fui levada a pensar em Nárnia, em como precisamos de contos de fadas, e que estes podem sim nos trazer entretenimento, mas ao mesmo tempo, virtudes em meio a dias tão turbulentos.
Minha dica final é: lembrem-se que este é um conto de fadas direcionado à crianças, é claro que os adultos por vezes o acharão infantil, mas não deixe de apreciar cada segundo desta leitura leve.