Sem Tesão Não Há Solução

Sem Tesão Não Há Solução Roberto Freire




Resenhas - Sem Tesão Não Há Solução


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Fabrício 10/08/2023

Super necessário!
Sempre fui anarquista e não sabia. Muitas culpas que carreguei a vida toda se dissiparam depois dessa leitura.
Todo mundo deveria ler.
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Silvio 05/05/2017

Que decepção!
Não é nada do eu esperava. Esperava uma ideia mais ou menos do tipo: tudo o que fazemos deve ser feito com tesão, assim ficará muito bem feito e trará prazer; devemos exercer nossas profissões com tesão, com tesão devemos lavar o carro, consertar o telhado, fazer uma pescaria, ler um livro, etc., etc. e tal.
Ele propõe o contrário: fazer somente o que causa, produz tesão; se algo não causa, não dá tesão, que não se faça.
Tesudo para mim é o que causa, produz, desperta tesão; para ele é quem sente tesão. Acho que me ensinaram errado o significado desse termo.

O livro é composto, em sua maior parte, por trechos de outros livros, trechos de entrevistas - que não foram publicadas - e de uma conferência, também não publicada. Não tem quase nada inédito, de si mesmo.

O livro tem algumas ideias interessantes,tais como: Quem determina o valor monetário de um quadro ou de uma escultura? A obra de arte é vendida e, para o artista, é quase uma prostituição. Em outro sistema ela não seria vendida. seria vista e admirada por todos. O artista teria sua sobrevivência por outros meios.
Outra ideias, porém, são colocadas de formas bastante complicadas, difíceis de se entender.
É cheio de incoerências e contradições. O autor afirma algo em algumas páginas, mais à frente contradiz tudo.

Ele diz que devemos combater o catolicismo (e todas as outras religiões), que ele é antitesão porque nos tira a liberdade e impede o amor. Aff... putz...
Seu conhecimento sobre isso é bem próximo de zero.

"O Catolicismo centra sua ação catequética e sua liturgia na perseguição, tortura, desespero e morte de Jesus Cristo, impondo como simbologia principal o filho de Deus crucificado, assassinado. Nada mais trágico, mais triste, menos belo. Porém a atração e fascínio que exerce, deve ocorrer por conta de uma forma de prazer sadomasoquista, próprio da fé cristã" Nunca vi tamanho disparate, tão grande besteira!!! KEREDO...
Mais à frente ele fala na beleza das tragédias gregas; elas são belas e causam tesão...

Deixa claro que cada um decide ou deve decidir por si mesmo qual é seu prazer, seu tesão. Contudo, se alguém tiver tesão por algo que ele não tenha, é sadomasoquista. Quem tiver amor à profissão e nela permanecer para sempre, é sadomasoquista; tem-se que mudar de profissão, mesmo tendo tesão pela própria.

Ele é contra qualquer sistema de governo; propõe e defende o anarquismo. Parece que não sabe que isso não é possível, nunca houve, em toda História da humanidade, uma sociedade anárquica. Nem mesmo os animais vivem assim, até eles têm seus chefes.

Critica violentamente o capitalismo burguês, afirma que o sistema deveria ser o socialismo libertário, o anarquismo. Depois ele diz que trabalha dois ou três dias por semana, os outros dias vive viajando, inclusive a Paris.
Isso só é possível graças ao sistema que ele critica e combate; se fosse o sistema que ele propõe e defende, não seria bem assim a sua vida.
Cita, como exemplo, Chico Buarque que é um incômodo para o sistema capitalista burguês porque ele é um vencedor dentro do próprio sistema que ele (o Chico) também combate. Ora, se o sistema fosse diferente, o Chico moraria numa casinha bem simples, não faria turismo como faz, não teria liberdade para escolher onde, quando e por quanto dar um show.

Termina o livro com uma conferência que ele deu em Curitiba sobre ecologia. Ele falou do domínio do homem sobre o homem e sobre a mulher. propôs a luta pela libertação das mulheres, das crianças, dos homossexuais, dos negros, dos trabalhadores. Falou que a maconha deve ser liberada e um monte de outras coisas. Não falou praticamente nada sobre ecologia.
Não é a toa que não foi publicada.

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Tauana Mariana 05/06/2013

“Tesudos de todo o mundo, uni-vos”
Já que a obra de Roberto Freire (1987) possui um tom pessoal e confessional, permito-me também escrever esta consideração com a minha experiência com o livro. Conheci a obra por intermédio da minha irmã. Em uma viagem, durante sua estadia na casa de seu cunhado, ela encontrou o livro e começou sua leitura. Envolvida com as percepções do autor, sequestrou-o, voltou para Porto Alegre e ligou para o proprietário, contando-lhe sobre o “sequestro” e afirmando-lhe que devolveria o livro, mas somente depois de concluir sua leitura.

As ideias da obra pautaram grande parte de nossas conversas no período da leitura de minha irmã. Era tanta empolgação, que eu sentia que o Roberto Freire tomava café, almoçava e jantava conosco. A cada conversa, percebia como a Marília estava envolvida com a obra, o quanto a leitura lhe deu o que pensar ou simplesmente colocou em palavras o que nela ainda eram sentimentos e pensamentos. Concluindo a leitura, devolveu o livro, mas sentia que precisava de sua presença. Precisava das palavras do Roberto Freire à sua disposição. Ela se apaixonou pelo Roberto Freire (e como é bom quando nos apaixonamos por um autor). Adorou a leitura de Cléo e Daniel e também se interessou pelo Soma.

Era tanto entusiasmo, que eu decidi trocar uma Melissa pelo livro, afinal, eu precisava saber o que é que esse Roberto Freire tem. E, concluindo minha leitura eu percebo: o cara é foda (com o perdão do trocadilho). No entanto, sei que a obra tocou, motivou e modificou muito mais a minha irmã do que eu. Eu conseguia ver a aura dela nas palavras do Roberto Freire. Minha irmã é livre, solta, feliz. Ainda carrega a esperança que o bem possa se propagar, tem ideais nobres, quer fazer mudança, quer mudar, quer ir e voltar. Enfim, acredito que ela sente um tesão incrível pela vida. Já eu, bem, sou mais racional. Talvez minha irmã ainda acredite em tudo e todos e eu esteja um pouco calejada da “filha da putice” alheia. Não que eu tenha perdido as esperanças, isso nunca. Mas aprendi a baixar as minhas expectativas para evitar frustrações.

Mas sim, eu precisava ler Sem tesão não há solução, porque eu também acredito muito nisso. Sem tesão não fazemos nada, ou fazemos por obrigação e isso é uma das piores coisas para mim. Precisava ler o livro para entender um pouco sobre essa ideologia do tesão, o que são as pessoas tesudas, quem são os protomutantes. Aliás, minha irmã sempre tenta me contagiar com sua esperança, com seu pensamento positivo, com sua crença de que o bem prevalece, uma hora ou outra. E eu quero me contagiar, preciso me contagiar. Mas o faço da minha maneira, com um pé no chão e o outro no ar. E vendo nós duas, tão iguais e tão diferentes, eu percebo que minha irmã quer alçar voo, voar longe, ir além sem criar raízes. E eu procuro estabilidade, segurança, voando com a convicção de que não irei me perder. Vejo-me como a terra firma, que ela sempre irá encontrar, quando cansar dos ventos ou quando quiser me contar com quais andorinhas fez verão.

Sobre o livro, ele fala desse amor livre, que não aprisiona, julga ou asfixia. Fala sobre nos apaixonarmos pelas pessoas, pelas coisas, pela beleza, pela vida. Roberto Freire não acredita em casamentos, mas em acasalamentos. Acredita na beleza e na alegria, e não na felicidade. Acredita que o tesão é “uma dimensão fundamental à vida no universo”. Com um tom confessional, fala-nos como vive a ideologia do tesão, como sente e age o amor. Confessa-se um anarquista, um poeta, um romancista, um terapeuta, um revolucionário e um drogado. Por meio de suas palavras e das transcrições de algumas de suas entrevistas e palestras, compreendemos porque o tesão é essencial em nossa vida (não apenas a sexual). É preciso ter amor, é preciso ter tesão, é preciso ter prazer. “Porque é o amor, não a vida, o contrário da morte”.
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Gisela 23/03/2013

Subversivo até hoje
Um livro escrito por uma mente inquieta de um médico, psicanalista antipsiquiatra, anarquista e sociológo. Me identifiquei com vários de suas colocações, principalmente no que se refere à culpa da sociedade burguesa que deriva da religião, seja ela católica ou judaica (são as citadas). Através e com essa culpa nos reprimimos em nossa capacidade vital de criar, sermos felizes e amar verdadeiramente quem quer que seja. Combate com coragem as religiões credos e o cultivo à arte por ser arte. Esta tem que ter um motivo para sê-la, te tocar na sua essência e pode estar em toda parte, não somente em museus, igrejas e galerias. Quanto ao anarquismo que prega, acho meio utópico na sociedade geral. Mas creio já fazer uma grande parte do que cita em minha própria casa, na criação de meu filho. Separada com filho para cuidar, xingo, falo palavrões, me mostro de verdade, sem capas, sem frescuras. E pelo contrário, meu filho não repete as mesmas coisas. Por que sabe diferenciar o que é dele do que é meu. Isso não é fácil. Mas o Roberto Freire me incentivou nesse sentido e no sentido do amor como uma dádiva e dom nossos, e que está sempre presente mesmo quando estamos sozinhos.
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Erick 27/08/2012

Estou sendo possuído por algo que me atiça. Seria um misto de rebeldia com preguiça?
Sem tesão não há solução, uma ode ao anarquismo, tanto político, mas principalmente nas relações quotidianas. Nenhuma convenção burguesa capitalista fica de pé ante o feroz ataque de Roberto Freire: o casamento, a felicidade, a democracia, tudo isso é destroçado pela formulação estética desse "revolucionário herético".

Me impressionou sua visão de sociedade: " Vivemos em sistemas políticos autoritários, aos quais tanto a religião como a ciência estão ligados, associados e dependentes; a visão trágica da existência é um dos suportes ideológicos mais poderosos e úteis para a sua manutenção".

No que tange as religiões, ele as concebe como indissolúveis do poder político e intrincadas a uma promessa de felicidade após a morte: "essa felicidade celestial seria tanto maior quanto maior também tivesse sido a capacidade individual de suportar todo tipo de sofrimento dos quais foram vítimas(...) somos o maior país católico do mundo, porém aqui morre uma criança a cada dois minutos, outro recorde nosso, de fome, de doença e desamparo. Mas isso não é muito grave, pois estão todos destinados a felicidade eterna no céu. "

As sensações que Roberto Freire mais valoriza são a beleza, o desejo e a alegria.


Para ele, a beleza é seu referencial predileto para dar sentido à vida, além de ser o equilíbrio dinâmico entre as percepções de existência: o prazer e a dor, que oscilam dialéticamente proporcinando o tesão essencial.
A alegria é " uma coisa tão incerta como o vento, que tem dia que vem, dia que não vem, que às vezes é tão forte que vira tufão, outras parece apenas brisa suave, que pode vir do sul ou do norte, do leste ou do oste, mas que vem, queiramos ou não, na hora ou do jeito que bem entender."


Politicamente, Roberto Freire se define um anarquista em busca de um socialismo libertário, visando justamenete suprimir o autoritarismo onipresente em grande parte das organizações de esquera." Nós queríamos o poder, nós e eles (a direita), para exercer a mesma atitude política de posse, de domínio, controle e mando na individualidade do outro, sobretudo através da prioridade e prevalência de um social e abstrato sobre um pessoal e concreto"

Ele relata que os maiores líderes da esquerda com os quais conviveu, que lutavam por liberdade, democracia e uma sociedade que primasse pela justiça social, eram extremamente opressores com as pessoas que mais amavam: suas famílias.
Justificando a afirmação de Marx que a opressão do homem pelo homem se iniciou com a opressão da mulher pelo homem, Roberto diz que o machismo nas relações afetivas estavam impregnados no comportamento psicológico. " Será que o nosso autoritarismo, o nosso machismo, o uso do pátrio poder e da chantagem afetiva nas relações familiares não era extamente o comportamento que convinha ao marxismo-leninismo que tinha se servido do stalinismo, que nos justificava o Partido Comunista todo-poderoso e a ditadura do proletariado?"


Para encerrar, Roberto afirma que encontrou sua forma de militância, fundamentada num anarco-ecologismo, dispensando qualquer ligação com partidos institucionais burgueses, que somente buscam o voto para chegar ao poder e exercer seu autoritarismo. Para alcançarmos esse anarquismo ecológico, é preciso criar uma harmonia entre homem e natureza em uma comunidade humana que viva em equilíbrio perdurável com seu meio ambiente. " Nunca insistiremos demais para o fato de que os conceitos anarquisras de comunidade equilibrada, de democracia cara-a-cara, tecnologia humanística e sociedade descentralizada - estes ricos conceitos libertários - não são apenas desejáveis, como são necessários".
Luara 27/08/2012minha estante
Engraçado o relato do Roberto Freire se encaixa muito bem com o livro que estou lendo, são cartas que a filha de Stálin troca com um amigo, e ela diz isso como o pai conseguia ser a pessoa mais fraterna com as pessoas mais simples e humildes, mas na relações familiares ele era super ponderado, e severo como se não aceita-se falhas, oprimindo assim todos, claro tirando mãe, da menina, que já é sabido que Stálin ficou mais impiedoso ainda após a morte dela, visto que ela era único ser que ele amava de forma literal.
Outro ponto interessante é o desprendimento de partidos institucionais burgueses...
Ótimo, não vejo a hora de ler!


Erick 28/08/2012minha estante
Só posso dizer uma coisa: LEIA. Este livro me abalou profundamente, tanto politicamente quanto nas relações.




Priscila 23/08/2012

Turning Point
Oportunidade de ouro pra quem está se questionando sobre o sentido de tudo em sua vida. Esse livro e seu autor foram um marco em minha vida, em um momento de mudanças radicais. Recomendo.
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