Resenhas - Olívia tem dois papais

André Meirelles 19/04/2021

Achei o livro mediano forçando a narrativa em alguns momentos além de estereotipar a imagem feminina. Apesar de importante termos livros como esse para diminuir o preconceito, temos que tomar cuidado para não cairmos em outras ciladas. A impressão que eu tive é que a autora estava tentando justificar as suas escolhas, visto que é um livro que pode causar polêmicas. Nesse sentido não vejo nenhum problema da protagonista ter dois pais ou a rotina que eles levavam. Minha maior critica é o discurso dado a menina, mantendo o estereótipo de que toda menina precisa ser "feminina", bonita, fazer compras, usar batom e roupas de "meninas". Isso é deixar muito raso o papel da mulher na sociedade e a autora perdeu a oportunidade de destacar isso, visto que se dedicou justamente em fazer um livro que discute as várias formas de preconceito.

charlie 22/05/2022

mais do mesmo
a princípio, a autora se propõe a contar um dia na vida de Olívia, uma menininha atrevida que adora usar palavras novas, o grande diferencial dessa garotinha é que ela tem dois papais, coisa que destoa da configuração familiar segundo a qual fomos habituados pela grande mídia. até então, tudo legal e, de fato, um bom enredo, tendo em vista que pretende-se normalizar uma das várias possibilidades de família que existem na sociedade. contudo, o livro não tem nada de autêntico, pelo contrário, ao passo que o fato de se ter dois papais é normalizado, aqueles velhos (e já ultrapassadíssimos) estereótipos de gênero são reforçados; coisas como: "brincar de carrinho é coisa de menino" e "maquiagem é coisa de menina" são colocados durante toda a história.
para além disso, o final é insatisfatório, a rotina de Olívia com seus papais acaba e é isso, não há uma moral ou uma lição aprendida por aqui, nem ao menos algo engraçado ou divertido, o que me leva a pensar que não existe nenhuma razão para ler esse livro para uma criança e, ora bolas, isso é um livro infantil. então qual o ponto? acredito que a autora se preocupou mais em reforçar a ideia de "tenho dois pais, mas continuo sendo uma menina feminina" como se isso fosse algo singular, do que com construir um bom livro infantil.

okkmaria 25/05/2022

Esperava lacre e recebeu esteriótipos
No começo o livro parece se propor a contar sobre o dia da menina Olivia com seus pais, ela é muito esperta e ativa, tudo ok até aí.

Mas pelo título do livro eu esperava aparecer alguma problemática a ser resolvida em relação a ela ter dois papais e mostrar o quanto isso é normal como uma lição para as crianças, já que é um livro infantil.

Tudo que encontrei foram esteriótipos como "isso é coisa de menina e aquilo é coisa de menino", a tao esperada problemática aparece por duas páginas mal sendo comentada e a frase final me deixou ????????

O livro nao da motivo algum para ser lido pra uma criança, simplesmente odiei.

Isabela 28/06/2017

Depcecionante
E hipócrita. O livro conta a história de uma menina chamada Olívia que tem dois pais. Sob um falso pretexto de diversidade, a autora mostra um pensamento antagônico na última frase: "... nunca era capaz de decidir com qual dos dois iria se casar quando crescesse". Nesta frase, a percepção que tive foi de apropriação de um tema inédito, o de mudança de conceito de família e suas diversas formas. Ao invés de questionar o padrão heterossexual -que busco nos livros infantis e que foi a razão de ter comprado esse livro-, a autora, na verdade, reafirma tal conceito de normalidade imposto pela sociedade.