Resenhas - O Morro Dos Ventos Uivantes

Rute31 12/05/2024

Como é possível um livro não me dar uma unidade de personagem que me faça querer continuar a ler uma história? Essa foi a pergunta que repeti, continuamente, enquanto lia o clássico de Emily Brontë.

OK, eu sei que a literatura não me deve nada. Livro nenhum, autor nenhum me deve o que quer que seja. Mas como leitora, eu sei o que procuro: livros onde eu consiga me sentir ligada (não necessariamente por identificação) a pelo menos um personagem. Então quem já leu esse livro sabe que, a alguém que procura por isso, esse livro foi um show de horrores.

Heathcliff é o personagem mais odioso que já encontrei na literatura e eu já li O Cortiço, vejam bem. O passado triste não é, para mim, uma justificativa convincente pra tanta crueldade, que me parece ser mais motivada pela cobiça, inveja e um desejo anormal de vingança. Cathy é interessante, se não morresse logo talvez eu gostasse dela, ou pelo menos antipatizasse o bastante pra me importar. E assim todos os outros personagens, nenhum me fez sentir que o destino dele ou dela importava muito. E sim, eu sei que essa era a ideia de Emily, mas estou certa agora de que eu não sou o público ideal dela.

Becca0 12/05/2024

Aquela história que permanece e vai tomando grande proporções...

Incrível como a leitura permanece comigo. A complexidade dessa história, parece que cresce cada vez mais na minha cabeça. Os personagens tão odiosos, se tornaram inesquecíveis.
Maravilhoso ver como Emily consegue criar algo tão mórbido e angustiante.

harumi 12/05/2024

"...ele é mais eu do que eu mesma..."
UAU! um dos meus livros clássicos preferidos com certeza! a história é cheia de intrigas envolventes que te prendem por meio da curiosidade de saber o que irá acontecer com esses personagens que são perturbadores e muito bem desenvolvidos. além disso, eu gostei bastante da escrita da autora, o que fez a leitura fluir facilmente

Fernando 11/05/2024

Classico
Mais uma leitura terminada classico. Gostei tanto que terminei em 13 dias, adorei a história, a escrita da autora é ótima, a leitura é super fluída, recomendo.

Nat cm 11/05/2024

Um livro agonizante
Me vi extremamente presa nessa leitura. Com personagens envolventes e com caráter duvidoso Emily conduz uma estória cheia de intrigas e acontecimentos revoltantes que nos deixa aflitos durante toda a leitura.
Gostei bastante do desenrolar da obra e do seu final. É um livro que eu recomendaria ler . :)

dudabooks2 11/05/2024

Todo mundo louco das ideias nesse livro, Nelly minha protegida.
Achei bem bom, não me cativou tanto no início por isso parei de ler por um tempo, mas depois voltei e li em menos de uma semana, muito boa a construção dos personagens e da história. Amei o final, achei que fechou muito bem a história.

Juliane277 11/05/2024

Eles se mereciam
Uma leitura intrigante, me fez sentir muita repulsa, raiva e indignação. Catherine e Heathcliff se mereciam, dois adoecidos pelo amor e egoístas demais pra se importarem com os outros.
A raiva, a mágoa, o orgulho e a vingança são o norte para Heathcliff, e foi duro ver como a ira dele respingou em absolutamente todos.
Um livro difícil de ler, mas vale muito a pena.

crixtine 10/05/2024

Apesar de ter sido inebriada pela atmosfera e trama sombrias do livro, o que mais me chamou a atenção e rendeu diversas anotações foi a “troca” de narradores. Digo troca entre aspas porque, exceto por Lockwood, nenhuma outra personagem narra por si mesma.

Durante grande parte do livro, o que temos é a narrativa de Nelly (que também empresta sua voz a outros narradores) reproduzida por meio de Lockwood. No fim, todos falam através do julgamento e da memória dele, e isso coloca em questão a confiabilidade dos narradores durante todo o texto. Especialmente porque seus compassos morais estão em jogo o tempo todo e ninguém parece ser de todo bom.

Sobre a construção e disposição de personagens, no começo eu tive que desenhar uma árvore genealógica para entender a repetição de nomes mas, à medida em que as personagens foram de fato apresentadas, ficou mais do que claro. A despeito dessa disposição cíclica, onde temos duas gerações de Catherines, Earnshaws e Heathcliffs, todas essas 6 personagens são bem construídas, esféricas, com suas nuances e personalidades. Ainda, apesar dos traços que têm em comum (o que dá um tom assombroso a esse ciclo), os novos personagens têm suas distinções que rompem com a geração anterior - pro bem ou pro mal. A primeira Catherine, em especial, é uma personagem viciante, intrigante e não há como se afastar dela. É tudo que eu esperava da Christine de O Fantasma da Ópera.

Ainda, sobre o estilo e escrita de Emily Brontë, eu amei que ela não se conforma à “pureza” de sua época. Ela não tem nenhuma timidez ao incluir os palavrões, as maldições, a violência, o feio, um deboche à religiosidade e até, eu diria, uma demonização do fanatismo religioso. Também gostei das escolhas dela de não dar uma redenção (pelo menos não completa) a Heathcliff e não cair no clichê de deixar o deixar o forasteiro “salvar” a mocinha, se casando com ela.

Só não dei 5 estrelas porque não poderia me importar menos com Lockwood e a narração do ponto de vista direto dele.

Bia Franco 10/05/2024

Um caso de amor e ódio...
Terminei a leitura sem saber o que estava sentindo por este livro, e ainda não sei. Gostei muito do desenrolar do destino dos personagens, porém, chegando ao fim fiquei um pouco perplexa.

Italo 10/05/2024

E isso em fim?.
Não sou acostumado com romances mas gostei muito desse, e ao invés de falar sobre vou deixar a parte que mais me impactou desse livro:

?? Sinto prazer em vê-lo ? continuou ele, como se pensasse em voz alta. ? Satisfez as minhas expectativas.
Se tivesse nascido idiota, eu não gostaria tanto. Mas ele não é idiota e compreendo bem os seus sentimentos, pois já foram os meus. Sei o que ele está sofrendo agora, por exemplo: e sei que é apenas o começo do que há de so-frer; e que ele nunca será capaz de emergir da sua crosta de rudeza e ignorância. Consegui mantê-lo mais dependente do que o canalha do pai dele me mantinha, e mais inferiorizado, pois ele se orgulha da sua animalidade. En-sinei-o a desprezar tudo quanto não é animalesco como coisas bobas e fracas. Não acha que Hindley ficaria orgulhoso do filho se o pudesse ver? Quase tão orgulhoso quanto eu estou do meu. Mas há uma diferença: um é ouro empregado para revestir o chão, o outro é latão lustrado a fim de parecer prata. O meu não tem por onde se possa pegar nele, mas eu hei de ter o mérito de esporeá-lo até onde ele possa ir. O dele tinha qualidades de primeira, que se perderam: embotei-as completamente. Eu nada tenho a lastimar; ele teria muito. E o melhor da festa é que Hareton gosta tanto de mim! Você há de convir que nisso eu ganhei de Hindley. Se o patife se erguesse do túmulo para me censurar pelos prejuízos causados ao filho, eu teria o divertimento de ver o filho voltar-se contra ele, indignado por ousar atacar o seu único amigo neste mundo!?

Em um mundo de desprezo, alguns tem a sua sátira em acabar com os outros, porém isso é fruto de seus próprios ambientes de dores!

jucywho 08/05/2024

Uma fofoca de 34 capítulos
Comecei "O Morro dos Ventos Uivantes" sem saber absolutamente nada sobre a história, e se eu estava esperando um triângulo amoroso, com conflitos triviais para manter a narrativa, imagina minha surpresa quando descobri que era bem longe disso: no livro temos romance obsessivo e um tanto doentio, vingança, violência e questões étnicas e de classes, nos trazendo uma mistura de sentimentos diferentes a cada palavra lida.

Confesso que no início demorei muito para engatar a leitura, e quis muitas vezes abandoná-la, mas minha curiosidade sempre falava mais alto e queria saber mais e mais sobre o passado dos personagens, e como eles chegaram ao ponto mostrado inicialmente, através da "fofoca" da Nelly.

É um fato que nenhum dos personagens vão te cativar de uma forma boa, todos são odiosos e terríveis em seu extremo, mas aí pode-se entrar a questão da criação de cada um durante a infância, e então ficamos sem saber quem culpar por isso. Com uma base diferente ainda teríamos a mesma história?

Toda a trama gira em torno da vingança do Heathcliff, do início, desde o tratamento rude que ele sofria pelos demais, até o fim, em seu túmulo, enterrado ao lado de Catherine e Linton. Apesar de ser uma forma de mostrar que ele a amou até seus últimos suspiros, também interpretei como uma possível provocação direcionada ao Edgar.

E é assim que concluímos a história, e com uma pitada de esperança de que as coisas vão começar a dar finalmente certo para os que ficaram na casa que habita aquele morro.

Emilly.svetz 08/05/2024

Gostei bastante mas confesso que não sou de fazer resenhas e estou fazendo fora de data e fazendo só pra contar no desafio do skoob.amei o livro:)

Beatriz.Maiostri 08/05/2024

Seja legal com ciganos
Eu simplesmente amei muito todos os personagens e suas histórias, só me perdi um pouco em quem é quem em determinados momentos

triz 08/05/2024

Não existem pessoas inteiramente boas!
O morro dos ventos uivantes é diferente! Eu já li alguns bons livros, sejam eles clássicos ou literaturas modernas, mas nada se compara com os sentimentos que eu tive ao longo dessa leitura.
Catherine e Heathcliff são duas pestes, isso que eles são, e você tenta encontrar justificativa para os seus atos, seus gestos, seus modos e dizeres, mas a verdade é que não existe! A todo momento você espera uma luz, que vá clarear a sequência de acontecimentos ruins que se seguem, mas esse alívio não vêm. Sim, é a vida!
Esse livro nos apresenta pessoas machucadas sendo pessoas machucadas, quebradas e remendadas, mas sem o respaldo de amor e atenção. A única base encontrada nesse romance é a cólera e a falta de trejeitos sociais, de todos!
Entretanto, sentimos mais que isso, porque a dor e a desolação de cada personagem é palpável, e ao final você entende que aquelas duas almas só terão descanso enquanto conseguirem se unir, por afinal de contas Catherine é feita da mesma matéria que Heathcliff.

Micelandia Lima 07/05/2024

Ao voltar de uma viagem, o pai da família Earnshaw não traz consigo os presentes que os filhos lhe pediram ? em vez disso, traz um garotinho perdido de pele escura, que encontrou vagando no porto. O menino ganha um nome ? Heathcliff ?, mas jamais um sobrenome, o primeiro dos atributos da família a que ele não terá acesso. Catherine é a única a acolhê-lo, e essa relação, repleta de amor, obsessão e vingança, atravessa gerações e não é detida nem mesmo pela morte.