Julio.Argibay 03/02/2020
Brasil
O Guarani - José de Alencar. Em relação a esse romance eu optei por elaborar um resumo da estória passo a passo, conforme a leitura que fiz e no final vou emitir uma breve opinião a respeito da obra. Sendo assim, vamos a ela: a estória se passa em meados de 1603 e o autor começa contando sobre o fidalgo português, Dom Antonio de Mariz. O autor, então, começa descrevendo a participação do fidalgo na guerra contra a invasão francesa. Depois ele parte para a descrição da casa, nos confins do sertão, próximo ao Rio de Janeiro, num local denominado Paquequer. Ele descreve os meios como a família sobrevive fazendo comércio, vendendo produtos extrativos da fazenda e vendendo na costa. Ainda conta sobre os muitos empregados que trabalham com ele nessa empreitada. Descreve como a família é composta: a esposa Laurina, seus filhos Diego e Cecília, além da sobrinha Isabel (aqui um pecadinho do fidalgo). O autor conta, também, uma breve passagem sobre uma banda de cavaleiros do senhor Alvaro, pretendente de Cecília, que chega a fazenda trazendo produtos do Rio. Agora esses relatos tem uma pausa, para conhecermos o personagem principal, assim: acompanhamos uma caçada de um nativo, futuro amigo da família e de Cecília. Depois dessa passagem, voltamos a casa. A família recebe Alvado, Aires Gomes e a tropa. Após um incidente, o filho Diego eh castigado pelo fidalgo, assim ele irá para Salvador. Esse evento trará sérias consequências a todos (irei contar mais adiante). Vamos falar sobre Cecília, menina formosa e romântica, tem dois ou três pretendentes, a saber: Peri, o índio que a adora e amigo fiel. Álvaro, cavalheiro, delicado e cortês, que a ama (ou não) e Loredano, aventureiro de baixa extração, um Italiano, que a deseja (o vilão da estória). A prima de Cecília, Isabel, que é apaixonada por Álvaro. A estória agora volta no tempo para explicar a relação entre o índio e a família. Num certo momento Peri salva Cecília de um ataque de índios Aimorés, (acho eu). Há três comparsas que se aliam e possuem um pacto entre eles. Esse plano foi traçado desde o último ano, com a morte do Frei Rui Soeiro. Os comparsas são: Bento Simões e Loredano. Uma paradinha para falarmos sobre Aire Gomes que é o escudeiro do fidalgo a mais de 30 anos e seu fiel amigo. Em certo momento o Fr Angelo é mencionado na estória, esse missionário foi um religioso que, sem querer, proporcionou ao italiano o meio que fez com que ele almejasse grandes riquezas dessa terra distante. Já na floresta o clima esquenta entre Peri - Loredano e Alvaro. Nesse interim, Peri eh mandado embora para a sua tribo, a pedido de Laurina (um momento bem emotivo da saga). Mas esse evento é desfeito por motivos mais importantes, a segurança da família e a gratidão do patriarca ao indígena. Deixamos disso e vamos contar que Isabel, com uma ajudinha de Cecília se declara a Alvaro. Sua reação? (não vou contar). Voltamos ao momento da briga entre Peri, Alvaro e Loredano. O índio espreita na floresta o bando de Loredano, que planeja tomar de assalto ao casarão, caso seja necessário. Bom, chegamos ao clímax. Além desse conflito ainda temos a expectativa de invasão dos indígenas ao casarão, devido a morte da índia por Diego. Em meio a esse clima, Loredano chega ao quarto de Cecilia. Só que, antes dele tomar a cabo a seu plano, Peri salva a donzela. Mais tarde, nosso herói descobre o plano hediondo de Loredano e tenta resolver essa situação de maneira bem particular, já que Antonio não se convenceu da traição a que pode ser vítima. Em meio a essa confusão, do lado de fora do casarão, Loredano tenta convencer a tropa a se rebelar contra o fidalgo. Sr Antonio acaba convencendo os rebeldes a desistirem e eles pedem perdão. Porém, a revolta renasce e só há uma trégua entre eles quando os Aimorés atacam a propriedade do fidalgo português. Peri tem mais uma ideia e depois de lutar com a tribo inimiga se entrega a eles e eh feito prisioneiro. Depois de algumas horas Peri eh libertado por Álvaro e seus comandados. O Loredano eh pego. Depois de algum tempo a tribo resolve ir embora. Entre mortos e feridos, quase todos se salvam. Porém pouco tempo depois, os selvagens voltam e atacam o casarão novamente de forma definitiva, não há escapatória. Peri aceita um último pedido do fidalgo e segue em sua sina para salvar Cecília, sua amada. (Será que consegue? Talvez). Bom aqui termina essa saga sertaneja. Assim vamos as nossas considerações finais: achei um épico tipicamente brasileiro, talvez seja um dos melhores contos brasileiros. Nessa estória nos deparamos com vários personagens formadores de nossa raça. Os índios, o fidalgo português, o estrangeiro desbravador e os miscigenados, sua maioria. O ambiente é o sertão a floresta. Sua fauna, flora e riquezas minerais, que geram o eminente conflito. A religião a outra fonte de choque entre o modo de vida do povo, novos e velhos deuses. Assim encerramos nosso romance nesse grande caldeirão cultural em constante mutação que deu origem a essa grande nação. E o romance? (acredito que esse ainda irá se libertar).