Edson 15/10/2023
Surpreendentemente bom!
Virgin River é uma série de livros (enorme) escrita pela escritora estadunidense Robyn Carr, curiosamente formada em enfermagem, assim como a personagem principal Melinda Monroe, e seus livros inspiraram a série de mesmo nome na Netflix. Como eu tô na quinta temporada da série, entendo que não é uma adaptação dos livros e sim uma inspiração, pois o primeiro livro foca mais nos personagens principais Mel e Jack do que no desenvolvimento dos demais personagens, o que difere da série que tem tramas maiores envolvendo os demais personagens.
Farei a resenha somente do primeiro livro, tendo em vista que até o momento já foram publicados 22 livros da série, no qual a história se desenvolve com a tragédia pessoal de Mel, uma enfermeira habilidosa e especializada em obstetrícia, de Los Angeles, que perde o marido num evento de violência num posto de conveniência. Seu marido e médico Mark é assassinado com três tiros ao voltar do trabalho. Mel decide mudar para uma cidade de interior para recomeçar a vida onde não a olhem com pena, pois isso desperta gatilhos terríveis que a fazem lembrar o tempo todo de seu marido morto e a destroçam, e escolhe Virgin River por um anúncio de trabalho numa pequena clínica na cidade
Inicialmente, Mel tem dificuldades de adaptação com o novo estilo de vida interiorano e com a interação com o médico dono da clínica para a qual foi contratada para trabalhar por Hope McCrea, que é quem coloca o anúncio. Além disso, o chalé encantador que é apresentado a ela por fotos está em estado de decadência e inabitável, o que traz uma primeira impressão terrível da cidade. Apesar das situações difíceis iniciais, os moradores da cidade são extremamente simpáticos e receptivos com ela, à exceção do Dr. Mullins, e principalmente o dono do único bar da cidade, Jack Sheridan, que praticamente reconstrói o chalé, o que faz com que ela mude o olhar para a cidade e não queria ir embora, aliado ao fato de aparecer um bebê abandonado na porta da clínica e uma moradora grávida que pede que ela a acompanhe até o parto. Jack vira seu grande amigo na cidade e posteriormente a amizade evolui para um romance.
Confesso que o romance atraiu muito menos a minha atenção do que as interações de Mel com os moradores da cidade, seus problemas, e o aconchego de me sentir inserido numa cidadezinha de interior nas montanhas, onde os moradores todos se conhecem e se ajudam mutuamente.
Há partes tensas, considerando o fato de existirem diversas plantações ilegais de maconha na região, o que atrai alguns cultivadores e bandidos, além de viciados e outros párias.
Algumas considerações de diferenças sobre o primeiro livro e a série são que a Hope tem um protagonismo muito maior na série, estando em diversas cenas, até por ser a prefeita da cidade e maior incentivadora do romance entre Mel e Jack, enquanto no livro é pouco citada. O Dr. Mullins é mais rabugento no livro que na série, apesar de ser um pouco na série tbm. O Preacher, que é um dos melhores amigos de Jack, que combateu junto com ele na guerra do Iraque e que é o cozinheiro do bar do Jack, é mais caladão, mais sério e durão, enquanto na série é mais simpático e extremamente educado.
Por fim, é uma ótima leitura, tem algumas poucas partes hot que pulei porque não fazem o meu estilo, tem uma leitura fluida (algumas vezes eu cheguei a ler 60 páginas sem nem perceber), ótimos diálogos, personagens muito interessantes, alguns vilões e um bom enredo.
Recomendo!