A criança em ruínas

A criança em ruínas José Luis Peixoto




Resenhas - A Criança em Ruínas


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Mariana Dal Chico 16/10/2018

“a criança em ruínas” foi um desses livros que quis prolongar a companhia pelo máximo de tempo possível, ao mesmo tempo em que tive que controlar a ansiedade para não ler todas as poesias em um só suspiro.

josé luis peixoto me conquistou com seu “morreste-me” e suas poesias vieram para ficar marcadas em mim por toda vida.

O tema principal continua sendo o luto.
Dividido em 3 partes as palavras estão ali após uma seleção criteriosa e demonstra exímio domínio da língua portuguesa por parte do autor.

estou sozinho de olhos abertos para a escuridão. estou sozinho.
estou sozinho e nunca aprendi a estar sozinho. estou sozinho.
sinto falta de palavras. estou sozinho. estou sozinho.
sinto falta de uns olhos onde possa imaginar. estou sozinho.
sinto falta de mim em mim. estou sozinho. estou sozinho.
estou sozinho.

site: https://www.instagram.com/p/BlfepsHHHmq/
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Wal - Ig Amor pela Literatura 01/02/2019

Ausências.
Em "Morreste-me", José Luís Peixoto falou da partida do pai e de toda saudade que nasceu daquela ausência - as lembranças morando em todos os vãos da casa, memórias andantes que nunca param de reverberar dentro alma de quem fica.

Em "A criança em ruínas", o autor aborda mais uma vez o luto, a saudade, o silêncio de tantas solidões..., mas dessa vez em forma de poesias. Esse livro, de certa maneira, trava um diálogo com o "Morreste-me", pois Peixoto traz, novamente, seu pai a caminhar entre seus versos carregados de nostalgia. Contudo, o que fala alto nesses poemas, é o desenrolar de uma vida que se mostra como as ruínas de um sonho projetado na infância. Tudo que foi deixado e nunca mais voltará: as alegrias das brincadeiras, os amores perdidos, a família que vai se separando para nunca mais se reunir na sua composição original. De verso em verso todos os sonhos vão desabando pelo caminho.

_______"quem pode esquecer as tardes, se os ramos das laranjeiras eram inesquecíveis? cada palavra possui um palmo desse quintal infinito"_______

Mas o primeiro poema do livro, que também faz parte do livro "Cemitério de pianos", traduz, de maneira inigualável, toda a força trazidas pelas memórias.

_______"na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha casou-se. depois, a minha irmã mais nova casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco, menos a minha irmã mais velha que está na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco."_______

Livro lindo, como tudo escrito por esse autor português. Recomendo muito!

site: https://www.instagram.com/amor.pela.literatura/?hl=pt-br
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Tamires 24/07/2019

A criança em ruínas, de José Luís Peixoto
A criança em ruínas é uma leitura que retoma, de certa forma, o sentimento exposto em Morreste-me. José Luís Peixoto mais uma vez demonstra, com toda a sensibilidade que lhe rendeu diversos prêmios literários, a beleza que ocorre quando os versos encontram o sentido no simples, em exprimir a humanidade das coisas.

“Na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.” (p. 10)

“felizmente, há os versos, último esconderijo da pureza.
porque o destino são os versos e os pombos que cruzam
o céu em círculos que sempre regressam.” (p. 25)

“eram as estrelas, caminhante,
o mapa que não soubeste decifrar
mas vais continuar e continuar
perdido para sempre.” (p. 45)

“(…) o amor é saber que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer. (…)” (p. 48)

Em A criança em ruínas, juntam-se ao luto as reflexões sobre a infância, o saudosismo, o amor e a dor de viver. É um livro espelho, fatalmente (ou não) o leitor se reconhecerá nos versos de Peixoto.

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-a-crianca-em-ruinas-de-jose-luis-peixoto/
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Elaine | @naneverso 27/02/2020

É um belíssimo juntar de palavras ? poucas, objetivas, sentidas. Uma vida inteira se cria em nossa mente com apenas algumas estrofes.

Alguns poemas cativam mais que outros, claro, mas é uma obra completa sobre sentimentos ao longo da vida, ainda que não apresentados de forma linear.
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Eloiza Cirne 21/03/2020

Sobre delicadezas...
"... entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas..."
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AnnaFernani (@maeefilhaqueleem) 09/04/2020

O principal tema dos poemas de a criança em ruínas é sobre o luto, percas, saudades e faltas, por isso ele tem uma pegada bem melancólica, triste e q te faz refletir, ou seja, apesar de ser um livro pequeno, a sua leitura não é rápida, já q alguns eu tive q reler p/ ter uma melhor compreensão.
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Peleteiro 20/11/2020

Entre lirismo e cigarros
Terminei o livro viciado em nicotina. Haja cigarro pra descrever tantos momentos e sensações, rsrs. Brincadeiras à parte, confesso que esperava um pouco mais da obra, sobretudo depois de ter lido o seu sucesso, ?morreste-me?.

Nesta obra, muitas vezes encontrei um lirismo sensível, porém, na maioria delas, me senti lendo versos de um poeta que se diz melancólico, mas, na realidade, apenas enfrenta a junção de tristeza e tédio inerente aos moradores de prédios das grandes capitais. Bem escritos, mas chatos. O clichê do poeta contemporâneo de ?estar sumindo? parece estar presente a cada poema.

Penso que o livro ganha força na parte final, quando o autor começa a falar do amor e do oceano.
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Lusia.Nicolino 29/12/2020

O encanto da poesia portuguesa
Gosto de pensar no que vem depois da ruína. Porque daí pode emergir coisas boas. Onde houve uma casa, uma parede e um piso, na rachadura, pode surgir uma flor. A flor de mato é sempre tão acanhada porque tem excesso de humildade quando, em verdade é, às vezes, tão mais bonita que a flor ricamente cultivada em jardim.
Mas, não é disso que Peixoto fala. Como diz Pujol Filho, Peixoto redimensiona as etapas da vida. Tem um olhar nostálgico para a infância, um certo desencanto com o presente e uma premência para falar de alguns amores que já se perderam. Lançado originalmente em Portugal, em 2001 – um livro de poemas onde a letra p não é a primeira letra da palavra poema e que, para descobrir qual é, você precisa abandonar-se ao universo particular de Peixoto. A grandiosidade que ele tira da pequena aldeia onde cresceu atravessa o oceano e nos alcança. Que sorte a nossa. Dele, nunca deixo de recomendar Morreste-me e Galveias.

Quote:
“...recordas mãe como morreu
como acabaram os domingos e as manhãs
para nunca mais ser domingo
ou manhã no silêncio do nosso quintal?”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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inasantos 31/03/2021

Não estou acostumada a ler livros de poemas, mas mesmo assim consegui sentir o peso da ruína da infância (conforme o título).
Interessante!
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Andressa Klemberg 02/12/2021

Amo José Luis Peixoto
O autor é incrível em nos mostrar suas emoções, seus poemas são profundos e universais. Adoro a escrita dele e estou ansiosa pra ler Morreste-me
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mardelivross 07/01/2022

Bonito
Bonito, pesado e profundo...
Mas não me conectei tanto com os poemas...
Quero ler os romances dele!
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Bairral 26/01/2022

Leitura que pede releitura
Livro para ser relido e relido no jardim em voz alta.
Bom livro, mas demorei pra pegar o ritmo dos poemas e isso exigirá nova leitura.
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