Butakun 19/07/2020
Não é bem da minha laia, mas...
Adoro os clássicos, e de tudo quanto é gênero, mas terror nunca foi algo que me atraiu, fosse no cinema, na tv ou, como é o caso em questão, na literatura. Está bem, Ann Radcliffe, embora seja considerada a "grande mãe" da literatura gótica, e também tenha a mão cheia quando o assunto é descrever cenários e ambientes e criar tramas cheias de reviravoltas, está bem longe de escrever terror propriamente dito, ao menos nesse "Romance Siciliano". O enredo em si é bem legal, e tem um final que compensa os infortúnios dos protagonistas que vimos por quase toda a obra, mas a velocidade da narrativa me incomodou um pouco, porque é muita coisa acontecendo em intervalos bem pequenos de tempo (o livro é bem curto, o que talvez justifique essa correria, não sei), bem como alguns breves saltos temporais pouco explicados, o que faz com que certos buracos na trama surjam aqui e acolá (mas nada muito sério). Em resumo, vale a leitura, e isso tanto pelo peso que ele tem na história da literatura como também por ser uma das poucas oportunidades de lermos Radcliffe por aqui (o único outro romance dela com edição brasileira é "Os Mistérios de Udolpho", pela editora Pedrazul - que tenho, mas ainda não li). Sobre essa edição em si, feita pela Novo Século para o seu clube de ficção especulativa, o Escotilha_NS, cabe dizer que é bem razoável quanto à diagramação (mas não gostei) e possui um projeto gráfico um tanto inovador (mas justificado, de acordo com a revista que veio junto com o livro), mas que também não me agradou muito. Já a revisão... vixe. Notei vários e vários erros de concordância e outros tantos de digitação mesmo. Espero que melhorem esses aspectos no próximo livro do clube, previsto para esse mês (julho/2020).