Andre.Crespo 22/06/2010
Ficou a desejar
Não tinha a intenção de ler tal livro agora. Só o peguei pois havia perdido o outro que estava lendo - "Passeio ao Farol", que recuperarei - e me decidi por ler esse. Não tinha nada a perder, e afinal de contas, dizem que o filme é sensacional. Entretanto, o livro não é o que se pode chamar de "sensacional".
Como todo beste seller, "Tubarão", livro lançaado em 1974 por Peter Benchley, é calcado numa história simples - um tubarão que assola uma cidadezinha - e em vários, mas muitos diálogos, tornando a narrativa muitas vezes cansativa, apelativa demais. Claro que se esperam diálogos de um livro - ou filme - mas eles não devem ser o cerne deste; pelo contrário, devem apenas servir como uma "complementação" ao todo do livro.
Suas descrições são também muito mecânicas, feitas como se fossem obrigações. Elas não saem naturalmente, e além disso, são muito repetitivas e superficiais. Não saem muito do lado de como a pessoa é ou como está se vestindo, ou seja, o lado psicológico do personagem, o mais interessante, foi meio que deixado de lado.
Algo que me irritou muito foi a fuga total, as vezes, do assunto principal da história. Por vários momentos esquecia-se completamente do peixe selvagem para se tratar de casos que não interessavam em nada ao leitor. Talvez servisse como uma distração a quem se está lendo, mas penso isso ser totalmente desnecessário.
Os poucos momentos bons do livro se ateram às descrições dos ataques do "maldtito" tubarão branco. Foram descritas como uma certa crueza que me agradou. Se o senhor Benchley se atesse mais aos assuntos "tubaronísticos", a narrativa seria muito mais interessante. É uma pena, pois se melhor tratado, o livro soaria bem melhor do que o foi.
Espero que valha a frase de Hitchcock em que dizia que "Livros ruins fazem bons filmes"; que Steven Spielberg tenha se servido disso e que seu filme, de nome homônimo, de 1975, e que tenha sido tão bom quanto espero ser. Quanto ao livro, com certeza ficou a desejar!