Amanda 12/10/2015“Tentou alcançar seu pé direito, boiando com a perna esquerda para manter a cabeça acima d’água. Ela não conseguiu encontrar seu pé. Buscou sua perna mais acima, então foi tomada por náuseas e tontura.” Pág 21
Provavelmente muitos de você já viram o filme Tubarão (Jaws), dirigido pelo Stephen Spielberg, lançado em 1975. E, como eu, talvez nem sabiam que o filme era na verdade baseado em um livro!
Pois é, essa é uma grande mancada minha, que a Darkside anda corrigindo bastante desde que começou a lançar seus livros.
Eu nunca vi o filme inteiro. Me lembro de poucas cenas, de quando euo vi quando era criança, e lembro que eu morria de medo. Mas no começo do livro desta edição da Darkside há um pequeno prefácio escrito pelo autor, onde ele mesmo fala que se você já viu o filme, precisa esquecê-lo, pois é bem diferente do livro em si.
O livro se passa em uma pequena cidade de veraneio em Long Island, chamada Amity. Pequena mesmo, com uma população de um pouco mais de mil habitantes, mas que nos 3 meses de verão passa para quase dez mil. Uma cidade que depende completamente do verão e dos turistas para ser sustentada o resto do ano.
“A comida pode até matar, mas é também o que faz da vida um prazer.” Pág 45
E tudo isso é posto em risco, quando uma jovem acaba sendo estraçalhada no meio da madrugada, enquanto tomava banho no mar. O chefe de polícia, Brody, prontamente é avisado do ocorrido. Havia quase duas décadas que não havia uma morte por ataque de tubarão nas redondezas, mas o legista disse que não havia dúvidas de que havia sido um animal muito grande que fizera aquilo, provavelmente um tubarão branco.
Brody, apreencivo com a possibilidade disso acontecer de novo, decide fechar as praias, para que o animal fosse embora sem causa mais danos. Mas a cidade tinha outra opinião sobre isso. O prefeito e o Conselho da cidade, assim como o chefe do jornal, precionam a polícia para que isso não aconteça. Fechar a praia no começo do verão, tão perto do feriado de 4 de Julho, poderia ser horrível para a publicidade e os turistas não viriam – eles passariam aperto o resto do ano. Não ouvindo seus instintos, Brody acaba cedendo a pressão.
Até que mais duas mortes são registradas, uma delas sendo de uma criança. Brody acaba sendo o bode expiratório, e todos começam a culpá-lo por tudo.
O livro tem uma escrita super gostosa e fluída, tanto que o li em um dia. Você pensa que ele falará exclusivamente sobre o tubarão e a caça a ele, mas não é bem assim. A narrativa mostra como uma pequena cidade de veraneio funciona, e a pressão política-econômica que as pessoas sofrem porque esse tubarão simplesmente cismou em não seguir as regras da natureza.
Com todo esse desespero de mandar o tubarão para o mais longe possível, o mais rápido possível, chega na cidade Matt Hooper, um especialista nesse tipo de peixe. Por coincidência, ele também é irmão mais novo de um ex-namorado de Ellen, mulher de Brody. Ellen era uma veranista, que em um verão em Amity acabou se apaixonando pelo policial local e ficou na cidade. Rica, ela ainda não se acostumara totalmante à vida naquela cidade, mesmo tendo tantos anos se passado. Com a chegada de Matt, ela acaba relembrando de como era ser uma veranista, o que trás sérios problemas em seu casamento.
Tubarão é um livro sobre uma cidade em ruínas, e não apenas sobre um peixe assassino, mas que ainda te faz ter uma taquicardia nos momentos de tensão.
“Intelectualmente, eles sabiam bastante. Praticamente, escolheram saber quase nada.” Pág 57
O filme realmente não tem muito a ver com o livro. A única coisa semelhante é o fato de uma pequena cidade de veraneio estar sendo atacada por um tubarão branco que não deveria estar ali.
Toda a intriga política e romântica que acontece no livro, não existe no filme, o que, para mim, deixou o filme muito monótono – pois só se tratou do tubarão o tempo todo. Claro, levei uns puta susto porque eu me assusto super fácil, mas os últimos 30 minutos, que só se passam em um barco, pareceu durar uma eternidade.
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