A Consciência de Zeno

A Consciência de Zeno Italo Svevo...




Resenhas - A Consciência de Zeno


61 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Ygor Gouvêa 07/08/2020

Humano, demasiado humano.
Grande obra. Seu grande mérito está em sua estrutura narrativa, em sua riqueza psicológica, não só do personagem mas no que diz respeito a todo o jogo de relações sociais e suas contradições, nos mais mínimos detalhes, vícios e manias, na "psicopatologia da vida cotidiana", pra citar Joyce. Toda a história é contada pelo prisma narrativo de Zeno, que é o narrador personagem. Ele busca se analisar, valendo destacar que tudo é contado anos depois do ocorrido, o que naturalmente acarreta maiores distorções e valorações, para além de simples perspectivismos. Zeno tenta se entender a partir de suas relações, do que ele consegue colocar em palavras e muitas vezes não entende bem os motivos de suas ações acometidas por impulsos, mas por outro lado expõe brilhantemente suas contradições, fugas e autoenganos. O relato possui seu natural caráter de incerteza, exigindo que o leitor seja mais ativo durante toda a leitura. É realmente brilhante. Através de suas relações Zeno também faz uma grande exposição dos absurdos e hipocrisias da vida burguesa, da qual faz parte. Ele é de fato humano, demasiado humano.
Silvana (@delivroemlivro) 07/08/2020minha estante
Coincidência: também usei Nietzsche em comentário no Twitter quando li (em 2016): "Zeno: tão humano, demasiado humano. Livro bem interessante, recomendo!"


Ygor Gouvêa 07/08/2020minha estante
Coincidência mesmo! Não tinha como não usar.




Renata1004 31/07/2020

"O Romance é o diário de um universo obsolescente colhido pela via humorística da autoexibição" - Alfredo Bosi
Na Obra " A Consciência de Zeno", livro em que o personagem narra as memórias da sua vida, das quais são contadas como plano de fundo. São escritas, e assim destacadas da sua consciência, o auto julgamento e juízo de valor sobre as suas ações, pensamentos, intenções e decisões de forma jocosa e hilária. Sem se desviar do propósito que guiou o personagem a escrever sua própria narrativa: o vício do fumo.

No Romance de Ettore Schmitz, ou Italo Svevo como é conhecido, o personagem Zeno Cosini se afirma como um doente, viciado pelo fumo, e incapaz de largar o hábito. Que constantemente se designa a deixar. Anotando em seu diário datas definidas como o "último dia do uso do cigarro".

Esta biografia do personagem foi inusitadamente incentivada pelo seu psicanalista. Que por vingança à Zeno, pelo fato de este abandonar o "tratamento", (ponho essa palavra em aspas, consoante a crítica narrativa acerca da psicanálise, e da sociedade em geral, da qual o livro abarca, e da qual explicarei adiante) publica seu manuscrito com expectativa de que Cosini, volte às suas consultas, mesmo depois de este receber o veredicto de "curado" pelo próprio médico.

Em sua biografia, Zeno divide as experiências da sua vida em 7 partes, tirando o prefácio do qual o próprio psicanalista se encarrega de escrever. Eis tais capítulos: O primeiro é o "Preâmbulo", em que Zeno aborda e descreve memórias da sua infância, à luz da sua consciência. No segundo, "O Fumo", Zeno inicia a narrativa de como começou sua trajetória com o vício. Nesta tem a participação de memórias sobre o pai do personagem, com o qual tem uma relação afetuosa porém distante, das quais são descritas de forma irônica e sempre autocritica. Em seguida o capítulo " A Morte de Meu Pai", no qual Zeno descreve os seus últimos momentos com o pai, este que se despede de sua vida ao filho, da forma mais hilária possível. ( eu ri muito com a cena descrita ). Na quarta parte, o protagonista conta a história do seu casamento. Em que conheceu a família Malfenti: seu Giovanni, esposa, e suas quatro filhas. Que dentre estas, Zeno escolhe para casar, ou melhor, é escolhido, visto que em seu anseio pelas duas filhas, bem afeiçoadas de seu amigo Giovanni: Ada e Alberta , se atropela em suas próprias decisões, e da forma mais hesitante e aleatória, é escolhido por Augusta a segunda filha mais velha.

Nos capítulos posteriores, Zeno Cosini, aborda acerca da sua relação com sua esposa e amante. Seu envolvimento comercial com Guido: cunhado, amigo, e rival pelo qual, Zeno é convidado a estabelecer uma sociedade comercial. E por fim, o mesmo descreve suas experiências e suas opiniões pessoais, acerca da Psicanálise, esta que o levou a narrar fatos da sua própria vida, e que o fez fazer reflexões, da bondade ou maldade inerentes a si próprio, a partir da análise de sua consciência e memória.

A obra como já dita antes, é basicamente hilária, em algumas partes. Visto que Zeno, se analisa e se percebe, em suas memórias, como um doente. Mesmo já tendo visitado um médico e comprovado sua sanidade. Desta forma, ao longo da sua vida, segue-se Inventado doenças. Sendo considerado por si mesmo, alguém dominado pelo fumo, e intoxicado. E como um último acesso de designação a abandonar o vício, busca ainda na velhice consultas ao psicanalista.

A partir da narração do protagonista, podemos perceber o quão dissimulado, volúvel, frágil e desiludido Zeno é. Ao longo da sua vida o personagem descreve ações, intenções e decisões que são avaliadas pela sua própria consciência e que são atribuídas, por si mesmo, à sua fraqueza de espírito, porém, a partir de seu estilo de vida. O autor, ao final da obra, nos traz alguns questionamentos, acerca da vida, da mente humana, e do seu comportamento. Afinal, tudo é doença?

Após receber a cura do dito médico, é incentivado por ele, a passar por um processo de reeducação. Neste último procedimento, Cosini, já não acreditava mas no profissional, que após afirmar sua cura, disse-lhe, que a doença e a cura, eram basicamente coisa da mente, e em quê Zeno acreditasse, assim aconteceria. Com cômica revolta, o fumante afirma: " No entanto o idiota nem sempre me tratou como se estivesse intoxicado. A prova está inclusive na reeducação preconizada por ele para curar-me da doença que atribuía ao fumo. Eis as suas palavras: o fumo não me fazia mal e, se me convencesse que era inócuo ele realmente passaria a sê-lo."

Para este, a psicanálise se tornou basicamente, uma piada auto dita. E em sua biografia seu senso crítico sobre si mesmo,em que se pergunta já em sua velhice, sobre a moral e da bondade ou maldade inerente a seu ser. Sua forma infantilizada, e suas reflexões sobre sua própria consciência, nos faz rever o comportamento humano, com outros olhos. Não pelos comportamentos predeterminados como bons, pela civilização. Mas por um humano tão atual, e cheio de erros, que é o persona protagonizado por Zeno Cosine, do qual o autor se utiliza para trazer um senso de reflexão, não apenas da psicanálise, mas a comportamentos humanos desde a sociedade da época. Que nos limita, e nos enquadra, a uma constante evolução: da inteligência e do uso de artifícios, que objetivam nos "melhorar".

Diante de suas reflexões, Zeno afirma:

" A vida assemelha-se um pouco à enfermidade, à medida que procede por crises e deslizes e tem seus altos e baixos cotidianos. À diferença das outras moléstias, a vida é sempre mortal. Não admite tratamento. Seria como querer tapar os orifícios que temos no corpo, imaginando que sejam feridas. No fim da cura estaremos sufocados."

"...Qualquer esforço de restabelecer a saúde será em vão. Esta só poderá pertencer ao animal que conhece apenas o progresso de seu próprio organismo. Desde o momento em que a andorinha compreendeu que para ela não havia vida possível senão emigrando, o músculo que move as suas asas engrossou-se, tornando-se parte mais considerável do seu corpo. ...Desconhecemos as transformações por que passaram alguns outros animais, mas elas certamente existiram e nunca lhes puseram em risco a saúde." (Neste trecho, percebemos a tendência ao Lamarckismo da época).

" O homem, porém, este animal de óculos, ao contrário, inventa artefatos alheios ao seu corpo, e se há nobreza e valor em quem os inventa, quase sempre faltam a quem os usa. Os artefatos, se compram, se vendem, se roubam e o homem se torna cada vez mais astuto e fraco ( A consciência de Zeno, p. 390-391)."

" Mas que psicanálise, que nada! Sob a lei do possuidor do maior número de engenhos mecânicos, continuarão a prosperar doenças e doentes (La Conscienza dí Zeno, p. 519)."



comentários(0)comente



Cindy 08/10/2023

Durante toda a leitura me descobri fascinada por Zeno, um canalha incorrigível, além de bem humorado e sarcástico. Sobre o nosso herói me interessa especialmente sua humanidade, sobretudo, evidenciada por todas suas escolhas e ações questionáveis, justificadas também das piores e mais infames maneiras possíveis, o que me deixou uma sensação de curiosa familiaridade.

As relações e impressões de Zeno me são únicas: desde seus relatos sobre a morte do pai, sua relação com as mulheres Malfenti, a forma com que lidou com seus vícios e até seu estranho vínculo com o cunhado Guido.

Sobre esse último gostaria de registrar a sutileza do amor fraterno que existia entre ambos, iniciado pela disputa amorosa e que culminou em uma amizade gostosa de acompanhar, sendo que esse amor não foi levado em consideração senão pelo próprio Zeno, que de fato amou seu amigo até o último momento, mesmo que não tenha comparecido ao seu velório (a cena em que ele e Nilini se enganam com o cortejo fúnebre é memorável!).

Amei, odiei e me encantei com todos os absurdos de Zeno, que me divertiram desde o início ao fim!
comentários(0)comente



jota 06/06/2014

Zeno Cosini, triestino inesquecível
O livro de Italo Svevo (1861-1928) - nascido Ettore Schmitz em Trieste, então possessão austro-húngara até 1918 - sempre aparece entre as obras literárias mais importantes do século XX.

Na famosa lista da FSP de 2006 ocupa um honroso vigésimo lugar entre cem obras. Na sinopse da FSP ficamos sabendo que “após várias tentativas malogradas para deixar de fumar, Zeno Cosini segue o conselho de seu psicanalista e decide escrever a história de sua vida, fazendo um retrato impiedoso da burguesia italiana.” É exatamente o que ocorre.

Bem, esta é a segunda vez que leio o livro, que me impressionou bastante, e no meio houve uma viagem para conhecer Trieste, onde Svevo nasceu e morreu. Cidade do norte da Itália mas que por sua história difere um tanto do restante do país. O autor é cultuado na cidade, claro, e foi lá que fiquei sabendo que ele fora aluno de inglês de James Joyce na Berlitz School local.

Svevo teve em Joyce não apenas um professor e amigo mas um grande incentivador (há troca de correspondência entre os dois atestando isso)para que continuasse a escrever sempre. Svevo não fez sucesso entre o público leitor enquanto viveu, apenas depois de morto é que foi descoberto e valorizado pelos críticos literários do mundo todo.

Depois de A Consciência... quis ler, e li em sequência, outras duas obras de Svevo, Uma Vida e Senilidade, que se não são tão notáveis quanto A Consciência de Zeno, são bastante interessantes. O romance, publicado em 1923, é considerado inovador pois incorpora as descobertas da psicanálise naquela mesma época. Não por acaso, Svevo traduziu para o italiano os primeiros ensaios de Freud sobre o sonho.

Os estranhos sonhos de Zeno ocupam várias páginas do livro onde ele disseca toda sua vida familiar, afetiva e sexual. Expondo os processos interiores da consciência, Zeno desnuda o ambiente convencional da burguesia de seu tempo. Então o livro é daqueles em que há muito pouca ação e um máximo de reflexão.

Percorre quase toda a obra uma história de amor impossível, entre Zeno e Ada, irmã de sua mulher, Augusta, situação que explica muito do comportamento, do modo de Zeno ver as coisas. Eis o que ele pensava da própria mulher antes do casamento: “(...) se Guido [então noivo de Ada] se mostrasse um pouco mais atento, teria percebido que eu não estava assim tão enamorado de Augusta. Falei do que achava mais interessante na figura dela, ou seja, de seu olho estrábico, que de tão torto fazia pensar que o resto do corpo estava fora de esquadro.” Humor negro?

Se vê a futura mulher assim, se se lamenta de várias coisas, Zeno é frequentemente irônico em suas observações e até mesmo trata com certa graça (ou humor) os negócios decadentes de uma firma onde atua como contabilista [Svevo foi bancário], propriedade de seu cunhado e sócio (o mesmo Guido citado antes), no longo capítulo sete, apropriadamente chamado de História de uma sociedade comercial.

E aqui vai um pequeno trecho do que o pensamento de Zeno podia abarcar, entre tantas coisas que tinha em mente: “Falta aos peixes qualquer meio de comunicação conosco; assim, não conseguem despertar a nossa compaixão. Abocanham a isca mesmo quando estão sãos e salvos na água! Além disso, a morte não lhes altera o aspecto. Sua dor, se existe, permanece perfeitamente oculta sob as escamas.” Que peixes mais inexpressivos, não?

Guardadas as devidas proporções, me pareceu nesta segunda leitura que, em certos momentos, Zeno Cosini mantém parentesco literário com o também inesquecível Joseph Marti, personagem de O Ajudante, de Robert Walser.

Relido entre 20/05 e 04/06/2014.
C. 14/07/2016minha estante
Muito boa a resenha. Acabo de ler pela segunda vez também, e fico com a impressão que a maior riqueza do livro é essa riqueza humana de zeno, dessa mistura do mal e do bem, com seu jeito errante que acerta mas que por dentro há outras verdades. Melhor descrição do que é ser humano... difícil encontrar essa narração tão crua e íntima em outros livro.




William LGZ 21/03/2022

"Uma das minhas leituras mais profundas desse ano"
Acabei demorando bem mais do que deveria para escrever essa resenha, mas antes tarde do que nunca então seguirei com minha opinião: A Consciência de Zeno foi uma das minhas leituras mais profundas desse ano. Acredito que ficaria pelo topo até mesmo considerando todos os livros que li!

Embora não tenha sido um tipo de leitura que costume me agradar, que até mesmo se aprofundou longamente por temas que odeio como traição, a forma como os fatos eram narrados e principalmente a psiquê do seu protagonista-narrador, detalhada com esmero, me encantaram demais.

Não dei 5 estrelas por meros detalhes, por achar que certas passagens deixaram a obra arrastada e extensa desnecessariamente e que sua reta final saiu um pouco do tom, embora concluiu de forma triunfal a história de Zeno Cosini. De qualquer forma, é um "livraço" e recomendo a todos os amantes de um bom clássico.
comentários(0)comente



Mawkitas 24/10/2023

Quem atende pacientes tem lá sua cota de Zenos no consultório e, talvez por isso, eu tenha recebido essa leitura de forma morna. A Psicanálise costuma ficar nesse lugar de coisa que não funciona (pois não busca curar nada) e que frequentemente é depreciada com um ardor curioso, como Italo Svevo demonstra com habilidade.
comentários(0)comente



Paula 07/10/2023

Compulsões e autoengano
A história é contada através de memórias e reflexões de Zeno Cosini, relatando suas próprias compulsões e consequentes justificativas. Trata-se de relatos sobre vícios e autoengano. Uma visão profunda e humorística da psique humana.
comentários(0)comente



Otávio 29/08/2023

Espero que o autor se aborreça
Vi este livro na estante, era uma edição de capa azul, totalmente lisa e nada chamativa. Ao ver o título lembrei de ter visto ele em uma desta listas de livros clássicos que tem por aí na internet. Sem conhecer comprei ele despretensiosamente.

De cara, o livro me surpreendeu pelo quanto a escrita é divertida. A primeira página com a "introdução" do psicanalista que publicou as memórias por vingança já me ganhou. "Publico-as por vingança e espero que o autor se aborreça."

O personagem principal é um canalha. E em geral eu gosto de histórias bem humoradas com personagens principais de moral altamente questionável. Ele quase sempre se deixa levar pelos sentimentos mais imediatos. Mesmo na culpa, suas ações desesperadas para "corrigir" seus erros, são sempre muito mais para aliviar o próprio mal-estar imediato do que pensando na pessoa prejudicada.

É um livro deliciosamente engraçado, além de ser interessante ver como o personagem principal manipula seus próprips pensamentos para se justificar. Nos faz refletir sobre as surpresas da vida e como muitas vezes as pessoas simplesmente se deixam levar impulsivamente ou até passivamente diante dos acontecimentos. E apesar do personagem ser extremamente antipático, talvez também valha pensar se em algum momento irrefletido, nós ou alguém que conhecemos acaba sendo um pouco Zeno.

U.S
comentários(0)comente



Cdmm 12/09/2020

Anti herói italiano?
Um livro tão bem escrito, com reflexões excelentes fazem uma experiência incrível o pensamento de um homem absolutamente banal, digo até desagradável. Adorei.
Renata1004 12/09/2020minha estante
Sim! Kk.




Karla Lima 02/10/2021

um desfile exibicionista de quase tudo que os seres humanos temos de pior: da avareza aa inveja, do otimismo conscientemente infundado ao remorso mais compungido (mas que nem por isso leva ao aprimoramento), de mentiras puras e duras a propositos renovados e elevadissimos (que, porem, nao duram), o autoengano, as justificativas descabidas, o egoismo que fere o amiguinho e que travestimos de boa intençao... achei hilario e amargo, mas nao me despertou compaixao - talvez, por fraqueza moral minha?
comentários(0)comente



Gláucia 22/07/2010

É um clássico sim, mas...
...a leitura não flui. No divã do analista vão sendo derramadas as angústias de Zeno, mas não consegui me envolver em seus dramas de vida. Leitura vagarosa.
Jumpin J. Flash 22/07/2010minha estante
Esse é pauleira mesmo. Comprei-o num sebo por um preço irrisório, mas mesmo com toda a grita em torno de ter sido o primeiro libelo antitabagista e sei lá mais o quê, simplesmente não consegui me empolgar pela história. Acho que esse livro eu nem cheguei a incluir na minha lista de abandonados. Esse passou em brancas nuvens MESMO!


Christian 19/02/2014minha estante
E por que necessariamente a leitura tem de ser dinâmica e rápida? Acho que quem quer isso que vá ler um best seller do momento, sei lá. A leitura pode ser cansativa mesmo, mas vale a pena o esforço. Nem tudo precisa ser na velocidade instantânea e enorme da vida de hoje, e nem é isso o ideal.


Gláucia 19/02/2014minha estante
Você tem razão Xtian, melhor eu me ater a minha incapacidade como leitora e ler apenas best sellers. Obrigada pela dica. Abraços :)




Thomas.Jordao 10/09/2023

Um personagem humano, até demais.
Um clássico da literatura, que é escrito na forma de pensamentos do autor, como a um diário, de acontecimentos passados. Com boas doses de ironia e leveza, o livro tem lados bons como as introspeccoes do personagem acerca do fumo e seus relacionamentos, e é engraçado ver como ele está quase sempre errado. Porém, com lados ruins que afetam muito a leitura, que é lenta, e tem como personagem principal um cínico, chato, antigo, que me deu um asco terrível kkkkkk extremamente antipático. Isso me atrasou bastante a leitura, e me levou a um leve desinteresse. Um livro que deixa mensagens importantes como ver que existem pessoas completamente diferentes de você, com pensamentos que você consideraria absurdos, mas que existem, e por muitos! Me decepcionei por ser pouco abordado o tema da psicanálise, sendo reservada mais para as últimas páginas, enquanto que o grosso fica nas memórias do Zeno.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Dávila 04/04/2021

Um verme, nosso parente.
Um incapaz.
Nada de dourar a pílula.
O livro diz o que se passa ou poderia se passsar no nosso inconsciente -e tb dos que nos cercam- através desse sujeito de nome Zeno. Não é bom ficar de frente a esse espelho e de um protagonista longe de ser um herói numa vida comum e nada épica.
Zeno não é um exemplo do mundo corporativo e empreendedor pré e pós pandemia.
Não vale ler? Vale sim. E muito.
Em alguns momentos lembra um pouco "Memórias póstumas de Brás Cubas" (que é melhor pra mim, embora nem isso esteja em questão aqui).
Mas se vc está nessa de distopias ou sagas lacrimosas é melhor passar ao largo.
Imagine uma consulta com seu atual ou futuro psicanalista e embarque.
Não custa tentar.
Eu curti.
comentários(0)comente



Estefane9 12/05/2023

Gostei muito desse livro, mas confesso que enrolei bastante pra ler... tem algumas partes que simplesmente me dão preguiça.
Não é qualquer um que vai conseguir ler esse livro até o final.
comentários(0)comente



61 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR