Neon Azul

Neon Azul Eric Novello




Resenhas - Neon Azul


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Arddhu 16/09/2010

Neon Azul – Uma experiência sinestésica
Coquetel de conforto e desconforto, destilado em um agridoce de sabor etéreo, sinestésico em afirmar seu Azul Neon nas variações de temperatura que atingem desde os picos do gelo Ártico até os fragmentos piroclásticos que se tornam cimento dentro de um homem.

Neon Azul, de Eric Novello, não é um livro em minha concepção, é um reduto de signos catalisadores de histórias de vida e alguns “e se”. Uma experiência que se assemelha a experimentar uma nova bebida, uma droga lícita que você pode comprar sem preocupações.

Totalmente desaconselhado a quem tem problemas em sentir algumas palavras que tocam no regurgitar de sonhos não realizados, ou de fantasias imaginadas, as linhas do Neon se estendem de forma aparentemente solta, conectando-se de forma muitas vezes atemporal.

As entrelinhas que ficam em cada trecho do texto podem assumir algumas bizarrices dependendo do teor alcoólico de quem as experimenta, como foi o caso da leitura da segunda metade deste escrito por esse que aqui escreve.

Na primeira metade senti um resgate estranho de algumas farras memoráveis descontroladas pela intenção e conduzidas pelo sentido, pelo reflexo frente a algumas situações. Qualquer pessoa que tenha praticado durante algum tempo saudável a boêmia moderna irá se identificar com assustadoramente a maior parte das palavras.

O trajeto da segunda parte foi uma imersão ao construto visual, emocional e perceptivo que o Neon oferece a quem encara sua leitura ao sabor de certa ebriedade leve e intencional.

O Homem, o Pelintra não expresso, se torna um ícone inorgânico, confundindo-se em muitos pontos com a entidade materializada no “bar”. Quando li o autógrafo de Eric em meu Neon e lá estavam as seguintes palavras “meio do mal, mas gente boa” imaginei que tinha coisa interessante pelo caminho.

Me perdi um pouco nas ondas musicais de Dionísio e até compartilhei o sabor da sarjeta de Minotauro e Oscar, encarando uma viagem cáustica a um reduto insano cuja lógica se faz branca-panamá com Jéssica ou mesmo Gabriela.

Não sou um bom crítico daquilo que me agrada, mais que relatar o que li, relato as boas sensações do que li. O que desagrada raramente recebe minha atenção e com isso posso concluir apenas uma coisa ruim quanto ao Neon Azul: Podia ser maior!

Longe de querer uma obra enciclopédica sobre a noite e os relatos de inferninhos em uma tônica que flerta levemente com o sobrenatural, alguns contos a mais poderiam transpor alguns outros aspectos desse império notívago.

Deixo expresso meus parabéns ao Eric Novello por seu livro e à editora Draco pela sagacidade em publicar tal obra, sem dúvidas merece ser lida por quem tem, teve ou deseja ter a verve do espírito noturno sintetizada em algumas folhas de papel.
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JotaFF 30/08/2010

A Fantasia Urbana ainda é um gênero pouco explorado em terras nacionais, se compararmos com a fantasia medieval, os vampiros, os anjos, a crescente onda Steampunk. Neon Azul de Eric Novello é um romance fix-up, ou para quem não sabe, onde várias histórias independentes são interligados para contar uma história maior.

A cada capítulo conhecemos algumas das distintas personagens que frequentam o Neon Azul, um inferninho/boate/piano bar no Rio de Janeiro. Cria-se a ideia de que para cada frequentador, o lugar se revela de uma maneira, expondo o que a de melhor e pior em cada um deles. Empresários falidos, advogados inescrupulosos, dançarinas, mulheres, artistas e arteiros, todos servindo aos propósitos misteriosos do dono do lugar.

Com seu terno branco, sapato de bico fino e chapéu panamá, o Homem se aproxima de seus futuros clientes e empregados, pessoalmente ou por intermédio de seu sócio insone Armando, sempre com uma proposta irresistível.

Mergulhamos nas páginas e nos deixamos levar pela prosa atraente do autor, costurando os acontecimentos que nem sempre oferecem uma resposta lógica, como os que envolvem Jéssica, deixando-nos em dúvida do que é realidade e do que é sonho. Interligando o destino de suas personagens, Eric Novello não tem misericórdia quando alguns encontram a morte inesperada na lâmina de uma faca de caça, ou nas balas de um revolver. Temos a certeza de que as consequências sempre são caóticas aos que se deixaram envolver pela luz azulada do neon da entrada.

Ficamos com aguá na boca sempre ao chegar ao fim de um capítulo, ávidos pela próxima personagem que terá seus sonhos realizados ou seus pesadelos materializados nas discrições despudoradas do livro. Muitas perguntas que nos fazemos, não conseguimos esboçar alguma resposta numa primeira leitura. A narrativa fora de uma sequencia cronológica, serve para sentir e ampliar a magia sobrenatural da boate. Todas as histórias nos servem para criarmos nossas próprias imagens do lugar e de seu misteriosos dono.

Com personagens cativantes e marcantes, deixamos o Neon Azul sabendo que o Homem ainda deve estar por lá, com seu chapéu escondendo os olhos, sempre a espera para realizar as fantasias dos que se arriscam a aceitar o seu convite.

Neon Azul é um daqueles livros que não conseguimos largar até o fim. Um grande lançamento de 2010 pela Editora Draco.

(postado também em http://tocajota.blogspot.com)
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igoortc 16/10/2010

Resenha do livro Neon Azul
leia a resenha em meu site: http://www.somoscriativos.com/2010/10/resenha-do-livro-neon-azul.html
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