Caminhos Cruzados

Caminhos Cruzados Erico Verissimo




Resenhas - Caminhos Cruzados


75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Margô 01/03/2024

Contrapontos...e etc e tal.
Genial. Duas dúzias de personagens...rsss, encantos e desencantos a cada revelação.

Foi releitura. E desta vez não tive como não perceber o intricado tecido que compõe a rede social.

Os contrapontos entre as pessoas, as coisas que não queríamos para os personagens; Ricos e pobres trocando serviços, e inutilizando os dias. Os primeiros , por quê não dão conta da futilidade infinda, e os segundos, por ter cada dia como um pesado fardo .
Eu vi cada casa dos pobres como um cenário mais próximo da minha realidade. A vida dos ricos, também foi possível associar... com alguma dificuldade. Mas é uma obra de grande sensibilidade. Preciso revisitar o inesquecível Érico Veríssimo!
E eis que vem um final que é a cara da vida real. Gostei e recomendo.

Viva Veríssimo!
comentários(0)comente



booksdalaus 28/02/2024

Caminhos cruzados
Neste romance, Erico Verissimo narra episódios da vida de duas dezenas de personagens na Porto Alegre da década de 1930 e tece uma crítica incisiva aos desníveis sociais e à hipocrisia moral de nossa sociedade. Com apresentação de Antonio Candido e prefácio de Moacyr Scliar. Leitura obrigatória do vestibular da Unicamp.

Influenciado pela técnica de intrigas entrelaçadas e pela ausência de personagem principal da ficção de Aldous Huxley, Erico Verissimo escreveu Caminhos cruzados, tendo como cenário uma Porto Alegre onde já se confrontavam modernização e miséria, luxo e desencanto.
Sem narrar acontecimentos de vulto, o autor expõe o nervo da fragilidade humana. Sua capacidade de fabulação ainda hoje provoca impacto e lança um apelo à sensibilidade.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Otávio - @vendavaldelivros 10/01/2024

“A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isso, alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance.”

Vez ou outra, em momentos de distração da minha misantropia, me pego olhando para as pessoas na rua e imaginando como são suas vidas. Mais do que isso, como enxergam o mundo e como formam seus pensamentos. Cada pessoa é uma janela que se abre para infinitas possibilidades, mesmo que a esmagadora maioria das vidas, como as nossas, seja um caminho de monotonias.

Publicado em 1935, “Caminhos cruzados” é um dos primeiros livros publicados por Erico Verissimo e foi recebido como um estrondo, levando o autor ao interrogatório policial e marcando em sua carreira a imagem de comunista. Nele, Verissimo narra a vida de dezenas de personagens distintos, em uma Porto Alegre dos anos 30, ao longo de cinco dias (de sábado à quarta-feira).

Inspirado no livro Contraponto de Aldous Huxley, “Caminhos cruzados” não tem personagem principal, apresentando as cenas como elas estão acontecendo. Muitas vezes os personagens se cruzam, mas seguem suas próprias histórias, construindo seu próprio enredo.

A capacidade de construção de personagens de Verissimo era imensa, de tal forma que mesmo em um recorte tão curto e com tantos personagens criados, conseguimos enxergar, entender e conhecer todos. Mais do que isso, conseguimos ver suas almas, suas mágoas e alegrias. E, claro, tudo dentro de um contexto de crítica social única, que o autor sempre fez com maestria.

É impossível não se compadecer das dores da família de Maximiliano, o tuberculoso que conta suas horas para o final ou não odiar o casal Leitão Leiria. Escancarando as desigualdades de uma capital que crescia, Verissimo mostrava como elas impactavam na vida das pessoas, em suas dificuldades de alimentação e moradia. Talvez por isso, por expor a crueldade da desigualdade social, Verissimo tenha sido tão condenado.

Apesar de diferente no estilo, acho uma ótima porta de entrada para as obras do autor, principalmente por mostrar com muita clareza o quanto a desigualdade e a pobreza incomodavam o coração do escritor Verissimo. Espero que incomode você.
comentários(0)comente



Aurélio 16/12/2023

Caminhos cruzados deve ser o meu livro preferido, porque ele caiu em minhas mãos no momento em que eu mais precisava dele, e digo caiu mesmo, porque eu nem conhecia Érico Veríssimo até ver um livro todo encardido no fundo de uma estante em uma biblioteca escolar. Por meio de suas diversas personagens, algumas caricatas, outras imensamente complexas, Veríssimo enquadra todas as nossas personalidades nesse livro? eu acho que é impossível ler esse livro sem se identificar com alguém (ou alguéns)-. Tudo nesse livro coopera pra te mostrar diversos lados da sociedade brasileira da época, há os ricos, os que se acham ricos, os que enriqueceram do nada, os pobres, os que não tem nada? E, no decorrer da história, vários desses personagens se encontram e desencontram. Eu nem tenho como (e nem palavras) para descrever o quão incrível esse livro é para a formação de caráter, parece que o Veríssimo aponta seus erros e joga seus problemas na sua cara. Esse livro é simplesmente sensacional e atemporal.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Pedro.Gondim 19/11/2023

Vidas agridoces, vidas reais
?? Ontem estive lendo a Mansfield ? diz Noel. ? O diário...
Fernanda sorri. Já estava custando virem os livros. Noel não passa dez minutos sem falar em literatara. Por quê? O dia está tão claro, a paisagem tão encantadora? Ela lê também, ama os livros, mas não se deixa escravizar por eles. Primeiro a vida. E se os livros oferecem interesse, ainda é por causa da vida.? (p.170/171)
comentários(0)comente



Luiz 08/10/2023

Agora não sei
Agora não sei se vou conseguir ir aí amanhã cedo pra ver se vai dar certo tenho que ir no médico amanhã cedo pra
comentários(0)comente



Clio0 19/09/2023

Outra obra de Érico Verissimo em que ele brinca com o contraponto, a técnica de colocar várias histórias paralelas que retratam uma mesma ideia, mas não necessariamente uma mesma trama. A ideia principal é como o mundo moderno massacra a arte no Homem.

No desenrolar, somos apresentados a quatros sonhos básicos: o infantil (João Benévolo), o utópico (Noel), o alienador (Chinita), o esperançoso (Clarimundo). Desnecessário dizer que todos são incapazes de conciliar o mundo real com o onírico, afinal o pragmatismo trai a tendência humana à criação e a apreciação.

Incansavelmente, pela família, sociedade e governo, os personagens são sistematicamente atacados com a exposição da realidade, seja ela comer, amar, dormir, pagar as contas. E mesmo obedecendo a essas predisposições, Verissimo faz questão de descrever como ainda assim, com cega obediência, é impossível algo mais do que apenas a mera sobrevivência.

É o quotidiano de mais de noventa porcento dos brasileiros que ao final do dia ainda dizem, como Buarque, "Deus lhe pague".
Leandro.Bonizi 20/09/2023minha estante
Eu tenho esse livro aguardando minha leitura!




jmpearl 01/04/2023

Caminhos Cruzados facilmente seria uma novela das 19:00 e isso é incrível. Além de ser uma leitura fácil, tem personagens muito interessantes. Virgínia é amarga, João Benévolo é inútil, Teotônio e Dodó hipócritas, Eudóxia miserável, Noel patético, Clarimundo avoado...

Achei algumas coisas meio racistas, mas como é um livro dos anos 30 escrito no Sul chega até a ser bem pouco, impressionante
comentários(0)comente



Leonardo Bezerra 22/03/2023

Com o propósito de narrar um trecho de menos de uma semana de vários personagens, Caminhos Cruzados se destaca pela riqueza psicológica de seus personagens e a naturalidade dos diálogos e situações. São poucos os livros que conseguem trazer tão bem a naturalidade nos diálogos como esse conseguiu.

Gostei muito como todos os personagens são miseráveis à sua maneira e como o livro não tem um final específico, em razão de não destacar toda a vida de seus personagens, mas somente um trecho. É o perfeito exemplo do livro que não segue o ideal dos livros lidos pelos personagens João Benévolo e Noel: sem contos de fadas e sim a realidade crua.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



MCRA 07/02/2023

Ótimo.
Publicado em 1935, trata-se de um romance urbano de Érico que nos apresenta a sociedade brasileira de forma bastante crítica, contrapondo a riqueza e a pobreza (em alguns casos, a miséria) e destacando os problemas sociais enfrentados por todas as camadas da sociedade. O livro provocou grande alvoroço em seu lançamento e foi considerado uma obra comunista.
Não há personagens principais, mas vários núcleos que vão costurando a história, se entrelaçando e se cruzando. Cada núcleo tem enredo próprio e suas vidas estão interligadas na comunidade ou no trabalho, porém, há algo em comum entre todas as personagens: apesar de todas as torpezas do mundo, apesar de todas as mazelas humanas, todas elas cultivam um sonho, e essa é a grande beleza do livro.
Em meio a essas pequenas histórias, Érico faz incontáveis críticas às classes ricas de uma Porto Alegre provinciana. Escrito em pleno Governo Vargas, o livro escandalizou a muitos.
"O mundo infinito dos sonhos é tragado pelo mundo finito da realidade." (Érico Veríssimo).
comentários(0)comente



CAcera3 26/01/2023

Caminhos cruzados não é uma história com começo, meio e fim tradicionais. Ela é um recorte de muitas histórias em uma mesma cidade, no mesmo período de tempo que nos mostram realidades completamente diferentes. Você pode pensar: ?tá, é mais um livro sobre desigualdade social?. Porém é a forma como o autor apresenta essa realidade que se destaca nesse livro. É incrível como ele consegue captar tantas situações, sentimentos, realidades diferentes com narrações do cotidiano.
O livro inteiro de passa dentro de 5 dias na cidade de Porto Alegre. Dentro desse curto espaço de tempo e lugar conhecemos muitos personagens e não de forma superficial.
O início do livro demorar um pouco para te fisgar com a história pois os capítulos são curtos e vão de um personagem a outro com muita frequência. Porém quando você compõe o elenco na sua cabeça é quando já está envolvido com a história.
Mesmo sendo uma narração de sua época, Caminhos Cruzados é cheio de alfinetadas no leitor, mostrando tanto a pureza como a podridão dentro do ser humano.
Meu primeiro contato com a escrita do Érico Veríssimo foi muito positiva através dessa obra. Um livro excepcionalmente bem escrito e com reflexões muito necessárias.

Instagram @maecomlivros
comentários(0)comente



Ewerton 03/01/2023

Caminhos cruzados
Adorei a experiência de ler Érico Veríssimo. Não conhecia sua obra. Esse foi o primeiro livro que li dele. Confesso que achei que seria massante, mas é uma leitura bem gostosa. É simples, mas ao mesmo tempo rica de detalhes. Seus personagens trazem personalidades e vida. Você sente com eles. Adorei o modo como as conexões se dão nessa história, ainda que, a princípio, os personagens parecem não se conectarem.

Gostei muito de todos os grupos tratados no livro. Todos com profundidade, espírito e razão de existir. Sobra bem pouco personagem. Todos têm uma função. Uma ligação. Uma visão de mundo, ora distorcida, ora romantizada, ora fria, ora resignada... isso torna todos não apenas heróis ou vilões, mas apenas pessoas.

A parte ruim é que algumas partes pareciam repetições de outras e em determinado ponto eu senti que nada de novo estava acontecendo, mas me enganei em partes, pois até isso é proposital. É como se ele fosse colocando camada por camada sobre as histórias até o ponto em que se cruzam e se separam.

Na real, o livro é muito bom. Me surpreendeu demais. Temos que valorizar mais a cultura brasileira.

Por fim, a história não termina pra quase ninguém (com exceção do Maximiliano...). Isso não é necessariamente ruim, mas instiga querer saber mais. Por exemplo, será que a Chinita vai cruzar com o próprio pai na saída do prédio em que vivem o Salu e a Nanette? A Laurentina vai deixar o João Benevolo e ficar com o Ponciano? São tantas coisas não finalizadas.... aaaaaaa! Só me deixou instigado.
comentários(0)comente



75 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR