spoiler visualizarEduardo 24/02/2024
Releitura dessa obra aqui, numa edição melhor. Adquiri muito mais perspectivas da trama, que da última vez.
Não me proponho a falar muito aqui, mas este livro de Stevenson é, de fato, uma obra-prima.
Para mim, toda a história pode ser tratada como se fosse uma grande analogia à diversos temas da vida real. Como, por exemplo, que na época que foi escrito, era esperado (como hoje) que as pessoas se privassem de muitos desejos e seguissem um determinado papel social, então, o ato do Hyde ser Jekyll, pode tratar justamente disso. Jekyll era muito respeitado e honrado na sociedade, mas, ainda assim, tinha vontades de escapar do padrão social, porque, senão, por qual razão ele sequer teria pensado em criar a separação do Hyde? É então que, através dele, cede à esses desejos, de uma maneira que consegue fazer isso sem ser reconhecido, porque basta tomar a poção e voltar.
De todo modo, a trama nos incita à reflexão de que, apesar de muitos pensarem se tratar uma obra maniqueísta de bom e puro contra mau e impuro, eu vejo que talvez seja além disso; isto é, acredito que o livro nos traga a reflexão de que somos uma mistura de tudo; que temos uma área em que o que seria bom e mau se confunde e é difícil se discernir o que é o quê. Se analisarmos determinados aspectos do livro, vemos que no dr.Jekyll, há o sr.Hyde, e que no sr.Hyde, também há resquícios do dr.Jekyll; ou seja, somos uma constituição de tudo que é bom e ruim.
A obra se tornou um clássico gigantesco sendo adaptada pra mais de 120 filmes, estando presente até mesmo de modo indireto em diversas outras coisas, como até mesmo na criação do personagem Hulk e em episódios de cartoons.
Um livro inovador e inaugurador, que traz, além de todos os elementos que foram reaproveitados por todo o gênero terror/mistério/suspense, um gigantesco tema moral para ser discutido.