Resenhas - Corpos secos

Dayanne.Silveira 15/04/2024

Corpos secos
Uma leitura fluida e fácil, porém que um enredo cronológico muito apressado. Em uma leitura de duas páginas e você vai percebendo que passou semanas ou meses.

Como os personagens foram escritos por diferentes autores, você percebe uma diferença n a dinâmica da escrita, mas isso não me incomodou e não atrapalha na trama central.

Uma proposta bem diferente do que estamos acostumados na literatura brasileira. Gostaria de ver autores nacionais explorando mais esse gênero e trazendo para o nosso contexto.

Para quem não tem tanto hábito de leitura, considero esse livro um ótimo começo, pois além de não ser uma leitura complexa, tem bastante dinamismo o que instiga a curiosidade mantendo a pessoa na leitura.

Aguardo a continuação.

NazaSicil 11/04/2024

Um bom entretenimento com final decepcionante
O livro foi escrito por quatro escritores e eu fiquei muito em dúvida se daria certo ou não. Afinal, acho que deu certo, o livro me prendeu, a narrativa é fluida, o enredo pós-apocalíptico é fantástico. Só achei que pecou no final, talvez propositadamente para ter uma continuação. Deixo já avisado então: o final me decepcionou porque não é um final aberto, tipo "pense o que quiser", senti falta de respostas, deixou muita coisa no ar, virei a página e terminou. Como assim ? Parecia ter faltado páginas na minha edição.

Uma doença fatal, causada por agrotóxicos não fiscalizados (o livro traz cutucadas ao governo), assola o Brasil. Com a denominação de corpos secos, os afetados passam por fases de transformação, tem morte cerebral, mas seus corpos continuam andando, sendo que podem atacar os seres humanos não infectados, como zumbis.

O livro tem 4 personagens narradores: Constância que é engenheira de alimentos e usa seu conhecimento para tentar entender o que está acontecendo; Mateus que é um rapaz aparentemente imune à doença e está sendo estudado com o intuito de se descobrir a cura; Murilo que é uma criança que traz a visão da inocencia no caos e Regina que é uma dona de casa que teve que fugir de sua fazenda à procura de um lugar seguro. A história deles se entrelaça e é de tirar o fôlego.

É muito interessante como vemos o pior do ser humano em todo momento de catástrofe. Estupro, violência, roubo, assassinato, luta pelo poder, abuso do mais fraco. Opressor X oprimido.

Adorei as referências que encontrei por aqui, como o peixinho Baleia, de Murilo, que me lembrou de Vidas Secas, a opressão dos mais fracos de TWD, de Ensaio sobre a cegueira, O nevoeiro, O senhor das moscas. O nome da doença dos corpos secos traz a referencia do escritor do livro Eu sou a lenda.

O livro foi vencedor do Prêmio Jabuti 2021 na categoria
"Romance de Entretenimento" e eu acho que desempenhou bem o papel de entreter. Eu teria dado 5 estrelas se não fosse pelo final abrupto, repleto de pontas soltas.

Bru 09/04/2024

Angustiante
Livro lido pro clube do livro
Retratando uma pandemia e focando nas relações e pessoas brasileiras, foi um livro muito interessante de ler.
4 pessoas muito diferentes, com motivações diferentes, em locais diferentes, sobrevivendo a situações estremas.
É um livro que vai angustiando a cada página que passa, a cada trecho de história. O fim é quase sufocante.
São personagens que sei que ficarão na minha cabeça até o fim, desejando saber o que veio depois.

Natasha.Nogy 31/03/2024

The walking dead brasileiro
Vencedor Jabuti de 2021 foi escrito à 8 mãos: os 4 autores se dividem, cada um ficando responsável por um pequeno núcleo de personagens na narrativa. Mateus é o primeiro ponto de vista do livro e se encontra em São Paulo, internado em um hospital por meses depois de ser infectado pelo vírus que provoca os corpos secos e não apresentar sintomas ? sim, Mateus aparentemente é imune ao que está acontecendo e são seus anticorpos que precisam ser estudados para tentar se levar a salvação de todos. Logo aprendemos um pouco mais sobre ele, descobrimos que ele está tendo um romance com um policial federal que está lá para cuidar de sua segurança e que parte de sua família sucumbiu aos corpos secos: sua mãe faleceu 2 anos antes, mas seu irmão, esposa e sobrinhos foram levados pelos mortos, sendo que ele ainda tem outro meio-irmão, Murilo. Logo o hospital no qual Mateus está internado começa a sofrer uma espécie de ataque com um carro de som com uma voz que pede para Mateus sair do lugar, o que o assusta profundamente (como a pessoa poderia saber seu nome?), mas, além disso, a pessoa dentro do carro blindado parece conseguir, de alguma forma, ?comandar? os corpos secos, o que faz com o que tanto Murilo, quanto o grupo de médicos pesquisadores e policiais, tenha de deixar o hospital para um lugar seguro. E assim começamos a viajar com este grupo.
Também somos apresentados a Murilo, o irmão de Mateus. Ainda criança, Murilo realmente não entende o que está acontecendo no começo. Morando na base militar em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com sua mãe, padrasto e duas meias-irmãs, o garotinho ficou de cuidar do peixe do irmão e mantêm essa promessa por toda narrativa. Sei que muitos podem ficar confuso do motivo de ter uma narração de criança no meio de um apocalipse, mas, a medida que vamos lendo a transformação de Murilo de uma criança inocente em uma criança que viu de perto a morte e coisas que jamais deveria ver, vamos entendendo o peso de seu ponto de vista, a confusão, a dor, a jornada de viajar de sua cidade original até o ponto seguro que todos estão indo.

Ainda temos Regina, casada e morando no interior do Mato Grosso, que começa a ver os primeiros corpos em uma cena horrível de ler, quase que uma cena de um filme se materializando em nossa cabeça. Aparentemente tão centrada em si mesma, Regina é jogada em uma fuga desesperada pela sua própria sobrevivência, saindo de sua zona de conforto e vida bastante confortável para cair na estrada com duas crianças que não são suas e passando por um desespero quase palpável e perdida, até que uma transmissão do governo lhe dá um norte para onde ir ? o mesmo destino para onde Mateus e Murilo também estamos indo.
Por fim, temos os irmãos Constância e Conrado, os dois no Rio Grande do Sul, que começam a jornada com o pai, o qual perdem em mais um ataque dos corpos secos. O relacionamento dos irmãos é o meu favorito, claro: os dois se apoiam e estão juntos na mesma jornada que estamos lendo sobre e com todos os outros personagens. Os dois são pessoas reais, que você lê e se relaciona, e mais uma vez, você simplesmente se apega aos personagens e torce por eles. Constância é lésbica e ainda pensa bastante na ex-namorada ? alias, o livro é repleto de representatividade.
Então, o lugar seguro ao qual todos personagens estão indo é para uma base militar na ilha de Florianópolis (a cidade que me acolheu há alguns anos e que eu amo) onde estão mantendo os corpos secos longe.
A outra cidade que também está sendo usada como cidade como ponto seguro é São Luís, no Maranhão, que também é uma ilha ? Vitória, no Espirito Santo, caiu antes que fosse isolada. As cenas de destruição pelo Rio de Janeiro são impactantes, sem contar toda descrição da Avenida Paulista no meio de tanta desolação.
A estória em si é muito boa, me lembrou muito The walking dead, mas deixai muitas lacunas, perguntas que ficaram no ar. Ficamos sem saber o que acontece com alguns dos personagens, parece que o livro termina antes da estória. Espero que tenha uma continuação para podermos entender melhor o desenrolar de tudo.

Bárbara Machado 23/03/2024

Instigante, poético e reflexivo!
Não sei o que achei mais fascinante nessa leitura, o fato de que foi uma obra escrita por quatro autores e se encaixou perfeitamente, ou a história em si. O conceito tem uma vibe TWD encontra The Last os Us, mas trazido pra nossa realidade brasileira, o que foi original por si só. Os personagens são bem-construídos, mesmo que o livro seja curto, e o texto consegue ser dinâmico e instigante, com cenas de ação e correria, mas ao mesmo tempo poético, triste e reflexivo. Uma leitura incrível, pra devorar (porém sem algumas respostas no final, fica um gancho possivelmente para outro livro). Amei!

Geovanna 12/03/2024

Esse livro simplesmente alugou um triplex na minha cabeçakk as vezes eu estou fazendo NADA em público e me vem a cabeça "mds e se essa pessoa virasse um corpo seco?" enfi livro MUITO MUITO bom com uma ótima história, ótimo desenvolvimento com uma escrita excelente e com um final ruimkkk

catalleeena 29/02/2024

Vencedor do Prêmio Jabuti 2021
Cara, foi uma leitura maravilhosa.

Todas as pessoas que viveram o terror da COVID-19 no Brasil deveriam ler essa obra. Alguns pontos de vista são mais interessantes que outros, claro que pelo fato de serem escritos por diferentes autores, mas em especial, o que me pegou mesmo foi o ponto de vista do Murilo que mexeu muito com o meu emocional. Todo final de capítulo eu parava para chorar e pensar sobre tudo.
O ponto de vista da Regina também foi essencial para o desenrolar da trama, ao meus olhos ela é a protagonista junto ao Murilo.

Muitos não gostaram do final, mas eu apenas interpretei como: o desfecho a gente vê na vida real.
Queria muito uma continuação ou um capítulo extra (e vai ficar só no queria mesmo), pois eu amei muito muuuito essa obra e tenho muitas reflexões sobre muitas situações.

Ingr6d 28/02/2024

Corpos Secos
Narrativa sob o ponto de vista de vários personagens diferentes, uns mais interessantes que outros, mas ler o final de todos foi surpreendente!
Não sei como me aprofundar em tudo em um texto, mas queria muito q o livro fosse maior, achei um final condizente mas queria mt um encontro dos irmãos.
Meu pov favorito de ler foi o do Murilo, vc enxerga ele amadurecendo a cada vez que é a vez dele de falar e como isso é triste vendo a situação que ele se encontra.

Mand 31/01/2024

Às vezes não é preciso continuação
Penso que estamos muito acostumados a ter histórias prontas e que as consumimos sem grandes reflexões ou apegos. Corpos Secos não é assim, e ainda bem por isso. Não só nunca tinha lido um supense ou terror literário, como poucos tinham prendido minha atenção como este livro o fez. O Prêmio Jabuti de melhor romance de entretenimento não é dado à toa e Corpos Secos absolutamente mereceu essa vitória.
Não poderia achar melhor que o meu primeiro, e já favorito, livro de suspense seja brasileiro, da capa até seu último ponto final.

Marcelle.Abreu 24/01/2024

Final horrível
Eu tô incrédula que na hora que a história tá ficando boa o livro simplesmente acaba! E ainda por cima deixa um monte de perguntas sem respostas ?

cintrarafa 21/01/2024

Quando a linguagem não consegue alcançar
Peguei esse livro pra ler despretensiosamente e acabei devorando.

A premissa é a básica de histórias de apocalipse zumbi: infecção, ruína da sociedade como a gente conhece e ruína da moral humana como a gente se acostumou.

Fiquei muito impactada com o segmento da Regina, mas as narrativas que mais me pegaram foram as de Murilo. A falta de linguagem pra descrever o que vê, o que sente, o que lhe dizem, o que lhe tentam explicar. A memória que não teve tempo de calcificar. Nada fica, pois não há palavras no vocabulário dele que mantenha alguma coisa.

O final, realmente, me deixou um pouco chateada, querendo entender o que ficou em aberto; o que se passa em floripa, quem é o pastor dos mortos e o que acontece entre ele e Mateus. Vou ter que ir questionar os autores ou escrever uma fanfic kkkkk

Tata 03/01/2024

Ganhei esse livro de presente e nunca tinha ouvido falar dele ou lido alguma resenha, então não coloquei nenhuma expectativa.

Mas quando eu comecei a lê-lo fiquei apaixonada. Me peguei fissurada por como cada autor trazia o ponto de vista da sua personagem com a personalidade de sua escrita nas páginas, em como eles eram tão diferentes. A ambientação do livro é perfeita e o que ocasionou esse cenário completamente pós apocalíptico foi muito bem construído.

Adorei cada uma das personagens, óbvio que sempre iremos ter nossas preferidas e menos preferidas; me apeguei muito ao Murilinho com seu amigo Baleia no começo do livro, mas confesso que meus capítulos preferidos foram os do Mateus e os da Constância.

Mas estava apreensiva se os autores iriam conseguir desenrolar toda a trama construída em um livro tão curto, com menos de 200 páginas. Agora, vejo que tinham razão em me preocupar.

A partir do meio do livro, o enredo começou a me chatear. Pareciam estar se livrando da maior quantidade possível de pessoas em um tempo muito curto e de forma totalmente impessoal. Acho que isso é normal em livros desse gênero, gênero esses que eu não costumo consumir muito, mas foi algo que realmente me deixou incomodada, então tinha que comentar.

Porém, o que mais me decepcionou foi o final. Foi abrupto e deixou tantas coisas em aberto que eu genuinamente fui procurar se existia um segundo livro, porque pareceu tão errado.

Eu queria saber que fim levou os quatro personagens principais, o que realmente está rolando em Florianópolis, queria ver o reencontro dos irmãos! Queria saber quem era o pastor dos mortos? Qual era o objetivo dele? Por que ele estava atrás do Mateus? Por que o Mateus era imune? O que tinha naquele HD?

Infelizmente, o que eu posso dizer é que foi uma história incrível que se tornou uma decepção frustrante. Pelo menos o Murilo comeu o bis dele no final.

Eliane406 01/01/2024

Qual a probalidade?
?O Corpo Seco remete a uma lenda folclórica brasileira e foi escrito bem antes da pandemia e retrata as reações humanas de forma factual.Vivemos socialmente ocupados e entretidos, sequer pensamos em causas e consequências. E quando tudo desmorona que pensamos na fatalidade e nas providências. Paliativos nunca serão o suficiente quando tudo já estiver consumado, nesse momento só restará o modo de sobrevivência.Tudo parece fictício até que acontece.

A narrativa de Corpos Secos se passa em território brasileiro, é contada em capítulos de personagens, a trajetória de pessoas fugindo de um apocalipse que fica implícito diante dos acontecimentos e dentro de cada situação um modo de agir onde o que importa naquele momento é a sobrevivência da espécie, com poucas informações e contando apenas com a força, a jornada em busca de fugir do pesadelo, com momentos inseridos dentro de acontecimentos que vemos em reportagens de divulgação científica, momentos de angústia.

Contextos pós apocalípticos nos transporta para a reflexão de queda da sociedade, o que o ser humano é capaz de fazer por sua sobrevivência e até onde a humanidade se mantêm dentro dos parâmetros moralmente aceitos. A perda de valores e desapego, o controle, a fé, tudo fica perdido fora da perspectiva de vida.

?"No princípio era o caos e a urgência; vieram então as semanas do medo, mergulhando aos poucos num silêncio moribundo; reina agora a paz da cidade morta.?
(pg. 7)

Gigi.the.reader 31/12/2023

Gente???
Cara, esse livro já estava muito em minha estima já por ser brasileiro, de autores brasileiros, e ainda situado no Brasil.

Agora, após ler, cara... Eu estou alucinada.

Há pontos de vista para personagens diferentes, e que provavelmente alternam os autores também. É muito interessante, pois é possível notar a mudança da escrita acompanhar a mudança da personagem. Isso rendeu uma bela alternância entre ódio e admiração por elas da minha parte.

Eu real preciso de mais dessa história. 192 páginas de romance pós-apocalíptico não é suficiente para saciar ninguém.

Recomendo muito. Não garanto que seja revolucionário ou mesmo que surta em vocês o efeito que surtiu em mim. Mas ainda assim eu asseguro que é uma leitura muito mais interessante do que muito livrinho hypado por aí.

Só aviso desde já que há gatilhos para: estupro, violência extrema, inclusive de crianças e animais.

Esses são os gatilhos que eu lembro, mas pode haver mais.

Ah, e não se apeguem a ninguém ?

carolina :) 27/12/2023

Literatura brasileira sendo a maioral
Essa estória não foi o melhor que já li, apesar disso foi uma experiência incrível, e me senti tão agoniada com tudo, a escrita deixou tudo palpável.
Adorei como os personagens foram construídos, como se cruzaram, e o medo que envolveu toda a situação realmente me afetou.
Algumas coisas ficaram em aberto, mas foi uma leitura que valeu muito muito a pena