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11/08/2023Grandes advogados? Mas quem são eles? Como os contactamos?Josef K., bancário, entrando na crise existencial dos 30 com os dois pés, bem no dia do seu aniversário.
Para não ficar muito tempo presa na confusão kafkaniana, já iniciei a leitura comparando as arbitrariedades do caso com os princípios processuais: esse livro bingou a ausência de todos os existentes no ordenamento jurídico! Não existe legalidade, publicidade, não tem como ter contraditório, nem ampla defesa, porque, simplesmente, ninguém sabe dizer ao menos qual é a acusação de K.
Mas, a obra não se resume à análise pela ótica da justiça, com sua morosidade ou a falta da "duração razoável do processo". É uma crítica ao sistema judiciário e às doutrinas que os governos impõem, alienando a sociedade (os superticiosos) para que não questionem suas decisões, ou, repreendendo qualquer tentativa de rebelação - mesmo que, provavelmente, você não tenha feito nada.
Assim como todo mundo, achei o livro confuso em algumas partes, quase enlouqueci tentando entender o papel do pintor, depois embarquei no pesadelo de Josef K., que é o mesmo de tantas pessoas comuns, que sofrem com o descaso da justiça e a violação da dignidade da pessoa humana pelo mundo. O final é chocante!
Para uma primeira leitura já achei maravilhoso, mas, é aquele tipo de livro que você sabe que numa próxima oportunidade terá muitas outras interpretações!