Um feminismo decolonial

Um feminismo decolonial Françoise Vergès




Resenhas - Um feminismo decolonial


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Katita 16/07/2020

Revelações que engasgam o social
A narrativa é sem rodeios. Não encontra poemas para deciar explícito o pilar do capital, deixando fluir boas ideias em.razao desta, na mão de obra doméstica das mulheres, sobretudo das mulheres negras. Uma fantástica perspetiva da cruel realidade do mundo daqueles enquanto dorme x daquelas que o preparam ao acordar.
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Vivi 16/08/2020

Nesse livro a autora explícita com diversos dados e informações históricas o chamado feminismo decolonial. Afastando-se do feminismo branco, classe média, heterossexual e dos países do norte, a autora trata do feminismo que inclui em suas pautas as mulheres racializadas, as imigrantes, as da classe trabalhadora.
Leitura instrutiva.
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Paisagens Literárias 07/09/2020

Por um feminismo decolonial
A história do feminismo geralmente é contata conforme a experiência das mulheres europeias de forma universal. Entretanto, esse feminismo não questiona o privilégio que dá as mulheres brancas, ele protege práticas de exploração que perpetuam por séculos em favor de seus países. Além disso, reforça histórias individuais, apesar das violências do machismo serem estruturais, inseparáveis de estruturas raciais de poder e de dominação. Esse feminismo branco, em concomitância com uma série de políticas econômicas neoliberais, impôs uma narrativa de que existia apenas um feminismo, o qual possuí valores europeus e cunho civilizatório, o feminismo liberal. Segundo a autora, esse é um feminismo que valida políticas neocoloniais sobre países (semi)periféricos, gerando outros tipos de opressão, não somente a masculina, mas de um povo sobre o outro. Em outras palavras, trabalha em prol do domínio dos países do Norte (Estados Unidos e Europa) sobre os países do Sul Global em uma série de campos, entre eles o econômico e político. Em sua crítica considera que sempre existiram feminismos que formulavam questões intersecionais e dá destaque em sua abordagem para as mulheres racializadas e de diferentes continentes. Segue a citação: "as condenavam a limpar e reparar infinitamente os cacos das vidas estilhaçadas de suas comunidades, mas sem retribuir a responsabilidade aos verdadeiros responsáveis. Por que não reservar um tempo para compreender quem as despedaçou e como essas sociedades foram deterioradas?" (p.76). O que chama de feminismo decolonial, portanto, seria o oposto ao feminismo liberal que desconsidera as desigualdades entre as próprias mulheres e reafirma ideologias racistas e coloniais em prol do capitalismo. Esse é um feminismo que revisa a narrativa europeia do mundo e que “consiste no desafio de quem quer revolucionar a prática cotidiana” (p.7).

site: https://www.instagram.com/p/CE2EGsujBcV/
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Ludmila.Andrade 21/11/2020

Um feminismo decolonial, Françoise Vergès
Esse livro é curtinho mas de uma complexidade e importância incrível. Publicado na França em 2019 e aqui, pela Ubu editora em abril desse ano. Ele é intruso na nossa lista como o manifesto do feminismo para os 99%. E fez todo sentido junto ao percurso de leituras da história das mulheres e dos movimentos feministas que tentamos desvendar nos nossos debates.

Eu nem sei se consigo trazer aqui palavras que expressem a importância desse livro pra mim, que desde a faculdade, tento compreender a opressão racializada, as dimensões de poder que determinam a hierarquia calcada nos padrões da branquitude binário generificada. Fiquei estarrecida demais com a clareza da abordagem dela e a capacidade de sintetização do essencial. Que ao meu ver é combate a hegemonia do discurso, da mentalidade colonialista para a possibilidade de um feminismo decolonial.

É preciso mencionar que mesmo estudando por anos práticas de uma educação antirracista e antissexista, muitas das determinações e sobredeterminações que compõem a manutenção da reprodução dessas estruturas não me foram desnudadas com facilidade e sempre me causaram angustia e raiva por total incompreensão da lógica do sistema. E muito provavelmente, ainda me falte muito a compreender.

Achei ele essencial principalmente por ser direto no quesito da idealização das relações sociais trazido pelo feminismo difundido atualmente. Como sou profissional da educação, devo dizer que penso que, o messianismo da educação obscurece ainda mais nossa capacidade apreensão da realidade. Junto a isso, a deficiência de nossa formação sociológica, filosófica. A muito a caminhar. Paulo Freire sabia disso, talvez por isso tenha sido tão rechaçado pelo conservadorismo reacionário que assola nosso país.

Vale destacar aqui alguns pontos trazidos por ela. A invisibilidade do trabalho do cuidado, o trabalho doméstico racializado. A reprodução social na manutenção do sistema. O feminismo civilizatório cooptado pela lógica do capital. A estigmatização das mulheres muçulmanas, islamofobia. Inúmeros são os exemplos e dados trazidos por ela para discutir o aprofundamento dessa corrente civilizatória pelo "direito das mulheres" que subverte a libertação da opressão sexista de uma cultura para torná-las escravas de um sistema neoliberal.
Também achei importante a referência a narrativa que constrói "heróis", retirando algumas figuras icônicas na luta antirracista deslocando de sua militância comunitária e ligação com a esquerda radical, como Rosa Parks, transformando-as em símbolos branqueados. A possibilidade de qualquer existência, desde que ela seja comercializável. Cooptação das pautas. Enfim, são muitos pontos que o tornam uma leitura imprescindível!

Ando pensando que nada mais urgente nos últimos tempos que a politização dos debates, o resgate da práxis revolucionária.
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Camis 09/01/2021

Fundamental!
Eu sinceramente tive muita dúvida se comprava ou não esse livro, mas quando comecei a ler já nas primeiras páginas me arrependi de não tê-lo lido antes.
Que livro maravilhoso senhoras!
Qualquer mulher que se interesse por teoria feminista precisa lê-lo.
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anaranzi 07/02/2021

Importante
Para quem está começando a estudar feminismo e colonialidade, essa é uma excelente introdução. Para quem já tem outras leituras, acaba sendo repetitivo.
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Carla Verçoza 16/03/2021

A autora levanta importantes questões relacionadas a um feminismo não centrado na mulher ocidental, branca, heterosexual, de classe média.

"A vida confortável das mulheres da burguesia só é possível em um mundo onde milhões de mulheres racializadas e exploradas proporcionam esse conforto, fabricando suas roupas, limpando suas casas e os escritórios onde trabalham, tomando conta de seus filhos, cuidando das necessidades sexuais de seus maridos, irmãos e companheiros."

"Os feminismos de política decolonial não têm por objetivo melhorar o sistema vigente, mas combater todas as formas de opressão. Justiça para as mulheres significa justiça para todos. Eles não cultivam esperanças ingênuas, não se alimentam do ressentimento ou da amargura. Nós sabemos que o caminho é longo e cheio de percalços, porém guardamos na memória a coragem e a resistência das mulheres racializadas ao longo da história. Não se trata, portanto, de uma nova onda do feminismo, e sim da continuação das lutas de emancipação das mulheres do Sul global."
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Nathália 03/04/2021

Necessário
Faz-nos olhar para o próprio umbigo e perceber o quanto o nosso feminismo é elitista, racista e civilizatório. Falta muito ainda para avançarmos e não há como discutir o feminismo sem discutir privilégios e o ataque às raças e culturas orientais.
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Pamela.Christine 01/06/2021

Mulheres invisíveis abrem a cidade...
'Um feminismo decolonial' nos apresenta diversas críticas ao feminismo liberal/civilizatório e às políticas imperialistas, além de demonstrar a necessidade do movimento abordar categorias que se interconectam: gênero, sexualidade, raça, etnia, classe etc.

"[...] sou adepta de um feminismo que pensa conjuntamente patriarcado, Estado e capital, justiça reprodutiva, justiça ambiental e crítica da indústria farmacêutica, direito dos/as migrantes, refugiados, fim do feminicídio, luta contra o Antropoceno-Capitaloceno racial e luta contra a criminalização da solidariedade". (pág. 38)

Também faz críticas ao Estado Francês, ainda com práticas coloniais, e ao feminismo cujo olhar se limita às questões de gênero e se abstém das práticas de Estado e da exploração do capital.

Na segunda parte do livro, a autora aborda a questão limpeza nas cidades, uma reflexão mais do que necessária em tempos de pandemia.

"Escrevi este livro para mostrar que o trabalho de cuidado e limpeza é indispensável e necessário ao funcionamento do patriarcado e do capitalismo racial e neoliberal; contudo, embora indispensável e necessário, ele deve permanecer invisível, marcado pelo gênero, racializado, mal pago e subqualificado". (pág. 11)
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poesividades 06/06/2021

É um livro essencial para desmistificarmos alguns movimentos e o mundo como vemos hoje. Muitas vezes partimos de uma visão inocente dos movimentos de luta que temos hoje, como, por exemplo, o feminismo, e esse livro nos mostra que os movimentos são mais complexos do que imaginamos, e não fogem à dinâmica de dominados x dominadores que prevalece no mundo, por vezes sofrendo do mesmo mal que, em tese, buscam combater.
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Gusma 22/09/2021

Uma ótima introdução ao feminismo
Gente, esse livro é utilidade pública! É ótimo pra quem quer começar nos estudos feministas, já que foge da proposta neoliberal do feminismo branco, normalmente apresentada em livros mais populares. A autora tem uma escrita explícita e didática, que crítica a estrutura da sociedade de forma ampla já que compara realidades de diversos países. As referências ao Brasil doem o coração! Vale demais a leitura.
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Mary Stella 27/04/2022

Para abrir os olhos
Incrível e profunda abordagem sobre feminismo decolonial. Observações práticas sobre a invisibilidade de grupos sociais nas lutas de transformação das relações de poder no patriarcado. Livro para devorar rapidamente e trazer reflexões importantes.
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Geanne 01/05/2022

Feminismo decolonial sob perspectiva francesa.
Com uma linguagem acessível, é possível ver a análise de diversas esferas pelas lentes da crítica ao colonialismo, excelente para quem busca aprofundar conhecimentos de feminismos decoloniais. Neste caso, a experiência da sociedade francesa com dados relevantes. Ótima opção para um conhecimento breve de alguns cenários e pensar suas implicações também no contexto brasileiro.
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Bibliotecadabri 11/09/2022

Um feminismo decolonial
Em "Um feminismo decolonial", Françoise Vergès traz um retrato contemporâneo sobre a realidade das mulheres "racializadas", empregadas domésticas e faxineiras dos países do Sul global. Quem limpa a sujeira que ninguém vê?
O termo decolonial reivindica ainda mais, faz ver a necessidade de denunciar e tornar visível a estrutura atual, porém mascarada: essa estrutura colonial nas sociedades pós-coloniais. A autora repensa o feminismo branco, neoliberal, colonial, racista e civilizatório. Ela expõe o retrato desse feminismo que se expandiu a partir da década de 60 e reivindica a necessidade de mudança. Como coloco em todas minhas últimas resenhas aqui, leitura obrigatória.
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