Irmão de alma

Irmão de alma David Diop




Resenhas - Irmão de Alma


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Vicioouss 05/01/2023

O livro me deixou um pouco confusa, mas ao longo da narrativa comecei a gostar e entender o que aconteceu.
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Glorinha 04/01/2023

Esplendoroso. Para se pensar. Uma oração.
Quando leio um livro muito bom, tenho uma vontade enorme e inexplicável de chorar. Foi assim que fiquei quando li ?Irmão de Alma?, do franco-senegalês David Diop. Obra que merece os prêmios que possui e todas as indicações que eu puder dar.

Tradução muito bem feita de uma narrativa preciosa. Toda a barbárie pouco relatada da primeira guerra mundial, sob uma perspectiva rara de um entre tantos senegaleses que se uniram à França, sem sequer entender o idioma francês, para guerrear contra os alemães.

126 páginas com muitas camadas abordadas de forma poética, sem fugir da verdade. Genial. Recomendo muito.
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Jubs 03/01/2023

Uma história dos impactos da primeira guerra mundial no continente africano contada pelo ponto de vista de um soldado senegalês.
O autor trás uma linguagem simples e ritmada, como uma prece.
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@buenos_livros 02/01/2023

?É isso a guerra: é quando Deus se atrasa na música dos homens, quando não consegue desemaranhar, ao mesmo tempo, as linhas de tantos destinos.?
-
. 01/2023
. Irmão de Alma (2018)
. David Diop ??
. Tradução: Raquel Camargo
. Romance | 126p. | Livro
. @editoranosbr
-
. Uma leitura potente que narra a participação de um jovem senegalês na Primeira Guerra Mundial e os desdobramentos psicológicos da morte do seu melhor amigo em batalha. Reconstruindo a história do protagonista desde a infância, se monta um retrato do personagem e da cultura tribal senegalesa da época, ao mesmo tempo que a sua saúde mental é abalada pelos horrores da guerra levando-o à um cenário de desumanização. Ótimo livro!
. ??????????
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Lurdes 27/12/2022

Alfa Ndiaye e Mademba Diop são dois amigos, mais que irmãos, que saem do Senegal para engordar o exército francês na Primeira Guerra Mundial.

Vão defender uma terra e um povo que não são os seus em uma guerra que não é deles.

Mademba ainda fala francês, mas Alfa, nem isto.
Quando Mademba é atingido e morre de forma bárbara, Alfa é tomado de vários sentimentos, como raiva, desespero, culpa e vai, pouco a pouco sucumbindo à loucura.

O desejo de vingança, a solidão arrebatadora, onde não consegue nem se comunicar com os companheiros de batalha, a violência extrema que o cerca, vão despertando em Alfa uma crueldade que ele nem sabia possuir.

Aos poucos vai acreditando que é mesmo um devorador de almas.

Uma narrativa dura, com violência explícita que escancara o absurdo das guerras em geral e a barbaridade que foi a Primeira Guerra.

Por mais que Alfa cometa atos deploráveis, o único sentimento que ele nos provoca é de compaixão.

A guerra tirou tudo de Alfa, inclusive sua sanidade e acompanhar este processo de deterioração psicológica é dolorido demais.
Surpreendentemente, apesar da crueza da narrativa, a leitura é fluida.
Um livro, um alerta, um lamento, que talvez eu não tivesse lido se não fosse a leitura coletiva com @literatoni
Agradeço a ele a indicação.
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Helder 08/10/2022

A loucura e seus limites
Irmão de Alma é uma das boas surpresas deste ano para mim.
Incrível como em tão poucas páginas o escritor francês de origem senegalesa consegue nos levar para a crueldade da guerra de uma maneira que nos deixa sem chão.
O narrador do livro é Alfa Ndyaie, um negro jovem, belo e extremamente forte, que logo no primeiro capítulo já nos conta como seu melhor amigo, ou o irmão de alma do título, morreu na sua frente na primeira guerra mundial, quando ambos os senegaleses estavam lutando na guerra pela França.
Esta morte causa um trauma tão grande em Alfa que ele se torna um “devorador de almas”, que não vou descrever aqui o que seja, pois, a experiencia de descobrir em que isso consiste é visceral.
Numa guerra existem limites? O que é aceitável e o que pode ser visto somente como maldade gratuita? E quando uma atitude deixa de ser idolatrável e torna-se repugnante? E os limites para brancos e negros são os mesmos?? Qual o impacto de nossas crenças, diferenças sociais e até dificuldade de comunicação em um ambiente de guerra? E como um homem pode voltar normal de uma guerra tendo visto e feito tantas atrocidades?
Diop traz todos estes questionamentos em seu texto e ainda traz belos momentos que nos levam a conhecer a cultura do Senegal, quando Alfa conhece um médico, que com dificuldade em se comunicar, pede que ele lhe faça desenhos sobre seu passado.
Com estes desenhos vamos conhecendo a vida dos amigos antes da guerra até chegar em um final extremamente impactante, que mantem o livro com a gente mesmo após o fechamento da última página.
O que é real e o que é loucura?
Recomendo!


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Leila 07/10/2022

Que livro destruidor!
Tem que estar preparado para ser dilacerado pela crueza da guerra (sempre) e pela nudez da alma do personagem. Forte, real e visceral ❤️
O livro se passa na Primeira Guerra, os personagens são dois irmãos de criação senegaleses recrutados. Um deles morre e o outro "sobrevive" assombrado pelas lembranças do irmão e pela sede de vingança, vira um "devorador de almas" e até seus companheiros passam a ter medo dele. Suas reminiscências são avassaladoras. As histórias e resgates dos povos originários entremeados no contexto vivido torna o livro muito bonito. A linguagem é diferente e pode causar estranhamento, mas eu acho que o livro vale a pena #ficaadica
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Cacá 04/06/2022

Loucura
Livro maravilhoso, surpreende na forma da narrativa forte, sobre a loucura de uma guerra que não pertence ao narrador , mas que consome todos os seus sentimentos.
Fantástico !
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Leila de Carvalho e Gonçalves 17/04/2022

?À Noite, Todos Os Sangues São Negros?
Durante a Primeira Guerra, a França recrutou aproximadamente 200.000 soldados de suas colônias, uma parte sob ameaça de perder suas terras e a outra iludida pela promessa de uma boa pensão e a cidadania francesa.

Em Irmão de Alma, vencedor do International Booker Prize, David Diopp aborda esse assunto, mediante a perspectiva dos ?chocolats?, africanos ocidentais, que tiveram suas vidas ceifadas ou alteradas, defendendo um país que jamais foi deles.

A história é narrada e protagonizada por Alfa Ndaye, um adolescente senegalês, que é convencido por Mademba Diop, seu amigo e irmão de criação, a tornar-se um tirailler, isto é, um atirador de baixa patente do exército francês. Resumidamente, a narrativa expõe como os horrores da guerra podem induzir à loucura, ao apresentar o dia a dia nas trincheiras, onde uns competem contra os outros, estimulados por um capitão que menospreza as vidas até de sua tropa.

?O capitão lhes disse que os inimigos tinham medo dos negros, dos canibais, dos zulus, e eles riram. Estão felizes porque o inimigo do lado de lá tem medo deles. Estão felizes em esquecer o seu próprio medo. Assim, quando eles surgem da trincheira, o rifle na mão esquerda e o facão na mão direita, projetam-se para fora do ventre da terra e colocam no rosto olhos de loucos. O capitão lhes disse que eram grandes guerreiros?, então eles morrem enquanto cantam, competindo entre si loucamente.

Num relato de vocabulário limitado e repetitivo, característico de quem conhece muito pouco o idioma que está falando, Ndyae compartilha primeiramente sua dor e o sentimento de culpa pela morte em combate de Mademba, colocando em pauta a eutanásia ou o homicídio por compaixão. Em seguida, ele revela seu ritual de vingança contra os inimigos, algo tão hediondo a ponto do jovem ser considerado um ?dëmm?, devorador de almas, e temido pelos seus companheiros.

Como ele mesmo reflete: ?A loucura temporária permite esquecer a verdade das balas. A loucura temporária é irmã da coragem na guerra. Mas, quando damos a impressão de sermos loucos o tempo todo, continuamente, sem pausa, aí assustamos, até mesmo os nossos amigos de guerra. Aí começamos a não ser mais o irmão coragem, o enganador da morte, mas o amigo verdadeiro da morte, seu cúmplice, seu mais que irmão.?

A escalada alucinatória de Ndyae conduz a narrativa para um impactante desfecho. Irmão de Alma foi inspirado no romance A Aventura Ambígua, de Cheikh Hamidou Kane, considerado um dos primeiros e mais extraordinários romances filosóficos africanos. Ele está indisponível em português, mas há material na internet para conhecê-lo e realizar a intersecção entre as duas obras, ou seja, a similaridade das trajetórias de Samba Diallo e Mademba Diop. Um assunto que remete a aculturação dos povos originários, aspecto que determina o destino dessas personagens. Inclusive, há uma frase bastante elucidativa do livro de Kane na epígrafe de Irmão de Alma: ?Sou duas vozes simultâneas. Uma se afasta e a outra cresce.?

No limite entre a civilização e a barbárie e com apenas 123 páginas, Irmão de Alma comprova que ?tamanho não é documento?, quando a pauta é a qualidade literária. Ao mesmo tempo, tratá-lo como ficção histórica é desmerecer seu alcance como uma contundente alegoria sobre a monstruosidade da guerra.

Como afirma escritora Micheliny Verunschk: ?O que os senhores da guerra fingem não saber é que não há força alguma que a guerra possa gerar. Nem econômica, nem política, nem pessoal. A guerra é uma ruína. E o que parece força, mais cedo ou mais tarde, revela sua face de fracasso. A pulsão de morte por ela representada é poderosa, claro, mas seus frutos sempre serão podres?.

Boa leitura! ??
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Arthur Sanches 22/03/2022

Leitura rica e maravilhosa! Uma escrita que nos envolve e nos leva a conhecer a cultura senegalesa pelos olhos e pensamentos de um personagem muito bem construído! Com certeza uma leitura que vale a pena
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Toni 10/07/2021

Leitura 40 de 2021

Irmão de alma [2018]
David Diop (França, 1966-)
Nós, 2020, 128 p.
Trad. Raquel Camargo

“Você vai descansar um mês fora da zona de combate e voltará novamente pronto para a guerra. Você deve prometer que em seu retorno não mais mutilará os inimigos, compreendido? Você deve se contentar em matá-los, não em mutilá-los. A guerra civilizada proíbe.” Estas palavras, ditas por um superior ao protagonista do romance, passaram a ser minha obsessão pelo resto do livro. Que belo conto de fadas esse que nos mentem vezes sem conta a história e os homens, sobre “guerras civilizadas”, limpas, necessárias, por Deus, pela pátria e pela família. E que grande ironia apontar no mutilador de cadáveres a monstruosidade, o inaceitável e desumano, quando poucas horas separam a fala acima da próxima ordem que engendrará a carnificina diária das trincheiras.

Irmão de alma é um livro belíssimo, muito merecedor do Booker International conquistado este ano. Centrado na participação de um contingente de senegaleses lutando uma guerra que poucos ali entendem, o romance é narrado por Alfa Ndiaye que anuncia, nas primeiras linhas, a morte no front de batalha de seu amigo “mais que irmão” Mademba. O trauma da guerra, tornado “mais que real” pela brutalidade do assassinato de Mademba, transforma Ndiaye em um sujeito cindido entre a tentativa de elaboração e as perdas dos muitos pedaços de si reconfigurados pela violência. O trauma, entendido como evento que vai além dos limites da nossa percepção, é brilhantemente transportado para a narrativa por meio de uma retórica circular, repetitiva e aprisionada no impacto traumático recalcado em busca de formas de se manifestar.

“Certos tipos de trauma que se abatem sobre os povos”, escreveu Toni Morrison, “são tão profundos, tão cruéis, que [...] apenas escritores são capazes de traduzi-los, transformando tristeza em significado e afiando nossa imaginação moral”. “Irmão de alma” é justamente o tipo de literatura com esse poder. Recomendo demais, e deixo aqui meu agradecimento à Raquel-Vizinha-Tradutora que me presenteou com esta lindeza. 🌻

#daviddiop #editoranos #irmãodealma #irmaodealma #bookerinternationalprize
Raquel 16/02/2023minha estante
Toni,
Sua resenha é brilhante. Tomei a liberdade de copiá-la, para eu ler quando quiser recordar a história.
Obrigada,
Raquel




Paulo 11/01/2021

Uma guerra europeia em olhos africanos
Diop reconstrói as trincheiras da França em plena I Guerra Mundial com o intuito de trazer à tona todos os males do imperialismo, do colonialismo, do racismo e da ignorância a partir da perspectiva de um soldado africano que, em meio à batalha, acaba de ver morrer seu irmão de alma. Seu espírito se esfacela e a realidade começa a se desconfigurar, na certeza que a razão promovida pelos europeus era nada mais que um discurso mentiroso. Um romance doloroso e necessário.
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