spoiler visualizarjudasgodness 22/07/2023
Bom demais e passado triste
Taxian-Jun é um imperador que conseguiu tudo que queria da forma mais brutal possível. Cometeu muitas chacinas, casou com a mulher mais bonita do mundo, tornou seu próprio shizun em sua concubina.
Mesmo assim, um dia ele se vê sem objetivo e não vê mais sentido em continuar vivendo. Então, ele comete suicídio, esperando se encontrar no inferno após morrer.
Acontece que Taxian-Jun não morreu, ele renasceu no seu eu de 16 anos, Mo Ran, em uma época em que ele era apenas um discípulo. E assim, Mo Ran decide que irá viver a segunda vida de forma muito diferente.
Essa novel aborda estupro, e quem comete o estupro é o Mo Ran e a vítima é o Chu Wanning, seu par romântico. Na primeira vida é que acontece os abusos, na segunda é feita a construção de arrependimento, culpa e descoberta do porque ele fez tais coisas.
E mais tarde, descobrimos que Mo Ran foi envenenado por uma flor que tira suas emoções boas e deixa e estimula as emoções ruins, e as emoções ruins contaminam até as coisas boas (inclusive era para o Chu Wanning ter tomado essa flor, mas Mo Ran descobriu e se ofereceu para tomar).
Ou seja, vemos aqui alguém que fez várias vítimas, dentre elas seu par romântico, que só foi colocado nesse papel porque um terceiro personagem fez isso com ele.
Eu não vou nem me aprofundar na questão do estupro. Vou fazer apenas algumas perguntas: qual o sentido narrativo que isso tem? É para ser chocante? Certo... Tem um livro chamado Lolita, de Vladimir Nabokov, que tem o mesmo objetivo. Existe uma saga de filmes chamada Jogos Mortais que tem o mesmo objetivo também. Livros (e outros tipos de mídia) feitos para serem chocantes não é algo novo.
Mo Ran é o típico personagem que fez um milhão de atrocidades, que foi uma pessoa horrível, mas no final existia uma razão por trás que também assombrava ele. Então, ok, Mo Ran é bonzinho, só mais uma vítima.