Cira e o Velho

Cira e o Velho Walter Tierno




Resenhas - Cira e o Velho


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Regiane 13/01/2011

Maravilhoso!

Definitivamente a capa desse livro possui uma maravilhosa ilustração de encher os olhos, o que a torna muito atrativa. Confesso que esse foi um dos motivos que despertou meu interesse, porém devo deixar claro que a sinopse e as diversas críticas positivas, foram o que realmente me levaram a querer ler essa obra.

Temos aqui a história de uma jovem chamada Cira - filha da bruxa Garacy e de Cobra Norato - que vive em uma busca sedenta por vingança ao sertanista Domingos Jorge Velho, por ele ter deixado sua mãe morrer por conta da sua ganância por ouro. Ela tem plena consciência que não será nada fácil concluir sua vingança, pois sabe que o Velho é muito astuto, além de ser protegido por homens de sua confiança, também conta com a ajuda de magia.

O que Cira não poderia imaginar é que por trás de tudo isso, estaria Maria Caninana - a irmã de seu pai - aquela que foi capaz de fazer um pacto com o Pai da Mentira para atingir seus objetivos. Uma criatura má e sem piedade.

No decorrer da história, a jovem guerreira em sua busca incessante ao sertanista, encontra com animais reis, caraíbas, princesa amaldiçoada, mboitatás e muitos outros personagens interessantíssimos, entre eles, Nhá - uma das amantes de seu pai Norato, a qual torna-se uma grande amiga e fiel companheira de suas jornadas.

Por muitas vezes, Cira é extremamente teimosa e muito precipitada, e por conta de algumas ações impensadas, acaba resultando em consequências indesejáveis. De acordo com um dos nossos ditos populares, podemos dizer que ela acaba trocando os pés pelas mãos em certas situações, mas felizmente, quase sempre, a sorte parece estar ao seu lado, e sendo assim, ela se safa e continua firme e obstinada em seu objetivo: Matar o Velho. A partir daqui, eu não me atrevo a falar mais nada para não cometer spoilers, mas eu preciso comentar que o desfecho da história foi totalmente surpreendente, o que muito me agradou.

Fazia tempo que eu não lia algo tão rico e fascinante da nossa cultura. Sinceramente, me senti inconformada por não ter lido esse livro antes. É uma mesclagem perfeita do folclore nacional com a criatividade do autor. Confesso que foi bem difícil interromper a leitura, pois a história é bem amarrada e intrigante. Carreguei o livro para todos os lados, e a toda e qualquer oportunidade - mínima que fosse - lá estava eu, com os olhos fixos nas páginas de Cira e o Velho.

Também tenho que dizer o quanto a escrita do Walter me cativou. Com certeza é um dos principais ingredientes que faz essa obra ser tão envolvente, sendo assim - com tantas qualidades - não poderia ser diferente, o livro se tornou um dos meus preferidos.

E concluindo, quero dar parabéns ao autor por ser um artista completo. Para aqueles que não sabem, além de escritor, Walter é um incrível ilustrador. Todas as imagens, tanto da capa, quanto das páginas internas, foram criadas por ele.

Walter muito obrigada por me dar essa oportunidade de conhecer sua obra. Espero sinceramente que através dessa resenha eu possa atrair outras pessoas a lerem. Tenho absoluta certeza de que elas estarão ganhando muito com isso.
Kewllyta 23/05/2021minha estante
Me convenceu. Lerei!




@_leandropaixao 11/04/2023

Uma ótima supresa!
Um livro totalmente voltado para o folclore brasileiro e que merece muito mais visibilidade, tive uma surpresa muito boa com esse livro, com direito a uma reviravolta nas últimas páginas digna de bestseller, além de tudo isso o livro aborda a ambientação do século XVII, com direito a história do Brasil, terá como cenário o grande Quilombo dos Palmares

Nesse livro acompanhamos a história de Cira, uma jovem que além de linda, descendente de sereias e bruxas e possui poderes grandiosos, não se engane pela beleza, ela pode ser letal! Cira é filha da bruxa Garacy e de Cobra Norato, Norato sempre viveu em busca de parceiras para perpetuar sua espécie, mas por trás de tudo isso existe toda uma maldição que faz com que Norato faça de tudo para proteger Cira de sua tia, Maria Caninana irmã de Norato.

Cira e sua mãe vive em meio a floresta e vez ou outra seu pai passa temporadas com elas, por ainda ser criança ela sempre sai de casa em busca de brincar com os animais, índios e o que achar interessante, mas nem sempre tudo é um mar de maravilhas, caso alguém ou algum caçador decida seguir aquele linda menina afim de saber de onde vem ou para onde vai, certamente essa pessoa a perderá de vista e dificilmente ou até, nunca mais encontrará o caminho de volta pra casa. Em um desses retornos ela é surpreendida chegando em casa e de imediato realiza o código de segurança que aprendera com sua mãe desde muito pequena. Devido a ambição demasiada por ouro do sertanista Domingos Jorge Velho, acaba aceitando um trabalho para aniquilar a vida de Cira, nesse momento que a trama começa a engatar de forma mais rápida e entendemos o porque de Cira querer tanto a sua vingança para ceifar a vida de Domingos.

Em meio a todo esse desenrolar da história, ainda vamos ver várias passagens com personagens do nosso amado folclore, uma fantasia um tanto quanto pesada para ser destinada ao público infanto-juvenil, mas deliciosa de ser lida, uma escrita bastante atraente e fluída, vale muito a pena ler e valorizar essa obra nacional.
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nanda 31/10/2010

Eu quis ler esse livro pela empolgação da indicação de alguém que leu. E devo dizer que durante a leitura, e depois que li, entendi o motivo de tanta empolgação.
É um livro que eu realmente gostei muito.
É nacional, a história se situa no Brasil mesmo, com várias figuras que estamos acostumados a ouvir histórias desde pequenininhos. Mas não é isso que deixa o livro bom.
O jeito de contar a história do escritor é muito bacana! Te prende muito. E não através de um suspensezinho dos que param a história no ponto em que ia ficar bom o negócio, não! Te prende porque a história é boa mesmo, te envolve. Os personagens são cativantes, apaixonantes. Tu se sente próximo a eles, e por isso quer saber que fim se dará.
Além de toda a leitura ser muito bom, o final também foi super legal. Eu gostei muito.
Me surpreendeu e foi uma surpresa boa. hehehe. A surpresa de quem foi pego em uma peça, mas uma peça divertida. Como se o escritor pudesse ver minha cara ao fim do livro ao descobrir a verdade e risse dela. hahahaha.
Foi muito legal ler o livro.
Recomendadíssimo!
naniedias 30/12/2010minha estante
nanda, adorei sua resenha! E concordo com o que você disse!!! É realmente uma história incrível com um final surpreendente =)


angelcirne 25/06/2012minha estante
Adorei sua resenha. Além de tudo o livro é muito bem escrito.E as ilustrações são lindas.


Vivi 31/10/2012minha estante
Realmente, Cira e o Velho é top! Ótima definição do livro =)




Roberta 02/06/2021

Inesperada
Ainda estou absorvendo o final, mas vamos lá. Foi completamente diferente do que eu imaginava, mas isso foi muito positivo, fala muito sobre o nosso folclore e nossas lendas, aprendi demais, mas é bem violento, pois se passa na maior parte do tempo no Brasil Colonial e um pouco vem até a época atual, mas para quem tem gatilhos ou é mais sensível eu não recomendo. Ao contrário dos contos de fadas, esse não tem nada de encantado, é um mundo cruel e sanguinário, movido por interesses e poder. Amei a experiência.
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Bruna.Caroline 02/11/2021

Gostei da escrita do autor, do enredo e dos personagens. É um livro muito interessante que aguçou minha imaginação. Eu gostei demais !!!
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Mariana 22/10/2021

Adorei!
Me surpreendi muito com a história. Esperava um livro infanto juvenil com lendas do nosso folclore, e acabei recebendo um ótimo livro de aventuras.
Apesar das ilustrações que acabam enganando quem folheia o livro, essa história é pesada em algumas partes.
Um alerta de gatilho pra descrição de violência e estupro. Pra quem é sensível para esses temas, é melhor não ler.
No mais eu adorei conhecer a Cira e todos os personagens que enriquecem essa lenda.
Quero muito encontrar mais livros como esse que exploram o nosso folclore que é tão rico.
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Carol 10/08/2021

Viva o Folclore Nacional! Viva!
Livro nacional incrível! ❤️ Notas sobre o livro: Com Cira e o Velho, redescobri o folclore nacional. O autor conseguiu escrever com maestria a história dessa mulher que é filha de uma bruxa com uma cobra. Destemida, Cira nos conduz em uma aventura em busca de justiça, e que possui um dos finais mais bem pensados que vi nos últimos anos. Super recomendo! 👏🏻 ps: Não acredite no velho, ele mente!
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Luiz Teodosio 29/03/2020

Um folclore para adultos
Um convite para conhecer Cira

Logo de cara, Walter Tierno faz um trabalho magistral em conduzir a curiosidade do leitor acerca de uma das personagens no título do livro: Cira. Um narrador em primeira pessoa expõe seu fascínio sobre uma personagem folclórica — que viu em uma figurinha, quando ainda era criança — e a sua obsessão em querer conhecer mais sobre ela. Isso levou-o a viajar para vários lugares, a fim de ouvir os relatos daqueles que tiveram contato com essa personagem. E é a partir do recorte desses relatos que o narrador monta a história de Cira e apresenta-a ao leitor. A introdução de Cira e o Velho é irretocável nesse “convite ao leitor”, e parte da qualidade também se deve à sua prosa bastante refinada.

Folclore brasileiro na veia

Este livro foi publicado em 2010, e, pelo o que me lembro, a temática do folclore brasileiro era escassa no cenário da literatura fantástica nacional, ganhando proeminência apenas nos anos posteriores. Sabe-se que, mesmo hoje, a nossa literatura especulativa (fantasia, terror e ficção científica) ainda encontra uma certa resistência de alguns leitores; o mesmo vale para os nossos mitos, que acabam sendo desprezados ou vistos como menos interessantes que os de outros países. Pode ser que Cira e o Velho tenha sofrido desse preconceito, o que é uma pena, pois garanto que o seu conteúdo é composto de qualidade e criatividade.

Pesam dois elementos a favor da temática desse livro: o primeiro é ambientação histórica — período colonial do século XVII —, na qual as lendas possuem mais presença se comparada a uma ambientação contemporânea; o segundo são as lendas em si, pertencentes ao nosso folclore e mescladas com a criatividade do autor, de forma a criar uma identidade brasileira reconhecível. A fantasia aqui tem aquele tom de absurdo que a gente encontra nas lendas que nossos avós nos contam, uma aura surrealista que extrapola a lógica mas mantém a verossimilhança.

Uma história de vingança

O enredo de Cira e o Velho é constituído de dois arcos: o primeiro arco nos apresenta o Velho, vilão da história, em uma missão para matar os filhos do Cobra Norato; o segundo arco, bem maior, é uma consequência dessa missão: a vingança de Cira. Nas jornadas de ambos os personagens, o leitor irá presenciar diversas tragédias que não se resumem apenas a mortes, e sim a coisas bem piores. No entanto, não se trata de uma história que intenta o choro no leitor, e sim o testemunho assombroso de todos esses eventos. Daí porque, enquanto lia, sentia dificuldades ou demorava a me conectar a certos personagens. A própria Cira foi uma personagem que pouco me cativou no decorrer da história — apesar de suas falhas humanas, como a solidão, ingenuidade e impulsividade, trabalhadas ao lado de uma postura quase badass —, ao passo que alguns secundários e o próprio vilão me passavam uma vivacidade maior.

Por ser uma história de vingança, ela não é leve. Este é um aviso necessário, pois ainda há pessoas que ficaram com o tom infantil do folclore brasileiro na cabeça e se esquecem de que as histórias envolvendo os nossos mitos são bem sinistras e violentas. Por exemplo, sangue e sexo são dois elementos comuns em Cira e o Velho; certamente não é algo pra criança. A violência deste livro, no entanto, não parte necessariamente do fantástico, como uma caveira que beija um curupira e arranca sua língua, mas também das crueldades humanas, como abusos e estupros — lembre-se: se passa na época da escravidão. Embora pareça uma leitura bastante tensa, ela é banhada naquele sentimento de assombro e mistério que sentimos ao escutar as lendas, e isso anestesia um pouco o choque que sentiríamos ao ver certos acontecimentos dentro de uma ótica mais realista. Basta pensar que você é, em vez de uma criança, um adulto escutando as lendas narradas por alguém mais velho, o qual incluirá temas e situações cujo peso você compreenderá em idade madura.

Texto e ilustrações

A escrita do Walter é bastante objetiva, numa tentativa de contar mais com menos, com frases fortes e bem efetivas. O estilo, que privilegia a concisão, gera uma leitura rápida e fluida, que é suportada também por capítulos curtos e ganchos bem pensados. No entanto, ao longo do livro, nota-se um desequilíbrio no ritmo de leitura, que se torna mais protuberante em sua parte final, que é bem mais apressada e destoa bastante do que foi consolidado na parte inicial. Vale destacar as epígrafes que introduzem quase todos os capítulos, algumas das quais sendo recortes de documentos históricos, com o objetivo de contextualizar ou adornar algum conflito ou temática daquele capítulo. O livro também conta com ilustrações desenhadas pelo próprio autor, de estilo menos realista, meio caricato em alguns momentos, e de traços fortes, que adicionam um charme às páginas do livro.

Um folclore para adultos

Cira e o Velho é um caldeirão cultural de personagens folclóricos em um período histórico, apesar de também alcançar o tempo presente. Esse enredo adulto e sombrio pode ser encarado como uma necessária extensão de nossa relação com o folclore brasileiro, visto que, em muitos de nós, ela estagnou no Sítio do Pica-pau Amarelo e nos livrinhos para colorir na escola.

Nota: 9.0

site: https://literaponto.com
@_leandropaixao 27/03/2023minha estante
Resenha super analítica, fantástico! Agora estou até com vergonha de fazer a minha (risos), parabéns Luís Fernando!




Beatriz 22/08/2022

Foi uma leitura um pouco complicada pra mim, em alguns momentos gostava muito, em outros cansava e ficava um tempo sem ler. A reviravolta da história principal foi bem legal e a história secundária do livro foi melhor que a principal pra mim.
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Alba 15/10/2010

Imperdível!!
Cira é filha de Guaracy - uma bruxa - e Norato, cria de humano com cobra.

Norato e sua Irmã, Maria Caninana nasceram de uma índia que foi seduzida por uma jiboia à beira do rio e foi morta pelas mãos do companheiro ao ser pega amamentando as duas crias.

Num acordo com o “Senhor das Mentiras”, Maria Caninana pede a habilidade de se transformar em humana para matar o ex-amante e assassino de sua mãe em troca de catorze de suas crias e catorze das crias de seu irmão, Norato. Aí a trama se desenrola, e aí que conhecemos o Velho.

Domingos Jorge Velho é um assassino e mercenário. Está pronto para cumprir qualquer acordo e não pestaneja ao aceitar a tarefa de dar cabo dos dois últimos filhos de Norato para que a dívida de Maria Canina esteja, enfim, sanada.

E Cira é filha de Norato e de uma bruxa da floresta que tem parentesco com as sereias. Uma bruxa capaz de enganar a morte! E a tarefa que parecia fácil, se torna difícil, e se cria uma vendeta! E essa vendeta vai ter um palco inesperado. A Guerra dos Palmares.

Gostou? Quer ler mais?? Acesse o site e confira a resenha completa:

http://www.psychobooks.com.br/2010/10/cira-e-o-velho-walter-tierno.html
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Cristiano Rosa 20/02/2012

Diário CT: Cira e o Velho
Folclore brasileiro banhado de aventura, romance, suspense e sangue, muito sangue. Assim é Cira e o Velho, de Walter Tierno, publicado pela Giz Editorial em julho de 2010. Um romance contextualizado, cheio de depoimentos e referências, e escrito com muita originalidade. Personagens fortes que cativam e marcam o leitor em uma narrativa intrigante e cheia de surpresas.

Depois de muito ouvir da obra e comprá-la do autor no ano passado, finalmente fui ler a história de Cira, a filha de uma bruxa com a cobra Norato, e do Velho, um sertanista ousado e ganancioso. Porém, não conheceríamos ambos sem o auxílio de Dona Nhá, uma personagem secundária que conta de uma maneira bem especial um pouco de suas experiências de vida.

A trama gira em torno do desejo do narrador que descobre Cira em um jogo de figurinhas e decide conhecer mais sobre a personalidade. Procurando quem saiba lhe dar mais informações, encontra Nhá, uma senhora simples, famosa por ser contadora de histórias, que afirma ter convivido com a herdeira de Norato em sua infância.

Então o leitor é levado a outros tempos, onde conhece o inimigo de Cira, Domingos, um homem sombrio e também famoso como Paulista. É a partir daí que a aventura começa e descobrimos, aos poucos, tudo sobre Cira e o Velho, envoltos de muitos mitos e magias que nos encantam nos 22 capítulos das 230 páginas da obra.

O livro é daqueles em que a narrativa não fica enrolando a leitura, as coisas acontecem porque devem acontecer e até achamos que isso é bastante rápido, mas muita coisa ocorre e, em certo momento, depois de estarmos pensando que as tramas paralelas ficaram muito distantes, tudo se junta e faz sentido para a compreensão da história.

O cenário é o sertão, onde vivem escravos, senhores, índios, guerreiros e mulheres, que servem aos homens apenas porque eles as mandam. Ou as compram, em alguns casos. É em meio disso que o leitor encontra a realidade que se faz presente no volume: lutas, em que muito sangue é derramado; sexo, que é narrado com poucos pudores; e mistério, envolvendo a natureza e os animais.

Para quem gosta de folclore, a obra é um prato cheio. Com base em lendas já existentes, o autor consegue adicionar novos elementos, deixando-as com um ar mais curioso ainda, de modo que a leitura envolva e apresente ao leitor uma visão extra sobre o que os nossos olhos veem e o que nossa mente pode imaginar. As descrições são suficientes para ilustrar as aventuras de Cira. Aliás, o livro é ilustrado com desenhos do próprio autor.

Vingança, violência e traição é a tríade principal que motiva as ações do livro, em que as personagens, apesar de planejarem, pouco pensam nas consequencias. Destaque para a ilustração e definição da morte; para a inserção de diversos elementos que deixam o livro mais encantador; e para a narrativa, que mesclando em primeira e terceira pessoa, prende o leitor e o faz refletir sobre a leitura.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=15160
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Carol Chiovatto 28/10/2010

CIRA E O VELHO - WALTER TIERNO
Não tenho por hábito escrever a sinopse do livro, o que pode ser uma grande falha, mas dou algumas palavras acerca da história. Trata-se uma história bem doida que mistura o folclore nacional de forma mestra, e uma parte da história brasileira na época da escravidão e a queda do Quilombo dos Palmares.

A forma como a história se desenvolve é fluida, não cansa, apenas causa curiosidade maior a cada página para saber como vai acabar aquilo tudo.

Ele apresenta o vilão (que é a personagem da história que conhecemos melhor) e me dava ânsia de vômito a cada cena que ele aparecia. Isso é bom, imagino, porque pelas descrições ele devia ser mesmo a pessoa mais repulsiva do mundo inteiro. É o Domingos Jorge Velho, um caçador de índios e de recompensas, ganancioso que aceita qualquer trabalho lucrativo.

Um desses trabalhos é matar a bruxa Guaracy e a filha dela (a Cira do título do livro, nossa heoína). Ele apenas aceita e se prepara. Não vou contar quem mandou e nem por quê, pois isso faz parte do charme da história.

Ok, ele consegue matar a Guaracy (e não sem uma boa briga) e deixa a Cira pra morrer, depois de ter cortado o pescoço dela e deixado-a com os ossos quebrados. Na época, Cira tinha apenas uns 12 anos de idade.

Cira tem aparência humana, mas é descendente de uma tribo de sereias que inclui a Yara por parte de mãe, e de uma cobra por parte de pai (o pai dela é o Norato, um cobra filho de uma índia e uma cobra) que assume forma humana para ter relações sexuais com humanas.

Bom, a Cira não morre. A mãe faz um feitiço em seu último suspiro transformando-se numa árvore que abriga Cira dentro se si.

Aiii, não posso continuar contando a história sem entregar o ouro! :D Bom, ela é solta graças a uma menina chamada Nhá, uma escravinha raptada de uma fazenda numa invasão de quilombolas.

Depois de liberta, numa forma de mulher adulta, Cira só pensa em se vingar de Domingos (o Velho), que matou sua mãe e a deixou para morrer. Cada um tem sua impressão, mas são costumo ser parcial às personagens movidas por vingança, nem em livros, nem no cinema.

A história é muito rica e cheia de aventuras a partir do momento que Cira e Nhá partem atrás do Velho, e o cobra Norato parte atrás de sua irmã (RÁ, EU NÃO IA FALAR). Há muitos conceitos em que eu nunca havia pensado antes.

Só não consegui familiaridade com as personagens. Fora o Velho repulsivo, não senti envolvimento com nenhuma das outras personagens. E não culpo o autor, ele não tentou fazer isso. A forma escolhida de narrativa demonstra apenas as impressões de quem conta a história a respeito da personagem, e a Cira, por exemplo, só é descrita a partir das muitas visões de quem a conheceu.

Por essa razão, as personagens parecem não ter profundidade, mas, pela narrativa, é nítida que essa era a intenção do autor.

Li o livro em três dias, sendo que só o pegava durante uma hora no ônibus entre minha casa e a faculdade. Isso diz muita coisa.
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Ray 12/11/2010

Cira e o Velho - Para www.cksbook.blogspot.com
A primeira vez que se li a sinopse fiquei intrigada, no mínimo. Por Que um homem que teve tantos filhos ao longo das margens de rios tem uma filha que se destaca? O que Cira tem de especial? Como ela se vingaria de Domingos? Aliás, de onde eu já tinha ouvido aquele nome?
Querido leitor, Cira e Domingos são os protagonistas dessa história e não é sem razão. Entre eles há uma tensão, uma atmosfera de vingança além do que se possa explicar sem dar spoilers. (hahaha) Mas não vou colocar o carro na frente dos bois. Vamos por partes.
Há muito tempo eu, Rayana, não lia um livro de autor nacional com tanto gosto. Muito menos um que envolvesse FOLCLORE! Sim! Pasmem! Nesse momento em que vampiros, lobisomens e zumbis com suas histórias fantásticas vêm dominando o mercado literário, Walter Tierno encarnou Monteiro Lobato e resolveu mostrar que o Brasil tem muita coisa boa! Digo Lobato porque lembrei muito dos episódios do Sítio que eu assistia e ficava vidrada na Cuca, no Saci, no Boitatá.. Impressionante como nosso universo folclórico é rico!
Ao longo das 232 páginas do livro um narrador mostra seu interesse pela filha de Cobra Norato com a Bruxa Guaracy, nossa Cira. Ele percorre caminhos querendo saber da história dela, por onde andou, o que fez, quem conheceu e todo o mais. Já nas primeiras páginas eu já me via tão alucinada por Cira quanto o próprio narrador. A cada linha eu imagina os próximos passos e admirava o quão bem feita foi escrita e estruturada a narração.
Walter Tierno não poupa detalhes, nem em palavras nem com suas ilustrações. Usando o realismo fantástico ele te faz mergulhar no mundo encantador, apesar de triste, que é a história de Cira. Com relatos de várias personagens como Dona Nhá, Cobra Norato e um Padre, fui conhecendo a fundo a vida da guerreira.

O autor cuidou de cada ponto, desde o menor detalhe folclórico até a última ilustração. Com um traço muito bonito, as páginas te mostram personagens, cenas, personagens e te fazem sentir inveja dessa habilidade incrível que Tierno têm. (Inveja, mas com todo respeito! hahaha.)
Não importava o quão rápido eu lesse, mais eu queria. Virava as páginas vorazmente enquanto via a maldade de Velho ser disseminada até tocar Cira. Não foi aleatório. Toda a desgraça da história é motivada por Maria Caninana, tia de Cira. A mulher-cobra tinha inveja de seu irmão e queria vingança. Sim. A vingança é a motivadora do início ao fim. Primeiro Caninana, depois Cira, depois Velho e.. e.. Ah! Leia o livro!
Em meio a sentimentos como amor, ódio, amizade e companheirismo eu fui tomada e senti, bem dentro de mim, o prazer que dá ter um belo livro como esse em mãos. Lá pelo fim, quando eu me doía por saber que a história já estava acabando, Walter ainda fez mais revelações e reviravoltas! Ai ai! Meu coração bateu forte e minha boca não conseguiu ficar fechada. Para arrematar o cenário mais bacana foi PALMARES! Eu fiquei boba! hahaha. No fim, eu me apaixonei por Cira em toda sua beleza e força. Me apaixonei pelo carinho com que o livro parece ter sido feito.
Cira e o Velho é o tipo de livro que uma boa história se faz com criatividade e amor. Te faz ver que não se precisa abandonar a cultura nacional e, sim, valorizá-la! Parabéns a Walter por toda sua dedicação e talento! O livro está SUPER RECOMENDADO!
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Yorsh 20/07/2012

Vingança Eterna
Confesso que demorei um pouco para engatar na leitura. Mas Cira e o Velho se mostrou um daqueles livros em que podemos ver um lado mais fantástico da nossa história.

Parte da narrativa se concentra no serviço assassino que é dado ao caçador de homens, o"Velho", por Maria Canina, sua tia...

A outra parte segue a vingança de Cira contra o Velho, uma vez que ela não estava tão morta quanto tantos pensavam...

No decorrer da história, Walter Tierno nos apresenta alguns personagens mitológicos que se misturam com a história do Brasil. Apesar de questionar o interesse do "narrador" da história, no decorrer do livro ele se justifica.

Considero um livro bom. Uma das coisas que pude ver com ele é que certos personagens nunca encontrarão paz, uma vez que a própria morte se recusa a concedê-la...

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Gabriela.Nogueira 28/03/2021

Mais Brasileiro impossível
Cira e o velho é um daqueles livros que muita gente não lê por ser brasileiro. Muito embora não saibam a beleza de literatura nacional que estão perdendo. Um livro de fantasia que se passa no sertão e vai muito além do nosso folclore tradicional. Para mim este livro é a mistura perfeita dos gêneros Romance e Fantasia. Ainda desejo uma série baseada nesta obra-prima!
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