rxvenants 21/01/2022Star-crossed loversMeu primeiro contato com a escrita da Paola (apesar de ter outro livro dela na estante) e tô super feliz de ter dado essa chance, principalmente numa edição tão especial.
O livro lançado pelo Catarse tem uma Apresentação e um Agradecimentos todo especial que te faz entender a importância da história na formação dela como autora e os motivos de ela ter seguido tais rumos na história (além de ser uma edição IMPECÁVEL graficamente).
Eu achei a novela super épica e eu dou todo o mérito para a escrita da Paola.
Eu não sei se foi a narração em primeira pessoa tão próxima da escrita e fala das pessoas na época em que o livro se passa, se foram os cenários de Paris e Itália com lordes e piratas ou se foram os personagens super bem pensados, mas o fato é que O Roubo conseguiu me fazer entrar no universo de um Carnaval de Paris de 1800s sem nenhum problema.
Eu sempre falo isso quando leio histórias curtas como contos e novelas, mas tenho problemas em me apegar ou não achar cenas corridas quando leio esses estilos, mas essa história foi feita na medida certa.
Apesar de ser ao redor de um amor nascido numa noite, eu não senti em nenhuma passagem que foi algo rápido demais.
Os personagens foram muito bem feitos e mesmo com a pouca quantidade de páginas, dá pra saber exatamente quem são. No final, parecia que eu conhecia eles minha vida inteira.
Eu também senti algo meio Shakespeariano nessa novela. Isso com certeza contribuiu para que eu não sentisse essa história como algo fast-paced ou não encarasse o amor dos principais como insta-love de um jeito ruim.
Essa novela é o puro sentimento de ler uma história sobre star-crossed lovers (quando casais são frustrados por forças externas) com amor épico, que nasce do nada e é abalado mais rapidamente ainda.
Toda a magia do baile e da relação dos dois é cercada por essa magia da predestinação.
Geralmente o insta-love me causa raiva, mas aqui complementa bem esse estilo Shakespeare mesmo de amor que surge do nada, mas acaba com tudo.
Eu inclusive sinto que o diálogo expositivo clichê no momento em que Joana e Filipe ficam juntos é parte do charme desse estilo de história. Eu com certeza ficaria incomodada se fosse qualquer outro contexto, mas aqui encaixa muito bem, justamente por ser algo que Romeu e Julieta fariam, por exemplo.
Eu só tiro estrelas da novela pois sinto que eu queria MAIS desgraça no final (e vocês que querem finais felizes que lutem!).
Eu não consigo parar de pensar como seria ótimo ver a Joana roubando a máscara (apesar de saber que ela se culparia para sempre) e ela falar um pouco mais sobre o senso de dever em salvar o futuro com o pai X salvar o futuro do Filipe.
Eu gosto de finais agridoces ou amargos.
Eu também sinto que o Epílogo tirou essa magia que o livro tinha de ser "uma noite é tudo que nos resta." Ele é ok com o reencontro, mas meio esquisito. Não gostei, acho que não precisava.
Isso claro pelo meu ponto de vista que clamava por desgraça no final (principalmente pois é algo que a própria Paola disse que teria: um final não feliz).
Romeu e Julieta não seria a mesma coisa sem a tragédia do amor, sabe? Aqui, o mesmo.
Enfim, é algo pequeno e eu consigo ver que muitos leitores necessitavam do reencontro dos dois, mas eu estava contente com um final sem eles juntos. Mesmo assim, eu amei a novela, amei a escrita da Paola e mal posso esperar para ler mais dela.