Fábio Valeta 21/12/2022
Este é o quarto livro de Follet que leio e é sempre um prazer voltar a esse escritor. Seus livros (os da série que contam a saga da cidade de Kingsbridge, pelo menos) tem uma escrita ágil e envolvente e uma narrativa que muitas vezes faz com que a gente queria ler “só mais um capítulo”.
Continuando a saga iniciada em “Os Pilares da Terra” e seguida por “Mundo sem Fim” e “Coluna de Fogo”, aqui somos transportados para a origem da cidade fictícia de Kingsbridge em uma história se passada quase 200 anos antes do primeiro livro. Novamente o autor desenvolve a história dividindo a narrativa entre alguns protagonistas de diferentes classes sociais de forma a mostrar uma visão mais ampla do período.
Iniciado no ano de 997 E.C., o livro narra a história de Edgar, filho de um construtor de barcos que perde tudo quando, em uma invasão Viking, seu pai é morto e a oficina em que trabalhavam é destruída, e ele e sua família são obrigados a se mudar para um pequeno vilarejo no meio do nada onde seu conhecimento de construção de barcos não serve para nada; Lady Ragna, filha de um nobre normando que muda-se para a Inglaterra para se casar com um poderoso senhor Feudal; e por fim o Frei Aldred, um religioso apaixonado por livros que sonha em criar e administrar um centro de estudo que seja referência na Inglaterra.
Mesmo vindo de origens tão diferentes, o caminho dos três personagens se cruza e não demora para perceberem que tem inimigos em comum, vindos da poderosa família do marido de Ragna, Wilwulf, o senhor feudal, seu violento irmão Wilgelm e o ambicioso e manipulador bispo Wynstam.
A história se desenvolve lentamente ao longo de vários anos, embora em um período de tempo bem menor do que nos demais livros da série, e como disse acima, a leitura é agradável e ágil, embora o autor demore muito para “começar a concluir” sua história. Depois de mais de 650 páginas de desenvolvimento lento, sobra pouco espaço para concluir as várias tramas pendentes (o livro tem 700 páginas). A conclusão acaba sendo corrida e ficou sem um clímax bem definido.
Apesar da conclusão pouco satisfatória, ainda assim é um livro bastante agradável de se ler. Não é tão interessante quanto “Pilares da Terra” ou “Mundo sem Fim”, mas me prendeu mais a atenção que “Coluna de Fogo”.