Stella F.. 05/02/2021
Bastante ação!
Adoro os livros históricos do autor Ken Follet. Leio o autor desde o Buraco da Agulha, seu primeiro livro.
Fiquei curiosa com esse livro que seria o início da trama da trilogia Pilares da Terra, que é maravilhoso! Li também O Fim do Mundo, que usa o mesmo estilo dos Pilares, sendo que este último é imbatível. O terceiro livro, Coluna de Fogo ainda não li.
O Crepúsculo e a Aurora têm o mesmo estilo dos outros, mas o achei inferior, mesmo o autor tendo o cuidado histórico de pesquisa, relacionando os lugarejos e suas expansões, progressos, falando das grandes construções de mosteiros, igrejas, pontes, canais que levaram os lugarejos da trama progredirem e a disputa de poder ficar mais acirrada.
No início do livro vemos os três personagens principais Ragna, Edgar e Aldred vivendo em diferentes locais, mas que ao longo da trama eles vão fazendo parte de um mesmo bloco, o bloco da justiça e do bem comum.
Edgar vive em Combe, uma cidade portuária. É construtor de barcos, como seu pai, e deseja viver desse ofício. O rapaz é muito perspicaz e aprende tudo muito rápido. Tem dois irmãos e uma mãe muito forte e determinada. No início da trama, a cidade é atacada por vikings, que naquela época, ano de 997 D. C. circulavam por uma parte da Inglaterra. Ele também é apaixonado por Sunni, mas ela já era casada, e resolvem fugir. Então acontece a invasão dos vikings e ele perde o amor dela quando iria fugir de Combe e toda a família após tentar sobreviver, resolve após uma negociação, ir para a Travessia de Dreng, para uma fazenda, que a família consegue, com muito trabalho e boas iniciativas, reativar, fazê-la produtiva.
Ragna é normanda e vem de uma família abastada. Seu pai Hubert é importante, tem um grande castelo. Ela é muito inteligente e seu pai a fez aprender a ler e escrever e com isso ela o ajudava nas relações políticas e comerciais. Estava meio comprometida com um nobre, mas se apaixona por Wilwulf, um senhor de terras da Inglaterra, da cidade de Shiring. Depois de terem um breve encontro amoroso, ele a deixa e ela fica desesperada. Mas depois de um tempo ele envia um mensageiro e propõe casamento a ela, que aceita. Ela chega a Shiring depois de vários percalços na viagem e casa-se com seu amor, mas nem tudo são flores, como ela verá depois. Tem dois cunhados interesseiros e maus, que só querem o que é bom para eles e para o poder deles. Um é bispo e outro fazia serviços gerais, como cobrar impostos. Todos com muito poder e que metiam medo em todas as pessoas que viviam em seus domínios.
Aldred era um padre que queria sempre melhorar os mosteiros através dos livros, ele era responsável pelo scriptorium, pela transcrição de documentos e tentava melhorar todo o ambiente do mosteiro com novas ideias.
E pelo fato de os três serem honestos e quererem melhorias em suas comunidades, arranjaram os inimigos da família Wilwulf, Wilgelm e Wynstan. Os três não gostavam de sua interferência nos assuntos de Estado, nos assuntos que eles já estavam acostumados a resolver, sempre com lucro para eles mesmos
A trama de Ken Follet usa poder, cobiça, inveja, traição, falcatruas, violência, estupro, influência religiosa, cristãos que não seguiam os preceitos, burlando as regras, prostituição, escravidão, ou seja, tudo que um livro quando bem escrito faz para prender o leitor. E me prendeu, apesar de eu achar o início um pouco arrastado. Senti mais prazer de ler quando Ragna se casa e os três personagens principais começam a se relacionar mais.
Teve casamento, amantes, falsificação de moedas, rapto, e muita informação sobre os hábitos da época, como descrição das construções, soluções encontradas para agricultura, construção de ferramentais, construções de pontes, lagos e melhor utilização dos rios. Houve várias batalhas contra vikings e galeses.
E uma coisa que gostei na escrita, é que de vez em quando o autor reforçava novamente hábitos ou mesmo nome de personagens, que por ser um livro extenso poderíamos esquecer, principalmente se fossem personagens coadjuvantes, apesar de que todos tinham uma função na trama. Além dos principais outros como Dreng, Dogbert, Cat, xerife Den, Madre Agata, Cuthbert e vários mais, que de uma maneira ou de outra fizeram a trama evoluir.
E com a influência dos três personagens, e o embate entre os “bons” e os “maus” as cidades progrediram e vemos o surgimento de Kingsbridge - cidade de Pilares da Terra -, aparecer na trama, o que me fez entender a ligação desse livro com os outros.
Kingsbridge surgiu ao Edgar construir uma segunda ponte na Travessia de Dreng, agora com autorização do Rei Ethelred. A primeira ponte foi sabotada pelos que não queriam a troca de poder.
Enfim, um bom livro, com ótimos ingredientes, uma trama fluída, inteligente.