Resenhas - Minha vida de rata

Vini 04/10/2020

Minha vida de rata
Que livro meus caros! Leitura difícil, mas não pela escrita, e sim pelo contexto da história. Racismo, abuso sexual, agressão, tantos assuntos delicados, explorados de forma primorosa pela autora, em meio a tantas desventuras da protagonista. História que ficamos rememorando por dias após a conclusão...

Amy 27/10/2020

Um livro que foi difícil ler por conta dos assuntos abordados. Doloroso, conversou tanto comigo de um jeito que eu não queria. Fica o alerta que contém gatilhos fortes como estupro e racismo.

Mari Pereira 02/10/2020

Uma narrativa forte, sobre racismo, misoginia, violência, culpa. Ainda que trate de temas tão pesados, a leitura é muito envolvente. Recomendo muito. Curiosa para conhecer outras obras da autora.

Claudia.Correia 15/10/2020

Minha vida de rata
Um livro surpreendente! Com uma narrativa que prende o leitor do início ao fim. Ao narrar as lembranças da vida da personagem Violet Rue, a autora aborda temas como segregação racial, abuso sexual de menores, violência e relações familiares. É tão intenso que é impossível não provocar no leitor sentimentos como repulsa à sociedade em que vivemos.

Paula 28/02/2022

Família é $#&@
Uma família cheia de defeitos. Ainda assim, a dor de ser isolada desta família é irreparável. Uma história triste envolvendo racismo, abuso e amor/ódio familiar

Gigio 07/06/2022

Pesado
Uma leitura pesada, difícil. Trata de temas muito sensível, como assassinato, violência, abuso, abandono, racismo e muitas outras dores que um ser humano é capaz de infligir à outro.
O texto é magistralmente escrito, consegue nos transportar para a vida de Violet, sentindo suas dores, acompanhando seus dramas e acompanhando seu amadurecimento. Sempre acreditando que merecia todo esse sentimento, em nenhum momento Violet se rebela, aceitando as injustiças e convivendo com a dor.
Recomendo muito essa leitura, mas cuidado! Ao final você não sairá ileso.

Maria 10/08/2021

A fraqueza de uma mulher: amar sem questionar.
Com uma inegável habilidade com as palavras, JCO usa as suas histórias para fascinar, atiçar e...por que não?... assombrar o leitor o tempo inteiro :p Suas tramas são altamente provocadoras, pois nada é exatamente como em princípio se mostra. Ela nos conta histórias e mais histórias e, creio, o faz com uma astúcia que encontrei em poucos autores.

Nunca a ideia de que “o diabo mora nos detalhes” ficou tão evidente quanto no momento em que entrei em contato com a obra desse gênio literário da contemporaneidade (lugar comum, eu sei, mas EXATO). Não há mocinhos ou bandidos nas histórias da JCO. Se você leu e conseguiu “classificar” de forma sistemática e ordenada cada personagem, esqueça. Não há anjos ou demônios: são todos humanos, cruel e fatalmente humanos, dolorosa e impiedosamente humanos.

Os homens, claro, quase sempre são os sujeitos ativos da violência (ou vai jurar que na “vida como ela é” não é assim? Rá!); no entanto, JCO, gloriosamente, nada tem de maniqueísta, aleluia! Esses mesmos homens não são pura e simplesmente predadores mas, cativos da mesma violência que propagam, inevitavelmente presas, envoltos em uma ciranda de horror que faz da vítima o carrasco e vice-versa. Neste aspecto, pode-se dizer que JCO representa bem aquilo que Faulkner dizia “amar a humanidade inteira”(como só os grandes conseguem).

Bem, especificamente quanto à obra em questão, a parte em que ela tratará de uma relação “amorosa” - para não dizer exatamente o contrário- entre a protagonista e o seu empregador chamou particularmente minha atenção, embora seja um tema menor circundando o tema maior (o abandono familiar extremo, criando um “campo de concentração” emocional em torno da personagem).

É incrível a habilidade -sim, ela merece o uso recorrente de tal substantivo abstrato :P)- com a qual JCO consegue descrever a evolução de uma relação abusiva. A empregada que, impressionada pelo patrão, permite-se ser envolvida por ele. É importante destacar como o mito da mulher “desprotegida” ansiando pela salvação - materializada pelo “amor” (proteção) de um homem - alimenta esse padrão de relacionamento. Para uma garota que havia sido cruel e dolorosamente rejeitada pela própria família – sendo que a figura paterna foi decisiva para que se operasse tal rejeição -o fato de despertar o interesse em um homem tão “respeitável” adquire uma imensa carga simbólica. Aquele homem, de alguma maneira, consegue ocupar o lugar paterno na existência da nossa “rata”; e, consequentemente, agirá com a mesma crueldade desse pai no desenrolar do relacionamento (spoiler, eu sei, mas duvido que alguém tenha realmente se surpreendido, embora um sábio homem tenha dito certa vez algo como “a verdade verdadeira é sempre inverossímil” :P)

O resto você descobrirá lendo o livro. E, assim como ocorreu comigo, espero que seja apenas o início de uma longa e duradoura história de admiração e cumplicidade literária com uma das mais fascinantes autoras dos séculos XX e XXI. E que venha o Nobel (e, caso não venha, será apenas mais uma entre dezenas de autoras brilhantes que a academia sueca não teve a sensatez de premiar :P).

Sara 13/08/2022

Minha vida de rata
Puts esse é um livro que eu li ganhando um soco no estômago atrás do outro, é um livro perturbante demais e todas as sucessões de coisas q acontece com a Violet é de outro mundo.
Minha vida de rata conta em primeira, segunda e terceira pessoa a vida de Violet e seus acontecimentos.
Fala sobre racismo,mas de um jeito q não esperamos , violência e todas coisas ruins que podem acontecer a uma mulher,um livro revoltante mas que resolvi ler até o fim. Tive que ler em partes pois achei bem difícil os acontecimentos
Uma narrativa forte demais

kellen.ssb 12/10/2020

Tudo nesse livro é ficção, mas quase tudo aconteceu.
Isso não é verdade!? Afinal de contas há várias Violet mundão afora. Que "livraço"! Narrativa crua, dura, visceral, mas como tal é a vida (ok, sei que a vida não é só feita de coisas ruins, mas de coisas boas tb). Relações familiares difíceis, machismo, misoginia, racismo, abuso sexual, religião falida, etc. Um caldo de problemas numa narrativa só. E mesmo assim, a leitura me envolveu de uma forma que eu não consegui parar de ler. E na minha leitura, Violet deu a volta por cima...mas, tal como na vida, foi um processo longo e doloroso.

Enfim, uma leitura que, como Luisa Geisler comentou, não é como um passeio no parque. É uma leitura que incomoda, que te tira da zona de conforto, que te impacta.
Fiquei muito satisfeita em receber esse livro da TAG. ?

Rick Shandler 23/05/2022

Minha Vida de Rata - Joyce Carol Oates
Minha Vida de Rata é um banquete indigesto. Pior que um livro baseado em história verídica, esse é um livro baseado em históriaS verídicaS. Quem discorda provavelmente não está muito ciente da realidade.

Um relato de uma série de abusos regados por violência. Dos mais explícitos, como estupro e assassinato, aos mais velados e escondidos como os conjugais. A visão feminina desse relato é enriquecedora. A real dimensão das dificuldades do universo feminino jamais será compreendida por nós, homens. Entretanto, uma visão atenta a relatos como esse já nos dá uma melhor percepção.

O distanciamento da Violet me marcou. Durante os diversos abusos que ela passou, recorrentemente ela caia nesse distanciamento. Como se entrasse em transe, seu corpo entrava no automático, e ela assistia passivamente ao desfecho. Quem nunca passou por isso? Traçar paralelos assim é a base para o desenvolvimento de empatia. Por exemplo, muito se questiona como mulheres que passaram pelo que Violet passou ?permitem que isso aconteça?. Uma visão mais empática coibiria esse tipo de questionamento horrível.

Além da temática forte, o livro é escrito de uma forma magnífica. Vejo a escrita como o grande ponto forte. Corta feito faca, e ao cortar deixa toda angústia exposta. Passei o livro inteiro preso. Ansioso pelas próximas páginas, porém detestei o final. Depois adorei. Queria muito um desfecho, sofri 300 e tantas páginas com a Violet, queria resolver o assunto e ir dormir tranquilo. Não foi o que aconteceu. Fechei o livro e continuei angustiado. Primeiramente culpei a autora. Senti que estava sendo sacaneado. Então, entendi. Apesar de achar que estava desenvolvendo uma empatia com a Violet, mesmo com um livro inteiro não consegui me colocar no lugar dela. Poderia haver um desfecho melhor com o irmão, mas isso não seria um desfecho definitivo. Ela ainda teria muitos outros Lionels na vida dela. Como ela já teve.

Não há final feliz. Dessa forma, não pelo que foi escrito, mas pelo que não foi escrito, JCO me deu uma última lição.

Raquel 01/02/2024

Que livro pesado!
Se você ler as resenhas sobre esse livro, todas falam sobre como ele é pesado, e não tem definição melhor, esse livro é uma sequência de desgraças, cenas gráficas e agonizantes, pesado do início ao fim.

A personagem passa por tantas coisas ruins e com as descrições você se sente agoniado.

Realmente me tirou da zona de conforto, mesmo com tantas temáticas pesadas a escrita é muito boa e bem fluída, mas acho que não é um livro para ler em um dia, as vezes ao terminar um capítulo você tem que parar pra respirar, se distanciar da história.

Minha única crítica é que eu não queria um final aberto, acho que depois de tantas coisas esse livro merecia e precisava de um desfecho completo, mas o decorrer do livro é muito bem desenvolvido.

Janaina 29/12/2020

Perturbador
Assombroso.
Necessário.
Doloroso do início ao fim.
Magistralmente escrito e uma das melhores leituras de 2020.

EduardoCDias 04/10/2020

Vida de sofrimento
Uma família desestruturada. Um crime cometido. A caçula de 12 anos obrigada a se separar da família, vivendo 13 anos afastada, lutando contra o mundo. 13 anos depois volta para tentar reconstruir sua vida. Mas nada mais é como antes...

Jean Bernard 22/03/2022

O pior do humano
Joyce não vai te tratar com carinho. Vai te machucar até que consiga abrir os olhos para a triste realidade humana. Racismo, machismo, rancor, ódio, divisão. Um retrato nu de uma sociedade que apodrece com o preconceito.
Fico chocado por nunca ter lido nada de Joyce Carol Oates. Uma das maiores escritoras contemporâneas dos Estados Unidos. Pode ser impressão, mas pouco comentada aqui em terras brasileiras. Fica aqui minha recomendação de uma escritora genial, brutal e essencial.

Leonardy.Negrini 05/07/2022

Quando o Rato tem todo o nosso Respeito [...]
Joyce Carol Oates ou JCO é uma renomada escritora americana, nascida em 16 de junho de 1938 e que conta hoje com 84 anos (que seja ainda conservada e produtiva por muitos anos, com muita saúde). Já foi cotada inúmeras vezes como uma das personalidades favoritas ao Prêmio Nobel de Literatura. Apesar de ter nascido na cidade grande, cresceu na fazenda da família, longe das agitações urbanas. Suas referências literárias foram de grandes escritores como Thoureau, Hemingway e as Irmãs Bronte, Charlotte e Emily.
Seu livro, "Minha vida de Rata", me chegou pela Curadoria da @taglivros e, no meio de outros projetos permaneceu por um tempo na estante. Mas a história de Violet Rue, na expulsão de sua família por ter sido aquela a denunciar uma verdade inconveniente, o assassinato cometido pelos irmãos e toda uma série de violências das quais foi vítima, especialmente das figuras masculinas; irmãos, pais, tios, professores, entre outros, faz da leitura uma atividade dolorosa, difícil e de grandes emoções.
Acredito que seja um livro muito importante para se discutir resiliência, vínculos familiares, sexualidade e a cultura de abuso, especialmente das mulheres.
Li com dificuldade, não pela escrita (que é fluída e maravilhosa), mas pelas dores de Violet, imaginando quantas Violet existem por aí. Fica registrada a indicação.
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