Liz 25/01/2021
Respostas de um astrofísico
No ano passado assisti um vídeo do Jovem Nerd entrevistando o Neil deGrasse Tyson, onde ele falava sobre o seu novo livro chamado Respostas de um astrofísico, no qual ele fazia um apanhado de diversas perguntas recebidas ao longo de sua carreira. Ele dizia que se sentia honrado em receber perguntas de cunho tão espiritual que, na maioria das vezes, são dirigidas a padres e pastores.
Neil deGrasse Tyson é um astrofísico norte americano muito famoso que, como ele mesmo menciona, tem como propósito de vida “diminuir o sofrimento dos outros, contribuir para aumentar nossa compreensão do universo e enriquecer o conhecimento dos outros ao longo do caminho”. Ele tem vários livros publicados, mas confesso que este foi o primeiro que li e fiquei ansiosa por ler outros. Já acompanho o trabalho dele a um tempo, especialmente nas redes sociais e assistindo ao programa Cosmos, apresentado por ele.
O livro é bem leve, em linguagem super simples e traz questões de adultos e de crianças também. Tem belas passagens, todas fundamentadas na ciência. Ele sempre incentiva as pessoas a buscarem novos conhecimentos através da experimentação e do estudo das ciências.
Ao ser confrontado com questões sobre a morte ele cita o pensamento de Richard Dawkins que diz nós que morremos somos os que tem sorte, pois a maioria das combinações genéticas de pessoas que poderiam vir a existir (dentre os milhares de óvulos e espermatozoides) nunca se completará, assim essas pessoas nunca nascerão, e, portanto, não terão a oportunidade de morrer.
A parte que mais me tocou foi sobre a perspectiva cósmica. Para Tyson:
“A perspectiva cósmica abre nossa mente para ideias extraordinárias, mas não a deixa aberta a ponto de nosso cérebro se derramar, tornando-nos suscetíveis a acreditar em tudo o que nos é dito.”
“A perspectiva cósmica não só abarca nossa afinidade genética com toda a vida na Terra, mas também valoriza nossa afinidade química com qualquer forma de vida a ser descoberta no universo, assim como nossa afinidade atômica com o próprio universo. Somos poeira de estrelas.”
O livro não tem o objetivo de se aprofundar em nenhum assunto, traz reflexões do autor diante dos questionamentos que foram a ele apresentados. Assim, perguntas sobre a vida após a morte, sobre alienígenas, Deus, filmes, paternidade, dentre outros, são respondidas com bom humor e bastante embasamento científico. Vale a leitura despretensiosa.