Emmy 06/09/2023Sem salEu adorei o primeiro livro, mas, infelizmente, aqui foi ladeira abaixo.
Desde o final do primeiro, já ficava meio meh com o Dara como interesse romântico da Nahri, e revirava os olhos horrores com o ossivel triângulo amoroso que tava se formando. Felizmente, pra ser triângulo amoroso, a Nahri teria que ter interesse pelos dois, então não vou continuar a história o suficiente pra descobrir se isso vai acontecer ou não. Enfim, o foco dessa trilogia não é romance, apenas um detalhe na narrativa.
O universo continua encantador, porém mal explorado - sinto que poderia ter havido muitas outras nuances a se explorar. Assim, nesse sentido, o universo, povos e culturas foi o único motivo para eu não abandonar esse livro.
Por fim, os personagens: INSUPORTÁVEIS. Começando pela Nahri, que prometia tudo no primeiro livro e entregou absolutos NADA. Com o final do primeiro, pensei: "pohaaa, vem aí". Veio? NÃO VEIO! Continua a mesma bundona hipócrita, indecisa e sonsa de sempre. Sério, ela tinha potencial pra ser A protagonista, mas não usa dois neurônios e talentos que diz ter por ter sido uma ladra - a mona é só mais uma antiquerida que se encolhe quando chutam ela ao invés de revidar. Como pode a Alina ter mais sal que a Nahri??? O que mais me irrita é que estamos falando de uma mulher na faixa dos 30 anos, mas que age como uma adolescente de 17. Nesse quesito, a história é completamente juvenil - não tem estratégia, discussões verdadeiramente aprofundadas e a violência gráfica aqui muitas vezes é usada para chocar, apenas.
Seguido, o Dara: esse nem o diga, o pobre apareceu por pouquíssimas páginas, mas também foi um dos motivos para eu continuar interessada na história: quais seriam suas decisões, etc. Porém, é exatamente nesse processo dele que a autora pecou em não aprofundar, deixando de uma forma que não faz sentido pra certas decisões que ele tomou e manipulações que passou (o cara é muito mais velho que a dona lá e muito mais experiente, mas cai em uns papinhos, viu)
E não pode faltar, o imortal, o próprio goku: Ali. Toda a história dele é muito interessante, mas a forma como ele age me irrita demais. No final do livro, toda a história se curva pra ele e o Ali só chega até a última página porque tem o poder do protagonismo do seu lado.
Por fim, a história: toda a questão social de castas é incrível, mas as discussões não são aprofundadas o suficiente - nesse sentido, a presença de um ponto de vista ou incrementar um novo protagonista que viva aquilo na pele para dar um contraponto a todos os outros seria INCRÍVEL. Porém, todo esse potencial de intriga política e guerra civil é perdida quando se tem dois protagonistas que estão mais preocupados em remoer o rabo machucado do que realmente pensar. Minha questão com esse último ponto é muito revoltante, por mais que não consiga colocar em palavras (é mis fácil entender quando se lê o livro): A Nahri diz que não compactua com assassinos de inocentes, mas fica com pena do filho conivente de um genocida? O Ali, que vê toda a crueldade do pai, o mesmo homem que fez ele matar uma criança derretida em bronze, é todo mole quando enfim decide tomar as rédeas? Personagens que veem tudo que tá acontecendo (tirando, as vezes, a Nahri) e não estão planejando um golpe, mesmo ficando repetindo que todas as ações do rei estão erradas?? Essas incongruência me irritaram demais. Parece mais que a autora quis criar personagens cinzas, nem bons nem ruins, mas que só acabaram tentando transforma-los, de todas formas possíveis, nos bonzinhos que as próprias ações e traumas não têm consequências nenhuma (além de burros).