Lucy 18/12/2021
Monótono
Eu diria que este é o primeiro livro da Brittainy Cherry que não me causou nada, e isso me deixa bastante decepcionada. Os primeiros capítulos foram envolventes e prometeram muito. Todo o drama do Oliver, toda a repercussão na mídia, o público o bombardeando com comentários extremamente cruéis. Isso tudo foi bastante comovente. O mesmo pode ser dito das dificuldades de Emery. Porém, não demorou muito para minha atenção se esvair, e o decorrer da leitura ajudou a solidificar minha percepção de que ele não era um bom livro para mim.
A autora tocou em temas muito sérios, principalmente depressão, que acredito ter sido o melhor mostrado. Mas ainda foi algo superficial, como todo o resto. Oliver passou meses afundado em uma depressão profunda, mas sua recuperação foi praticamente instantânea após sua primeira sessão de terapia. Esse é um dos exemplos de superficialidade na história.
Não tenho nada de ruim para dizer sobre Oliver ou Emery, porém também não tenho nada de bom. Oliver aparenta ter mais camadas e precisa realmente superar suas adversidades, mas Emery é o tipo de personagem estagnado. Ela é boa demais o tempo todo para todo mundo. Uma santa, praticamente. Emery tem problema com dinheiro e uma relação difícil com a família, mas ela não tem qualquer coisa para evoluir, pois já é perfeita demais. O problema com dinheiro se resolve instantaneamente e não lhe sobra mais nada além de tentar melhorar a vida dos outros. Nada além de fazer os outros se sentirem melhor.
O romance, assim como o desenvolvimento da relação entre o casal protagonista, é péssimo. Aos 42%, Oliver diz que Emery tem ajudado ele e Kelly a se sentirem melhor, pois ela tem esse efeito sobre as pessoas. Já aos 47%, Emery afirma que tem se tornado cada vez mais próxima de Oliver. Não só pelas conversas noturnas, mas também quando comiam junto com Kelly. O problema é que nada disso é mostrado. Não há interações reais entre eles, não os vemos se conhecendo e tornando-se amigos. Após 60% eles passam a dizer que gostam um do outro e não é natural. É abrupto, vem do nada, e soa falso. Soa como a leitura de um script. Ambos não tem química e funcionam melhor como amigos, apesar de nem essa amizade ser mostrada, apenas dita.
O resto é uma caricatura. Os antagonistas são os mais vis e cruéis possíveis. Eu relevei alguns dos comentários exagerados online contra o Oliver, pois as pessoas realmente podem ser bem maldosas atrás de um teclado, mas os pais da Emery e a ex do Oliver eram para parecerem realistas, não? Eu sei que a BC gosta de criar vilões caricatos, entretanto, o fato de estar entediada até a morte com o resto me fez revirar os olhos com tamanha vilania. Reese também é um saco. Vi muita gente amando aquela garota desaforada, mas todas suas interações só me causaram um olhar de desprezo.
Faltava quase 4 horas para eu terminar The Mixtape (71%), mas eu não me importei o bastante para prosseguir. Esse também foi meu primeiro contato com um audiobook e já posso dizer que não é para mim, apesar de ter achado engraçada as vozes femininas do narrador masculino. Era tosco ao ponto de me divertir, mas não o bastante para não abandonar o audiobook e ficar só no ebook.