Bea 02/08/2021
Imagina-me, o último livro de uma saga que, ao meu ver, é muito boa. Consequentemente é esperado que seja um livro impactante, encerrando a história de uma forma digna. No entanto, não é o que temos aqui.
A leitura até determinado momento parece não fluir. E demora para surgir acontecimentos que nos prenda. E quando isso ocorre, não é necessariamente como o esperado.
A saga em si me agradou profundamente, a escrita da autora, os personagens, a trama... Mas, o que me decepcionou, principalmente nesse livro, foi a quantia de situações deixadas de lado, sem explicações, até mesmo esquecidas.
Citando por cima algumas delas:
Não explorou o desenvolvimento dos irmãos (Warner, Adam e James);
Não nos mostrou o que aconteceu com o Adam após seu ato de rebeldia;
Não teve explicação do que teria acontecido com os filhos dos Supremos, enquanto estavam presos na Oceania, nem depois que foram salvos;
Todos os Supremos morreram? Como Anderson morreu, foi fácil o matar mesmo com seu poder?;
O relacionamento do Kenji e da Nazeera não foi trabalhado, apenas pincelado, no final, eles ficaram realmente juntos?;
A autora tentou trazer representatividade pro livro, por meio de personagens secundários, mas tivemos que nos contentar com mãos dadas, apenas. Mais nenhuma menção sobre eles;
A falta de política nesse livro. Estamos falando sobre uma distopia, onde eles constantemente queriam derrubar o Restabelecimento, e quando conseguem, não é mais abordado o tema. Como, se a população aceitou bem, se será fácil fazer parte da construção de um novo governo. Como estão as coisas no momento, quais medidas estão providenciando. Seria ideal, no mínimo um capítulo voltado apenas para isso;
Até a história do vestido da Ella ficou meio jogada (mesmo que insignificante).
Eu sinto que a autora se perdeu enquanto escrevia esse livro de encerramento. Ela se estendeu no meio, e correu no final. Tendo até mesmo o epílogo voltado mais para o romance do casal principal, do que para a trama principal.