Eliane406 01/01/2024
A ancestralidade
? A história de como esse livro chegou até mim é um pouco longa, deixo para outro dia.A sinopse me deixou interessada na história da Edie.
É uma narrativa que você não quer largar até saber qual será o desfecho, mas, qual é o desfecho de nossas vidas, sempre estamos nos encaminhando, fazendo planos e transpondo os obstáculos do cotidiano, e para a mulher negra esses obstáculos partem de bases estruturais de uma sociedade insipiente.
?A narrativa é verdadeira, dura, obscura e real, não há eufemismos, é a vida que acontece enquanto há o racismo, o machismo, a misoginia, ser mulher, a pressão por sucesso social, amor, angústia, solidão e coragem. A sexualidade e trabalho, e como conciliar com seus traumas, em busca de alegria e intimidade e um espaço na sociedade para pagar as contas em dia.
? A sexualidade da mulher por incrível que pareça em pleno 2022 ainda é tabu, a mulher ainda é a presa do conservadorismo fundamentalista inútil, e isso leva a vários tipos de transtornos, em um mundo utópico viveríamos livremente em harmonia e com dignidade, enquanto isso é uma esperença temos que lidar com a violência estrutural verbal e física dessa sociedade ilógica.
??"Penso nos meus pais, não só porque sinto saudade deles, mas porque às vezes você vê uma pessoa negra de mais de cinquenta anos andando na rua e sabe que essa pessoa já aguentou muita merda. Você sabe que essa pessoa é mestre da suola consciência, do gerenciamento da fúria, discreto sob a rígida vigilância e a violência casual do mundo externo. Você sabe que essa pessoa estava sangrando e agradeceu, e, apesar das baratas edo mingau instantâneo e do hematoma no rosto, você ainda tem mais sorte do que essa pessoa jamais teve, tanto que perder um subemprego no mercado editorial não é só uma besteira, é um ultraje."