A senhoria

A senhoria Fiódor Dostoiévski




Resenhas - A Senhoria


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Fabio 25/04/2024

"A paixão e o estado alienante da obsessão"
"Sou mestre na arte de falar em silêncio. Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra."

"A Senhoria", pequena novela escrita pelo gênio da literatura mundial, Fiódor Dostoiévski, publicada pela primeira vez em 1847 na revista russa, "Anais Pátrios", foi mal recebida pela crítica de sua época, e atualmente é apontada como uma obra prematura, rasa e obscura. Constitui na primeira tentativa de caracterização do tema, que o autor iria se dedicar praticamente durante toda a sua carreira. O sentido da vida e a existência do ser.

Frequentemente criticada pela brevidade e a inópia no desenvolvimento de alguns aspectos, a novela "A Senhoria", não foi compreendida em todas as suas nuances pelos contemporâneos do autor, pois ele estava bem à frente de seu tempo, e indica, que a dificuldade criada a sua compreensão, faz parte da própria construção narrativa, e complexidade temática, visto que, na tentativa de retratar de forma autentica, o afastamento da corrente realista e dos seus alicerces, se depara com uma nova perspectiva e depreende a impossibilidade de apresentar a universalidade da existência e a essência da vida num só quadro, como diligenciou com afinco, mas, naquela época, não logrou êxito esperado, resultando em imbróglios entre o autor e os críticos literários da época.

Narrado em terceira pessoa, sob a perceptiva singular, somos apresentados a Vasily Ordínov, um intelectual introspectivo, acomodado e sem profissão, que vive parcamente, por meio de subvenção. Vê-se obrigado a procurar com afinco um novo alojamento, que caiba no pecúlio oriundo de uma inesperada herança. No decurso, defronta-se com uma mulher de beleza angelical, no qual foi arrebatado veementemente por uma paixão avassaladora e instantânea. Destarte ao conhecer pessoalmente a atribulada Katierina, o protagonista abstrai-se em um mundo onírico e alienante, e passa viver em um devaneio febril, permeando entre a realidade e alucinação.

Ordínov após uma incessante procura pelas ruas de São Petersburgo, encontra um quarto para alugar, e ao descobrir que o cômodo preterido, pertence a Múrin, o velho aparentado de Katierina, entrega-se ao seu destino, pactua o contrato e resolve mudar-se no mesmo instante. Ao alocar-se no cômodo, naquela mesma tarde, em um breve relance, sob o fulgor do crepúsculo, vislumbra a silhueta de sua beldade, então, em um estado de angustia, cai doente em um torpor mórbido e torturante.

Ambientando na cidade de São Petersburgo, marcada pela pobreza e pelo desespero de seus habitantes, Dostoiévski no conduz pelas sinuosas e gélidas ruas acinzentas de uma cidade em estado de decadência, prostrada diante de suas limitações, onde predomina frieza e austeridade. E esse ambiente predominantemente melancólico, imprime ainda mais anóxia a ambientação.

Dostoievski, nos convida a uma jornada moral, psicológica e filosófica, e ao nos lançar para dentro de seu mundo complexo e fragmentado, ergue a fasquia que nos interliga a sua mente e nos deixa a mercê, das sensações ignóbeis e os delírios tórridos dos personagens, e ao embutir esse fluxo continuo de insensatez no próprio texto, nos lança em um mundo de sonhos, delírios e confusão, onde tudo deve ser questionado e não há mais distinção do que é real ou ilusão.

Combinando dramaticidade exacerbada e intricados embates psicológicos, a novela "A Senhoria", trata conjuntamente ao tema principal, a subjugação do ser humano por outro e a desumanização da pessoa oprimida mediante a seu algoz, e ratifica que toda a obra está voltada a desvendar o tipo de relação social oculta pelo processo de alienação, ressaltando os efeitos dos traumas e o asselvajamento mediante o extremo isolamento mental.

Dostoievski, nos entrega uma obra intensa, pesada, repleta de paradoxos, onde os intentos do autor são inacessíveis como em nenhuma outra obra, e àqueles que não estão acostumados com a escrita e/ou a filosofia Dostoiévskiana atravessam tais passagens a duras penas, não poucos, abandonam, pois sente-se abandonados à própria sorte, em um vórtice de complexidades.

Trata-se de uma obra extremamente intimista tecida por um Dostoiéviski, jovem e pueril, que na tentativa de evadir-se das ideias obsoletas, empreende-se por um caminho extremamente árduo, ao tentar destrinchar a essência do ser e as significações da existência, e transforma-las em um entrecho literário verossímil e inteligível. O imberbe Dostoiéviski, mesmo com um texto prematuro, repleto de imperfeições e digressões, promove a necessidade de reestruturação de uma escola de pensamento, e a inovação dos conceitos literários, ora ultrapassados, buscando obstinadamente por ideias mais vivas e luminosas e, Ordínov é o signo dessas mudanças, ao ser elencado como ascendente direto do "Anti-Héroi" de "Memórias do Subsolo".

Em suma, "A Senhoria" é uma novela sombria e provocativa, que exige paciência, perseverança e entusiasmo, pois nos faz viajar por um mundo onírico e pessimista, onde tudo é pandemônio dentro de uma história atroz, que nos suplica atenção e investigação o tempo inteiro. Não bastasse as complexidades, Dostoiéviski, ainda cria uma atmosfera de suspense e tensão crescentes, que conduz o leitor ao limite da sensatez, mas ao final é que percebemos os efeitos da obra em nós, e ficamos com aquela desagradável sensação de que, faltou algo, ou algo fora tirado de nos.
Duda.bae 25/04/2024minha estante
Mais um do Dostoiévski né, parece interessante, Fabio ?
Bela resenha, como sempre arrasa na escrita! ???


CPF1964 25/04/2024minha estante
Resenha Impecável as usual, Fabio. ????


Léo 25/04/2024minha estante
Excelente resenha, Fabio! ?


Regis 25/04/2024minha estante
Mas uma resenha perfeita de um livro do grande Dostoievski, parabéns por sempre conseguir transmitir de forma clara suas impressões sobre obras tão maravilhosas, Fábio! ????


stephany :) 25/04/2024minha estante
Que resenha extraordinária Fábio, ainda estou começando com Dostoiévski, mas esse é com certeza um que irei ler!


Fabio 25/04/2024minha estante
Dudinha, minha querida, muito obrigado pelo carinho!?????????
Obrigado também por estar sempre presente!??
Dudinha, esse é mais denso, do que os demais livros do autor, mas vale apena para poder enxergar a escrita mais primitiva dele!


Fabio 25/04/2024minha estante
Cassius, meu amigo, muito obrigado!?
Obrigado pela presença de sempre meu querido!


Fabio 25/04/2024minha estante
Léo, muito obrigado!
Valeu poe tirar um tempo para ler este textão!


Fabio 25/04/2024minha estante
Regis, minha querida resenhista favorita, muito obrigado!?
Suas palavras sempre carinhosas me deixam lisonjeado!
Obrigado por estar sempre por aqui!???


Fabio 25/04/2024minha estante
Stephany, minha querida, muito obrigado pelas palavras carinhosas!?
Fico feliz que a resenha tenha te incentivado a ler esse obra difícil, mas importante




wAnnah_ 22/04/2024

Oh L'amour...le délire
Fyodor dostoiévski mais uma vez me deixando confusa e presa em seus livros, eu admito que não gosto de literatura clássica, mas dostoiévski é um amor do fundo do meu coração! Ó céus, como podes existir uma escrita tão fluida mas tão confusa como a de dostoiévski? Esse livro em particular me fez questionar se foi um delírio ou se foi realidade....ah, dostoiévski sempre me surpreende, não tem como negar isso!

"Dê a ele, ao homem fraco , uma liberdadezinha?ele mesmo a atará e a trará de volta. Para um coração tolo, nem a liberdade de nada serve!"

Dostoïevski est un chemin sans retour!
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Bia 06/04/2024

Dostoiévski nunca será normal
A Senhoria, para mim, foi um livro para apreciar o desenvolvimento do autor mais do que a história em si.

Ordínov é um amante das ciências sociais (o que neste período dá a entender uma paixão por aspectos políticos, a grosso modo) e um recluso social. Sua senhoria atual irá se mudar de São Petersburgo e por isso, ele deve encontrar outro apartamento.

Em um rompante, ele decide sair e ver pessoas, pois se depara com o fato de que está extremamente desconectado do mundo. Nessa ocasião, em uma igreja, ele encontra e se apaixona imediatamente pela estonteante Katierina.

Ela está acompanhada por um senhor, que pensamos ser seu avô ou pai neste momento. E, tomado por impulso apaixonado, decide seguir o par. Para sua grande surpresa, ele acaba descobrindo que esse par possui um quarto para alugar.

Ele acaba conseguindo virar inquilino de Katierina, e daí em diante a historia se desenvolve com foco neste estranho romance.

Em Gente Pobre, vimos Dostoiévski, no personagem de Diévuchkin, manifestar grande preocupação com o estilo de escrita. Em O Duplo, ele faz várias experiências na construção da atmosfera e na representação do estado mental dos personagens. Após o fracasso de crítica de O Duplo, Dostoiévski decide ir contra a maré e apostar em um estilo de escrita que estava morrendo na Rússia daquele período: o romantismo.

Dostoiévski aposta em um romance, descaracterizando um personagem comum da época (O Sonhador), e trazendo lirismo e exagero para sua escrita. O que, na minha opinião, ele faz muito bem. Inclusive, existe um flerte muito forte com o fantástico neste livro. Alguns momentos com Ordínov e Múrin nos fazem questionar se Múrin não é, de fato, um demônio.

Além de todos estes fatores, é claro, Dostoiévski não pode escrever um livro "normal" e temos um plot chocante e um enorme t*bu quando conhecemos a história de Katierina (que são os momentos mais agitados da narrativa).

Um Dostoiévski tentando recuperar a glória do sucesso de seu primeiro livro e simultaneamente tentando construir um estilo apurado, enquanto se aventura em experiências, é o que encontramos aqui.

Acompanhar a construção deste grande escritor tem sido fantástico!
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Fernanda.Caputo 30/03/2024

Para um coração tolo, nem a liberdade de nada serve.
Acabei de ler o terceiro livro do Projeto Dostoiévski em ordem cronológica, "A senhoria", pela @editora34.

Ordinov é um estudante - sempre um estudante e sempre pessoas perturbadas - que precisa de um novo lugar para morar. É atraído pela beleza de Katierina e numa sucessão de eventos esquisitos vai morar com ela e seu companheiro.

É infinitamente melhor que "O duplo", mas muito perturbador. Fiquei pensando que realmente preciso avançar na biografia do Dostoiévski, pois seus livros só podem ter saído de uma mente em que há um misto de genialidade e loucura.
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Flávia Menezes 05/03/2024

DOSTÔ E O COMPLEXO DE ELECTRA.
?A Senhoria? (ou ?A Anfitriã?) é uma novela do escritor, filósofo, psicólogo e jornalista do Império russo Fiódor Dostoiévski, escrita em 1847, e publicada sua primeira parte originalmente no jornal ?????????????? ???????? (?Anais da Pátria?) em outubro do mesmo ano, e a segunda parte na sequência, em novembro.

Nesta história somos transportados para São Petersburgo, onde um jovem bastante solitário e desafortunado, chamado Vassíli Mikhailovich Ordínov, está em busca de uma nova moradia, quando se depara com a jovem Katierina, por quem sente um amor quase que instantâneo, que o deixa obcecado em descobrir o que uma jovem tão bela como ela faz ao lado de um homem sombrio tão mais velho do que ela.

Divida em duas partes, na primeira acompanhamos o olhar observador e bastante curioso do protagonista, que nos convida a entrar em sua mente e ver a sua vida através da sua percepção, repleta de singularidades, nos fazendo caminhar pelas ruas da cidade, e apreciar cada detalhe, mesmo o mais ínfimo, do mundo que o cerca.

Quando Ordínov deixa o lugar onde vivia para ir em busca de um novo lugar para morar, chega a ser sensorial essa experiência de acompanhar a forma como ele vai percebendo as pessoas ao seu redor, com seus sons e vozes e expressões, revelando o quanto ele está sedento por enfim poder se relacionar com essas pessoas que tanto lhe causam estranheza, mas também que tanto o fascinam.

Mas entre essa multidão de rostos, ele percebe a beleza feminina delicada de Katierina, e essa atração é tão grande que ele passa a segui-la, observando cada um dos seus passos, tentando compreender o que acontece entre ela e esse homem mais velho, cujo olhar parece esconder algo de maligno.

Uma percepção que tive nesta primeira parte, é em como é comum nas histórias do Dostoiévski essa obsessão do protagonista pelas mulheres que são belas por conta dessa delicadeza, com sua fala e gestos tão singelos, que chega a parecer que se trata de algum ser etéreo.

Uma outra observação importante que gostaria de fazer sobre essa primeira parte, é que essa forma como o protagonista absorve e apreende o mundo, e principalmente as pessoas ao seu redor (em especial a jovem Katierina e seu acompanhante misterioso) é essa quantidade (absurda!) de inferências que ele faz.

Ordínov não nos fala das pessoas como elas são. Ele fala do que ele imagina que elas sejam!

Sabe quando vemos aquelas frases nas redes sociais que dizem: ?Não suponha, não deduza, não ache, mas pergunte!?. Então... é o que Ordínov deveria ter feito.

Por mais que Dostoiévski tenha sido um exímio psicólogo, eu fiquei com a sensação de que tudo o que eu via o Ordínov falar sobre os demais personagens eram coisas nulas, porque eram apenas parte das fantasias que ele tinha sobre elas.

E veja bem, por mais que, quando temos uma narrativa em primeira pessoa, já tenhamos plena consciência de que o narrador não é confiável, já que veremos o mundo através da sua percepção, sem saber com os outros pensam ou sentem, nesta novela, o olhar do Ordínov estava puramente contaminado pelas suas distorções perceptuais.

Quando eu li ?A Trégua?, do Mário Benedetti, o que mais admirei na história, era a forma como o protagonista tinha um senso de percepção do mundo tão honesto, a ponto de apresentá-lo o mais fiel possível. Ele não inferia as características dos outros personagens, mas descrevia os personagens através do que diziam ou de como se comportavam com ele.

É a diferença de quando eu suponho algo sobre o que alguém pensa ou sente, de quando eu falo ao outro o que eu vejo nele como acontece quando fazemos um exercício chamado ?Janela de Johari? (quem já o fez, vai saber exatamente o que estou tentando dizer aqui!).

A ?Janela de Johari? é uma técnica de autoconhecimento, cujo objetivo é mostrar (de maneira visual, através de palavras escritas) a relação existente entre a nossa percepção de nós mesmos, e a forma como as outras pessoas nos enxergam. Ou seja, quando passamos por esse exercício, podemos comparar as qualidades, defeitos e até comportamentos que acreditamos ter, com o que outras pessoas (que convivemos mais diariamente, seja no âmbito pessoal ou profissional) veem que nós temos.

Tudo isso acontece através de feedbacks, e muitas vezes podemos nos surpreender achando que agimos de forma mais séria (por exemplo), quando outra pessoa com quem convivemos nos vê como uma pessoa altamente animada. Isso acontece porque a forma como acreditamos que os outros estão percebendo nossas atitudes ou comportamentos, pode ser diferente do que eles realmente veem.

Faço essa breve explicação, porque confesso que essa parte chegou até a me incomodar, porque foi uma parte tão nula, que confesso me deixou um pouco entediada.

Mas através dessa sede de contato, dessa obsessiva paixão fantasiosa que ele nutria pela sua nova ?senhoria?, que Dostoiévski me levou a segunda (e indiscutivelmente mais brilhante) parte desta história.

Se Freud leu essa novela, ele deve ter entrado em êxtase, já que nesta segunda parte acompanhamos tanto a relação edipiana que Ordínov estabelece com Katierina, quanto uma velada (e bastante chocante!) relação entre Katierina e seu companheiro mais velho (que depois descobrimos se tratar do seu esposo), chamado Múrin, com ares de Complexo de Electra.

Nesta segunda parte, algo que eu já havia visto em ?O duplo? (ou ?O sósia?), romance de Dostoiévski que antecede a esse, e se repete aqui, é esse sentimento de perseguição do protagonista, repleto de fantasias de estar sendo enganado e humilhado pelos outros, que na verdade só esconde por trás apenas esse forte medo da rejeição.

Digo isso não porque quero fazer uma análise psicológica do personagem, mas porque é exatamente esse mesmo sentimento que por tantas vezes Joseph Frank (estudioso literário americano e um dos principais especialista na vida e obra de Fiódor Dostoiévski) relata sobre o próprio Dostoiévski em sua biografia sobre a vida do autor.

Mas apesar dessas ideias delirantes do protagonista, o que mais conquista nesta história é que sua narrativa traz muito dos contos folclóricos cossacos, e nesta parte, esse clima mais gótico, e os símbolos que surgem, deixam a trama ainda mais fascinante.

A temática por trás da história é tão ousada, tão provocante, que não consegui parar de ler até poder terminá-la!

Todo esse vinho que embriaga (desejo sexual), e essas facas (símbolo fálico) que surgem em momentos em que o outro (pai ou mãe) dorme, vai nos revelando todo esse jogo sexual cheio de ousadia oculto em uma série de frases tão enigmáticas dos diálogos, que mesmo esta sendo uma história tão curta, não perde em nada para as outras obras deme, porque (como sempre!) é igualmente repleta de significados.

Apesar desta não ter sido uma das suas obras mais admiradas no momento de sua publicação (quando o autor inclusive já passava pelos problemas de ter sido preso por ser acusado de conspirar contra o czar Nicolau I), ?A Senhoria? é uma novela tão única, que vai muito além do revelar a mente humana, para trazer, através dos contos folclóricos, um universo rico em simbolismos tão sedutor quanto instigante, onde tudo é dito de uma forma tão furtiva, que quando menos esperamos, ficamos em choque!

Obs.: quem tiver interesse em saber mais sobre p exercício da ?Janela de Johari?, tem uma animação que pode ser encontrada no YouTube, de 9 anos atrás (postada por Joilson Melo), que explica bem o que é. Vale a pena conferir! ?
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Regis 05/03/2024minha estante
Fiquei apaixonada por essa análise instigante que fez através da resenha maravilhosa dessa novela, Flávia! ?
Já estava na lista, mas agora estou curiosíssima para fazer essa leitura.


Brujo 05/03/2024minha estante
Que resenha fantástica, Flávia.
Você não está vendo mas eu estou aqui aplaudindo... hehe


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Ah Regis! Muito obrigada pelas suas palavras sempre tão carinhosas! ?
Essa é uma obra tão curtinha, e eu fico feliz de saber que já estava na sua lista, porque estou curiosa pra ver a sua resenha dela! ?
Que obra ousada do Dostô!!! E esse climinha mais gótico?tenho certeza de que você vai adorar!!!


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Sidney, que pena que o Skoob não tem comentário por vídeo, hein? ? Mas recebo aqui esse aplauso, muito grata por tantas palavras gentis!! Ganhei o dia! ?


debora-leao 05/03/2024minha estante
Eu não conhecia essa obra do Dostô e fiquei com muita vontade de ler por causa dessa resenha! Arrasou. Adoro quando as pessoas conectam com outras obras, outras leituras, outros saberes, outras referências. Parabéns e obrigada ??


Flávia Menezes 05/03/2024minha estante
Debora, puxa! Muito obrigada pelas palavras! Fico lisonjeada! ?
E esse é um livrinho tão curtinho, que dá pra ler em um dia. Sem contar que realmente ele é bem empolgante! O trabalho que o Dostô fez aqui, mostrou muito da maturidade dele de escritor acontecendo. Porque essa inclusão do clima dos contos folclóricos cossacos deu esse tom gótico e deixou a trama mais intrigante! Vou ficar de olho quando você ler pra acompanhar suas impressões!


Craotchky 05/03/2024minha estante
Sou outro que fiquei querendo ler o livro após seu texto, Flávia. E vai ser fácil encaixar logo adiante já que se trata de uma obra pequena.


Flávia Menezes 06/03/2024minha estante
Minúscula, Filipe!!! Você vai ler rapidinho!!! E eu vou ficar de olho, porque quero ver suaa impressões sobre a segunda parte! ??


Cleber 06/03/2024minha estante
Resenha incrível! Adoro ler suas resenhas, são verdadeiras aulas literárias e fico curioso para ler todos osnlivros que vc resenha.


Flávia Menezes 06/03/2024minha estante
Cleber, muito obrigada! Fico lisonjeada! ?
E me sinto feliz por saber que te deixo curioso. Até porque esses são livros fantásticos mesmo. Os clássicos nunca decepcionam, e ler Dostô é como assistir uma aula. Nos ensina e nos inspira! Ele foi único e não me canso de indicá-lo!
Vou ficar de olho nas suas impressões quando você for ler esse! ?
Obs.: obrigada por sempre estar presente por aqui. ??


italomalveira 07/03/2024minha estante
Amei a resenha. Esse é um dos próximos do Dostoiévski que irei ler.

Muito interessante a parte da Janela de Johari, não conhecia esse conceito. Fiquei tentado a fazer o teste.


Flávia Menezes 07/03/2024minha estante
Que bom que gostou, Italo!! Ainda mais essa leitura estando já na sua lista de próximos!

Sobre isso da ?Janela de Johari?, tem um vídeo (uma animação) de 9 anos atrás que você pode encontrar no YouTube que explica como funciona. Ele não é um teste, mas um exercício, que geralmente vivenciamos em um contexto de grupo (sala de aula, trabalho em equipe?), porque primeiro você precisa escrever algumas características suas, e depois (e a critério de quem for aplicar o exercício), você escolherá um número de pessoas que te conhecem ou tem alguma convivência com você, que irão descrever características suas. Ao final, você irá comparar o que você escreveu, com o que escreveram sobre você, e poderá perceber como as pessoas te veem e se está adequado a forma como você se vê.
Nessa situação, não existe certo ou errado. É só um exercício de feedback, que te faz perceber como você tem se colocado no mundo ao seu redor. Caso te traga somente feedbacks negativos, aí sim será necessário trabalhar essas questões. Caso contrário, é apenas para autoconhecimento, pois como o outro nos vê, não será mesmo exatamente igual ao que achamos que ele pensa sobre nós. ?


Wesley - @quemleganhamais 08/03/2024minha estante
Não conhecia essa obra do Dostô, mas depois dessa resenha já fiquei querendo lê-la em breve. Dostô tem suas características na escrita e você nas resenhas. É só eu ler uma resenha sua e o livro já vai para a lista dos desejados. Obrigado por compartilhar sua análise e ponto de vista.


Flávia Menezes 08/03/2024minha estante
Wesley, fiquei lisonjeada agora com esse seu comentário!!! Obrigada. Sem palavras aqui pra agradecer!
Eu embarquei em um projeto de um grupo para ler o Dostô e ordem cronológica, e dos romances e novelas dele (porque deixarei os contos de fora, no momento), esse foi o terceiro escrito, e me surpreendeu demais! Até porque difere bastante dos outros dois anteriores. Se quiser, eu te passo a minha lista dele que eu fiz. ?




Queridolivro0 01/03/2024

Chocada?
Mais um livro de Dostoiesviki que me deixou de queixo caído. É um livro mais voltado para o Romantismo que aborda um tema sensível que nos deixa desconfortável a todo momento, mas que mostra a ousadia de um homem que queria fazer a diferença em uma época de revoluções e conflitos sociais.
Ziegfreld 01/03/2024minha estante
Ele é tão diferente de crime e castigo né? A sensação é diferente demais, as cenas




AndrAa58 02/02/2024

Um velho astuto, um jovem sonhador e uma mulher enigmática
"A Senhoria" é uma novela que, para mim, difere bastante de todos os outros trabalhos de Dostoiévski. Pareceu-me sua primeira tentativa, um esboço, de um tipo de personagem e de um tema que ele dedicaria praticamente toda a sua carreira pós-Sibéria. Em "O Duplo", Dostoiévski fugiu das expectativas dos críticos e teve seu primeiro embate com Bielínski, o crítico literário mais importante da época. Bielínski buscava que a literatura tivesse um significado social, uma abordagem realista e socialmente didática. Dostoiévski criticava o realismo defendido por Bielínski, centrado na descrição de questões morais, sociais e políticas, considerando-o panfletário e negligenciando a importância da verossimilhança, aspecto fundamental para Dostoiévski e foco de sua obra pós-Sibéria, que explorava camadas psíquicas, ideológicas e sentimentais.

Com o fracasso de crítica e público de "O Duplo", o jovem Dostoiévski decidiu resgatar o romantismo russo, apresentado nessa novela, "A Senhoria", a figura do "sonhador romântico". Tenho que confessar que não funcionou muito para mim; pode ser que tenha lido em um mau momento. Nessa história, que combina um drama sentimentalista com uma pitada de misticismo e sobrenatural, passei a maior parte do livro me perguntando o que era ou não real. Vassíli, personagem central da trama, navega entre a realidade trivial, o devaneio e a paixão alucinada por Katierina, uma jovem que vive um relacionamento enigmático com um velho. Consegui ver um pouco de Vassíli Ordínov no homem do subsolo, sua inadequação social, solidão autoimposta, sentimento de superioridade, incapacidade de reconhecer e lidar com seus sentimentos. Enfim, somos apresentados a um sonhador romântico que, saindo de sua condição isolada para o mundo real, se vê mergulhado em um mundo de sonho ainda mais profundo.

Muito obrigada, Vanessa e Michela. Se não fossem vocês, teria seguido Ordínov no devaneio e me perdido entre sonho e realidade.
Craotchky 02/02/2024minha estante
Aiai, chega a ser cansativa essa pretensão de que a literatura (ou qualquer arte) precise ter algum impacto na dimensão social, moral o qualquer que seja. O que ela precisa é ser livre.


AndrAa58 02/02/2024minha estante
Amém, Filipe. Estamos juntos nessa ?


Fabio 02/02/2024minha estante
Mais uma ótima resenha, muito bem escrita e sinterizada, Andréa!!! ??
Parabéns pelos pontos levantados da obra, e abro aspas aqui no comentário para dizer, que concordo plenamente com o Filipe, pois, é irracional sobretudo, inverossímil, impor, que toda manifestação literária ou artística, tenha que impactar e alguma forma o indivíduo ou na sociedade,, e que, a palavra, livre, descreve perfeitamente a significação do que deveria ser a arte. Parabéns aos dois, pela discussão! ????


Craotchky 02/02/2024minha estante
É isso, Fábio. Seria imputar à arte uma responsabilidade que, pela natureza dela, ela não pode assumir como compromisso, embora possa atender quando quiser, pois também é livre para isso. Só não deve ser por imposição.


AndrAa58 02/02/2024minha estante
Muito obrigada, Fábio. É uma honra ter a sua participação por aqui. Esse é um tópico muito presente para mim. Concordo com você e com o Filipe. A arte deve ser livre, sempre. Entretanto, a cada ano encontro mais e mais originais panfletários, restrições, censura e readaptações de obras, boicote de autores... Sinto que muitos novos autores estão esquecendo da complexidade humana e deixando de lado uma parte essencial de si mesmos para serem percebidos como "boas pessoas", e com isso, os originais estão vindo cada vez mais impessoais, frios e sem personalidade. Desculpem o desabafo. Janeiro foi um mês complicado para mim com alguns textos...


Fabio 02/02/2024minha estante
Concordo Filipe!???
Muito bem explanado. Eu vou até mais fundo dentro do seu pensamento, pois a oposição deve existir, sempre, em qualquer meio, porém, não como a vemos, corrompida, que impõe aquela sensação de estar aprisionado a uma ideia, e somente ela,. Podemos observar isso, ultimamente, em todos os meios, inclusive na arte. Sinto, que, essa imposição , vem a amputar os efeitos da livre expressão de ideias, pois o natural deve ser sempre, o "livre" pensar e o " livre" questionar, jamais, a imposição, deturpada como causa natural, de um pensamento.
"Só seremos livres, se livremente pensarmos"
Grato por participar de tão elevada discrição!!!?


Fabio 02/02/2024minha estante
Andréa, eu que estou honrado por estar em um debate tão saudável, que agrega as experiências literárias!.
Recentemente, um livro publicado pela editora "Record", me incomodou demais, ao mutilar o texto durante a edição,com o único propósito do panfletar. Então te entendo, e percebo que nosso pensamento são unissonos!


Fernanda.Caputo 30/03/2024minha estante
Eu passei metade do livro achando que Katierina era um fantasma, uma alucinação da cabeça do Ordinov. Bem nessa ideia de não saber o que é sonho e realidade.




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AndrAa58 25/01/2024minha estante
? obrigada pela companhia, Mi. Se não fossem vocês, a leitura não teria sido tão prazerosa para mim ? poderia até ter deixado para outro momento ?
É maravilhoso ler em boa companhia.


Michela Wakami 25/01/2024minha estante
Que delícia poder ter companheiras de leituras tão edificantes.
Vocês são muito especiais meninas, deixam minha leitura muito mais animada e proveitosa.

Obrigada a você, Andréa.???


AndrAa58 25/01/2024minha estante
????


Vanessa.Castilhos 25/01/2024minha estante
Mi, resenha incrível!! Conseguimos ir mt além do que imaginávamos!! Bom demais!! ?????


Michela Wakami 25/01/2024minha estante
Obrigada, Van. Sim, juntas vamos longe.???????




Daiane.Mazzetto 22/01/2024

Confuso
Achei confuso, mas não esperava menos de um livro do Dostoiévski. Já dá para sentir o estilo do autor e o caminho que ele está trilhando... Tive a impressão ao ler o livro que esse livro era um reflexo da vida do autor naquele momento.
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brenovisk7 13/01/2024

É um livro cativante que pode por vezes ser confuso. A gente não consegue entender direito o que é realidade e o que não é, mas talvez nisso esteja um pouco da beleza do personagem principal. Não existe uma grande revelação no final e nem um imenso plot twist, imagino que isso tenha deixado algumas pessoas frustradas, mas é uma leitura agradável que deixa mais perguntas do que respostas.
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Alice 10/01/2024

Incrível como os livros do Dostoievski continuam a me angustiar e deixar presa a história ao mesmo tempo, ainda vou precisar de tempo para ir digerindo tudo.
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pirocadeperuca 05/01/2024

Impressionante como não entendi nada, parece que foi escrito num ataque de febre e delírio - apesar de eu ter quase certeza de ter sido esse o propósito, afinal, a confusão toda se inicia a partir do momento que ordinov se muda, e diminuiu de alguma forma quando deixa murin e katia
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jackpveras 03/01/2024

Oh, L'amour
Assim como Noites Brancas, A Senhoria é uma narrativa que tem a construção platônica do amor em alta, sobretudo na cabeça relativamente perturbada do protagonista.

Com os diálogos açucaradamente bem construídos, frases de forte intensidade subjetiva e muito romantismo presente em casa letra dessa história, A Senhoria, de Fiódor Dostoiévski, está longe de mostrar a total genialidade do escritor russo, o que só aconteceu depois de sua prisão e condenação aos trabalhos forçados na Sibéria (1849-1859).
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Lyvia 31/12/2023

Nesse 3o livro, Dostoiévski demonstra um pouco como seria seus romances. Segue o perfil de suspense psicológico, agora com a loucura da paixão como plano de fundo. Se aprofundou um pouco mais na destreza de nos levar a sentir a loucura dos personagens.
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