Luis361 19/02/2024
Eu disse que não iria ler, mas...
A curiosidade de ver se era tão ruim igual aos outros falou mais alto.
É o melhor da trilogia, o que não é muito difícil depois da bomba que é o segundo e do leite morno que é o primeiro. Ele é razoável, exatamente como 2,5 estrelas descrevem.
Os maiores problemas de Acotar como um todo (tirando o número excessivo de personagens irrelevantes), pelo menos na minha leitura da trilogia são:
- A falta de nivelamento de poder dos personagens, que varia muito rápido e não é clara em momento algum, de uma forma que X personagem é bancado durante os três livros como superior a todos de sua classe em termos de poder, é colocado constantemente em uma posição inferior perante exércitos de monstros comuns. Além desses outros de sua classe também serem vendidos como quase divindades, mas perderem em combate para soldados que nem nome tem. É algo persistente na franquia e que ressalta muito nesse último livro, em que nem a proporção do exército inimigo parece certa, variando na vontade da autora. Como um exército com 2 deuses da morte antigos e o medo puro reencarnado sofreram tanto pra derrotar o rei?
- A banalização da morte é o outro grande problema. Chega a ser ridículo, tanto nesse quanto nos outros dois, o tanto de personagens que morrem, ou supostamente morrem, e são revelados vivos ou diretamente revivem de alguma forma. Esse problema é tão grande, que a autora parece que precisa ser lembrada que está escrevendo uma guerra de proporções continentais para matar alguém, trazendo um personagem aleatório, que não aparecia desde o primeiro livro, e o coloca como um salvador que morre para um bem maior. Parece ser um medo de realmente chocar o leitor com algo sério, uma pena constante dos personagens que torna certas ações que deveriam ser importantes, algo banal.
Durante a guerra final, é uma tiração de poder e de reviravoltas literalmente do 🤬 #$%!& .
Em dois momentos diferentes desse conflito heróis inesperados surgem para salvar a corte da protagonista, e que mesmo assim, no fim quase não são suficientes, apesar de entradas em que literalmente pareciam ser a solução. Acho que foi só para enrolar mais páginas.
Algumas reviravoltas, como as do Jurian, não fazem o menor sentido e são construídas em cima de brechas que também não são explicáveis.
O Tamlin...prefiro nem comentar o que foi feito com ele nesse livro. Aliás, toda a parte da Feyre na corte dele é explorada de uma forma superficial. Fico feliz que no fim, antes de fazer aquele ato de bondade, ele tenha dito aquilo para ela.
É um livro com muitos problemas, talvez eu até volte aqui para comentar algo. Mas, eu não posso dizer que em certos momentos eu não tenha me divertido ou comovido. É uma pena que os pontos baixos são muito mais numéricos.
Querendo ou não, essa série tem certo significado pra mim, e fico feliz de pelo menos ter conseguido sentir algo lendo ela e terminado essa trilogia, mas é aqui que a minha paciência e curiosidade acabam, com um mundo em reconstrução e com a Feyre, junto do Rhysand, voando pelos céus.
QUAL O NOME DO REI DE HYBERN??? ESQUECERAM DE CRIAR UM???????
Lucien ainda é o único personagem 100% gostável, ele merece mais do que isso.
E todo mundo morreu, acabou.