O sol na cabeça

O sol na cabeça Geovani Martins




Resenhas -


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Roberto 28/06/2020

Geovani Martins reúne em seu livro de estreia as experiências de oprimidos da cidade grande, realçando fatores reveladores da formação da realidade acachapante de uma cidade como o Rio de Janeiro.

Ele humaniza essas experiências, muitas vezes tornadas invisíveis. Eu, por exemplo, sempre me perguntei o que exatamente motiva um pichador a se expor a um risco tão grande (não só de flagrante, mas de “cair e se ralar toda” mesmo, rs) por um “rabisco”. O conto que leva esse nome, um dos meus favoritos, não só esboça uma resposta, como caminha para um debate sobre identidade social. De onde eu vim? Qual é minha posição na sociedade? De que lado isso me coloca?

Alguns contos tornam evidente que essa “decisão” nem sempre segue os mesmos parâmetros éticos e morais do asfalto. Pelo contrário, um dos pontos altos é mostrar como alguns ímpetos, alguns porquês, alguns códigos de conduta subjugam esse questionamento, porque eles vêm de um lugar muito mais profundo nessas vivências do que a moral do asfalto. Vêm de necessidades afetivas, do desejo de ser visto, respeitado e amado, do desejo de existir, de ser abençoado por um deus, necessidades muitas vezes mais imediatas e primitivas do que a de inserção pacífica em dinâmicas exclusivas de sociabilidade.

O sol na cabeça pinta – ou fotografa? – uma realidade se não brasileira, profundamente carioca. Um Rio de Janeiro das tensões morais, da imobilidade urbana, da violência e do medo, do sincretismo religioso. O Rio de Janeiro que eu conheço, uma cidade em que estamos fritos e esmagados por muitos sóis.

Contos favoritos: Espiral | Primeiro dia | O rabisco | O mistério da vila
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Samukk 29/01/2024

Ok
São contos sobre a vivência de algumas pessoas da periferia. ( Não se aplica a todos, obviamente.)
Uns mais levinhos e outros mais pesados, nada de mais, mas bom pra passar o tempo.
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Nana 14/01/2022

O sol na cabeça.
O sol na cabeça é daqueles livros feitos para ler num dia, mas adiamos a leitura, a fim de não lidar com a realidade cruel dos moradores da favela do Rio de Janeiro.

O livro tem 13 contos, cada um com sua realidade e particularidade. Esse livro merece e precisa ser conhecido.
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regifreitas 29/04/2018

Vendido como um dos fenômenos literários dos últimos anos, o livro de Geovani Martins se apoia mais em uma eficiente campanha de marketing do que na qualidade intrínseca do seu texto. Com efeito, não é um livro ruim, principalmente conhecendo a história de vida de Geovani - sem nenhuma formação acadêmica, cursando até o oitavo ano do ensino fundamental, autor e leitor autodidata -, é algo louvável e digno de incentivo. Mas, literariamente, o livro não traz nenhuma novidade, além de ser um pouco superestimado.

Ao lado de textos muito bons como “Rolézim” (um dos contos mais elogiados da coletânea), “Roleta-russa” e “Espiral”, demonstrando certa inventividade por parte do autor, existem outros, realmente fracos, tanto na escrita quanto na elaboração ficcional, como “A viagem” e “O cego”. Os demais são apenas de medianos para bons. Disso se pode concluir que o livro deve sua fama principalmente por conta da representatividade que simboliza, por dar voz a um autor negro, oriundo da favela e de um mundo pouco retratado na nossa literatura. Porém, autores abordando o dia a dia da sociedade marginalizada, da periferia dos grandes centros, já fazem isso há mais tempo, com melhores resultados e até com mais profundidade. São os casos do paulista Ferréz, com o seu CAPÃO PECADO (2001), e do carioca Paulo Lins, com CIDADE DE DEUS (1997).

Geovani Martins ainda é um autor jovem, este é seu primeiro livro, e futuramente pode escrever a grande obra que lhe julgam capaz. Mas esse não é o caso de O SOL NA CABEÇA. Entrementes, é muito bom o fato de as grandes editoras abrirem espaço e investirem em escritores iniciantes, oriundos de uma parcela da população deixada de lado, na sociedade e na literatura. Só por conta disso, já é válido todo o burburinho feito em torno dessa obra.
denis 17/08/2018minha estante
Essa propaganda de "mais novo fenômeno literário brasileiro" é exagero para vender livro. Concordo contigo.


Ed Ribeiro 31/12/2018minha estante
Fenômeno literário é exagero, mas dentro daquilo o o livro propõe eu achei excelente.


Sabrina 10/06/2019minha estante
Concordo com tudo! No final, fiquei me perguntando se era eu que não tinha entendido o livro, já que tanto se falou dele. Eu também achei vários contos medianos a bom. No geral, é um bom livro, mas esperava muito mais. E, sem dúvida, pela representatividade está valendo muito!


Carla 27/01/2020minha estante
Mas se é da pra dar espaço para a literatura periférica ou marginal, podiam começar apostando no Ferrez ou no Sérgio Vaz!!!




Otávio - @vendavaldelivros 12/04/2023

“Hoje percebo que ninguém olha a gente na rua. Nossa dor, nosso vício, nosso vexame, é tudo muito distante dos outros.”

A vida real é muito diferente das redes sociais, do ambiente digital, da projeção que fazemos sobre o que é a sociedade brasileira. Isso é claro e óbvio, mas faço questão de abrir este texto falando isso, porque é muito raro quando um autor consegue levar essa realidade quase de forma palpável para as páginas que escreve. Não há julgamento ou avaliação literária que baste quando a verdade se transforma em texto.

Publicado em 2018 e aclamado pela crítica, "O Sol na Cabeça" é uma coletânea de 13 contos do autor carioca Geovani Martins. Nascido em Bangu, criado no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro e compreendendo, na pele e na vida, a natureza brutal da realidade das favelas e comunidades do Rio, Geovani entrega, sobretudo, a verdade em seus contos.

Confesso que me surpreendi com o quanto esses textos me impactaram. Talvez, mesmo não sendo morador da cidade do Rio, mas tendo crescido em um subúrbio de uma cidade próxima, tenha sido impossível não enxergar nos contos experiências e lembranças da minha própria infância e adolescência. Mesmo sem tanta brutalidade e violência que o Rio de Janeiro carrega por si só e, menos ainda, por não ter na pele a cor preta, que é o alvo preferido, vi nos contos diálogos que tive com amigos e colegas que compartilhavam a mesma realidade.

Alternando contos com textos carregados de oralidade com outros que respeitam as "normas" literárias, é possível enxergar em todos o talento deste autor e a beleza de sua maneira de tornar a realidade em frases, diálogos e cenários.

Da violência da polícia à violência do tráfico, do preconceito e do ódio que vêm crescendo cada vez mais nas comunidades cariocas em relação às religiões de matriz africana até as demonstrações de fé sincréticas, que só são possíveis nesse caldeirão cultural, "O Sol na Cabeça" revela o Rio em toda a sua verdade, delírio, maravilhas e maldições. Literatura marginal da melhor qualidade e um espelho fundamental para tantos autores possíveis que se escondem nas favelas e nos subúrbios das grandes cidades.
Alê | @alexandrejjr 22/09/2023minha estante
Tenho pra mim que ele ainda não recebeu a atenção devida. Pelo menos não na proporção que merece e que "sensações" como o Itamar Vieira Jr. recebem. Bons leitores que conheço falam que "Via Ápia" é a demonstração de um gigante em gestação!




Bookster Pedro Pacifico 01/03/2020

O sol na cabeça, Geovani Martins – Nota 6/10
Com a proposta de trazer ao leitor 13 contos sobre a infância e adolescência nas favelas cariocas, o livro de estreia de Geovani Martins, nascido em Bangu e criado no Vidigal, vem sendo vendido como um novo fenômeno literário. Quando comecei a ler o livro, já estava ciente do hype que a mídia vinha criando sobre ele, até por trazer uma temática de representatividade muito relevante no momento atual. Então, como alguns hypes costumam decepcionar, fui sem muitas expectativas... Logo no começo, o leitor já se depara com uma escrita original, que foge daquele português padrão que estamos acostumados a encontrar. Geovani usa e abusa da oralidade, se valendo de gírias e palavrões, sem se preocupar com regras gramaticais padrão. E, na minha opinião, esse foi um dos pontos altos da obra, dando um ritmo inovador à leitura.

No entanto, as histórias em si não me cativaram. Apesar de abordar temas necessários, como a marginalização dos mais pobres, a violência nas favelas e a presença constante das drogas na vida desses jovens, encontrei ao longo da leitura contos superficiais e histórias meio batidas, que não conseguiram me prender. Lógico que como em qualquer coletânea, há aqueles contos que você gosta mais e outros que você gosta menos. No caso, embora não tenham chegado a me surpreender, os meus contos preferidos foram “Rolézim” e “Espiral”, uma vez que eles conseguem fazer uma incursão com o leitor no quotidiano das favelas – algo que eu esperava encontrar nos demais contos. Mas é possível perceber o grande potencial do autor e, por ser um livro de estreia, ainda tem muita coisa boa por vir! Sem falar do quanto precisamos desse tipo de literatura de representatividade em nosso país! Obrigado @companhiadasletras pelo envio do livro!

“É tudo muito próximo e muito distante. E, quanto mais crescemos, maiores se tornam os muros.” (Espiral)

site: https://www.instagram.com/book.ster
Becca 29/09/2020minha estante
Tive a mesma impressão. Gostei muito do primeiro conto, achei inovador mas depois com a leitura fui achando menos interessante. Tem um par de anos que li, então minha memória pode me enganar um tanto, mas lembro que me inquietou sentir uma literatura muito masculina, de um jeito não tão interessante, mas convencional.




Gessyka.Loyola 25/01/2024

Então tá!
Eu não sou muito boa com esses livros conceito.
Achei bom! São diversos contos que falam sobre a vivência das favelas.
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Polly 05/04/2020

O Sol na Cabeça e eu me despindo mais uma vez (#103)
A leitura do primeiro conto de O Sol na Cabeça me causou estranheza. Algo me incomodava e eu precisava refletir um pouco antes de continuar a leitura. Depois de analisar o texto e minha relutância a ele, percebi que o que me incomodava era a linguagem. Rolézim, conto que abre o livro, é recheado de gírias. Algo que já deveria ser esperado a qualquer leitor, pois O Sol na Cabeça se propõe a contar o dia a dia de moradores da periferia do Rio de Janeiro. Foi então que notei meu preconceito, porque uma de suas faces é também a da linguagem. E ainda que eu venha da periferia também, e ainda que eu não tenha tido dificuldade alguma em entender a linguagem, minha arrogância literária me fez relutar com a escrita.

Ainda bem que essa "estranheza", para gente usar um eufemismo aqui, só durou o primeiro conto. Agradeço aos céus por ter aprendido nessa vida o hábito de contestar as minhas "verdades" com frequência, pois, caso contrário, eu teria perdido de apreciar essa obra-prima que é O Sol na Cabeça.

Retratando de maneira agridoce a realidade da periferia carioca, os treze contos do livro nos presenteiam com histórias de personagens tão reais que quase nos são palpáveis. A realidade material escassa, a violência e a preocupação com elas, a simplicidade da infância, o uso de drogas e o choque de classes são contados com maestria e humanidade pelo Geovani Martins. No entanto, de todos os aspectos abordados pelo livro, o que mais me tocou e me marcou foi o preconceito e todas as formas que ele pode tomar. Dói demais de ler. Só a literatura mesmo para nos colocar numa realidade que não é a nossa e nos fazer se sentir na pele do outro, sentir a dor do outro.

De todos os contos, gostei especialmente de Espiral e de O Mistério da Vila, ambos tendo como tema principal o preconceito, embora de tipos e de perspectivas diferentes. Enquanto o primeiro nos conta sobre um rapaz que sofre preconceito por causa de sua cor e do lugar de onde vem, e de como ele lida de maneira vingativa com isso; o segundo fala sobre preconceito religioso e de como o amor (e a gratidão) faz cair por terra qualquer diferença que possamos ter. Só a leitura desses dois contos já vale o livro inteiro.

É, O Sol na Cabeça desmascarou a mim mesma um preconceito que eu confesso que eu nem sabia que tinha. Ajudou-me a lembrar que na literatura cabe qualquer realidade, logo também a linguagem que a representa. Minha "estranheza" só mostra que, até mesmo em um ambiente tão livre e democrático como o das artes, nunca houve espaço para todo mundo. Que incrível viver em um tempo em que se abre espaço para livros como O Sol na Cabeça, ainda que timidamente. E, vamos ler e construir, a cada dia, versões melhores de nós mesmos.

site: https://madrugadaliterarialerevida.blogspot.com/2020/05/o-sol-na-cabeca-me-despindo-de-mais-um.html
Saulo.Bicalho 05/04/2020minha estante
Ei Polly, tudo bem?
Que legal a sua experiência. Eu estou sempre às voltas com essas "estranhezas", preciso ler!!




Luciano 15/01/2021

Muito bom.
Muito interessante a forma como Geovani Martins traz a realidade dos morros pros seus contos. Gostei bastante da leitura.
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yas 30/11/2020

Uma das coisas que mais aprecio no hábito da leitura é poder ser transportada para um realidade muito diferente da minha, e este livro absolutamente cumpre a tarefa. Com uma realidade periférica e totalmente autêntica, crua mas também envolvente, O sol na cabeça me expôs um retrato da literatura brasileira contemporânea necessário a todos nós, com gírias e linguagem próprias dos ambientes descritos, cada conto me tocou de uma maneira diferente, me relembrando que a empatia pela vivência do outro é essencial.
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georgia.aliperti 25/07/2021

Li por indicação e não é que deu bom?!
Os contos são bem rapidinhos de ler e eu fiquei triste por perceber que muitas vezes eu fui/sou a pessoa que atravessa a rua por medo ou se assusta do nada, sem motivo real e sem pensar no sentimento merda que isso pode gerar. =/
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Lucas990 31/03/2023

A melhor coisa sobre os livros do Geovani Martins é o próprio Geovani Martins. A escrita dele é excelente. As histórias por si só já são interessantes, mas a narrativa é o que torna a leitura viciante.
Eu nunca me considerei muito fã de contos, mas esses aqui me fizeram repensar isso.
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Amanda262 19/06/2020

É muito bom, cada conto tem uma história muito legal, de um ponto de vista diferente. Foi uma leitura rápida.
Greh 19/06/2020minha estante
Lê na faculdade, tive um bimestre somente desde livro ... Muito bom mesmo


Amanda262 19/06/2020minha estante
eu nunca tinha ouvido falar, encontrei ele por acaso aqui no skoob e fiquei curiosa. adorei!!


Greh 19/06/2020minha estante
Minha professora que indicou kkk
Que bom que gostou , eu curti muito os contos




eumariaa 16/03/2021

o sol na cabeça
um livro de contos muito bom que com uma linguagem fluida narra a vida de jovens periféricos.

achei muito interessante a proposta do autor, alguns contos são mais chamativos que outros mas todos bons.
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starsvhs 02/05/2024

Deveria ser leitura obrigatória pra todos os brasileiros.
Apesar de se passar no mesmo país em que moro, nele por meio de treze contos o autor mostra vivências que estão muito longe da minha realidade, e uma das coisas que eu mais gosto sobre a literatura é como por meio dela podemos enxergar a vida pelos olhos de outra pessoa, que vive em circunstâncias diferentes da nossa.
Não conhecia o autor, li o livro pro vestibular mas não me arrependo nem um pouco da experiência. Nele estão contos que te fazem refletir sobre o mundo a sua volta e como você reage a ele, refletir sobre como no fundo todos estamos tentando sobreviver e nos adaptar, uns com mais recursos do que os outros.

"É foda sair do beco, dividindo com canos e mais canos o espaço da escada, atravessar as valas abertas, encarar os olhares dos ratos, desviar a cabeça dos fios de energia elétrica, ver seus amigos de infância portando armas de guerra, pra depois de quinze minutos estar de frente pra um condomínio, com plantas ornamentais enfeitando o caminho das grades, e então assistir adolescência fazendo aulas particulares de tênis. É tudo muito próximo e muito distante. E, quanto mais crescemos, maiores se tornam os muros."
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