Amanda 02/01/2021
ele tinha uma noite ? um começo, um meio e um fim.
em sua obra "Paris é uma festa", Ernest Hemingway diz:
'seu talento era tão espontâneo como o desenho que o pó faz nas asas de uma borboleta. houve uma época em que ele tinha tanta consciência disso quanto a borboleta, não ligando para o fato de que seu talento podia apagar-se ou desaparecer de todo. mais tarde começou a preocupar-se com as asas feridas e sua estrutura. aprendeu a refletir, mas já não conseguia voar porque o amor ao voo o abandonara. restava-lhe apenas a lembrança dos dias em que voar fora um ato natural.'
essas palavras referem-se ao seu grande amigo, Scott Fitzgerald.
O último magnata foi a obra inacabada pelo autor, que em 1940, faleceu.
o livro é uma espécie de biografia do M. Stahr, um magnata da indústria cinematográfica. o romance explora as áreas mais sensíveis dessa indústria, sendo um tipo de bastidor de Hollywood, que estampa os segredos, o negativismo e a exploração de famosos.
Scott é realmente muito talentoso, ele consegue criar cenários tão reais e bem detalhados que chega a ser espantoso. é incrível perceber como ele escreveu as cenas em que os roteiristas e produtores debatiam sobre determinado filme, tudo era muito rápido e o dinamismo nas falas nos insere totalmente na narrativa.
achei bem interessante a construção do livro. a cecília (filha de um renomado produtor de cinema) é uma das narradoras e em determinado momento surgem frases como:
aqui é cecília retomando a narrativa.
claro que no começo estranhei, mas tudo tem que ser relevado, já que a obra não foi concluída e cada autor escreve da forma que lhe convém.
outro ponto super bacana é a presença de importantes contextos históricos, muitas referências são encontradas e o próprio background do livro demonstra um cenário político específico.
uma pena que não foi concluída. mas, realmente, não tem como dizer que Fitzgerald não é um gênio.