Menino de ouro

Menino de ouro Claire Adam




Resenhas - Menino de ouro


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Bruni Santiago 21/02/2021minha estante
Resumiu tudo o que pensei sobre o livro!



Gabriela.Silva 23/04/2021minha estante
Você sabe me falar se o Peter estava envolvido no sequestro do Paul? Pq tem uma parte no final que ele conclui que Paul e Clyde fizeram sua parte.


Debora 09/05/2022minha estante
Sua resenha focou no meu descontentamento. Se a autora deixa em aberto, cada um terá seu "Menino de ouro". Mas aquela última frase, pqp... Uma das piores da história.


Debora 09/05/2022minha estante
Gabriela, Peter não teve participação não. Não tive esta sensação




Gabriel 09/09/2021

Filho feio não tem pai
Há um caminho fascinante para o destino definitivo na literatura: que sua conclusão seja tão surpreendente quanto óbvia. A junção de diversas circunstâncias salpicadas pelo texto tornando um final impensável também o único resultado possível diante das palavras que acompanhamos até ali. Talvez esse seja o caso de Menino de Ouro, uma história tão curta, tão destinada a tragédia desde suas primeiras páginas, e ainda assim tão inesperadamente desoladora.

A trapaça da premissa é sua simplicidade: Joy e Clyde, descendentes indianos moradores de Trindade e Tobago, têm dois filhos gêmeos, Paul e Peter. Certa noite Paul não retorna durante toda a noite e isso desencadeia uma preocupação crescente na família, recém vitimada por uma invasão de domicíio e assalto à mão armada. Essa ferida mal coagulada vai sendo lenta e dolorosamente aberta com dedos sujos pelo texto, até que toda carne exposta conte a história dos Deyalsingh.

Apesar de gêmeos idênticos, Paul e Peter recebem tratamentos diametralmente opostos. Peter é um prodígio nos estudos, cuidadoso e exemplar, o "menino de ouro" da família, cujo desenvolvimento é também uma promessa de ascensão da vida à qual a família se vê. Contudo, devido às dificuldades do parto, o obstetra intui que Paul poderá ter dificuldades intelectuais consideráveis. Esta possibilidade projeta sua sombra sobre a vida do menino desde o berço, atrelando todos os seus comportamentos à suposta deficiência. A distinção entre ambos os filhos é sempre reforçada pelo olhar intrusivo dos outros, mas também pela mecanização utilitarista com a qual Clyde administra a família, preocupado em garantir o futuro de Peter, mas que Paul não seja um estorvo para isso, uma vez que, ironicamente, essa atenção em Paul eclipsa toda a personalidade de Peter durante o texto. Ele está ali como um aluno/filho dedicado, protetor de seu irmão, mas o texto pouco lhe dá oportunidade de se expressar, diferente dos personamentos embrutecidos de Clyde ou da visão onírica de mundo de Paul.

Clyde fixa com muita clareza na mente sua intenção de ser um bom pai. Nenhuma de suas escolhas durante a vida vem de um lugar hostil ou rancoroso; pelo contrário, na mesma medida em que internalizou uma resiliência tão firme oriunda de uma vida de tanto trabalho e pouco retorno, ele também se esvaziou de qualquer ambição ou orgulho. Toda sua operação emocional e física é voltada única e exclusivamente para prover o que um bom pai deve prover, na sua perspectiva: um futuro. Apesar da brutalidade de sua vida e de seus arredores, Clyde resiste como rocha, mesmo diante das súplicas de Joy para que se mudem para a capital, onde haveria mais segurança, mas também não teriam como se sustentar. Ele acredita que, se aguentar calado o suficiente, sacrificar a qualidade de vida e guardar o bastante, poderá ter algo que o mundo o envolvendo não deseja que ele tenha.

Cada um trancafiado em suas próprias intenções impossibilita qualquer oportunidade de comunicação no núcleo familiar. A falta de instrunção ou informações sequer permite um diagnóstico mais preciso para a condição de Paul - e, mesmo que houvesse, não teria como dispor do tratamento adequado. O padre da escola que os meninos frequentam até tenta chamar atenção para a natureza das dificuldades de Paul (muito provavelmente TDAH e disslexia, apesar do livro não confirmar nada), mas sua preocupação não consegue atravessar a carapaça de resolução já costurada ao redor da casa dos Deyalsingh.

Vítimas de sua condição em tantos níveis, a família não possui quem possa socorrer, não possui caminho para prosseguir que não o único ao qual se dedicou toda uma vida. A função de pai a qual Clyde se agarrou com tanto desespero é posta a prova diante do sequestro de Paul, que o livro desenvolve ao final. Por que logo daquela família? Por que logo aquela criança? O modo endurecido e frígido com o qual o texto se desenrrola torna toda a experiência inicalmente cansativa em uma cruel mancha que se alastra na realidade, cada vez mais dificultando poder escapar um pouco daquela tragédia ao reconhecer que é apenas um livro, pois termina não parecendo. Termina com gosto azedo de vida mundana, sem recompensas, sem perdão.

Toda a narração vinda de Paul sobre seu próprio destino é de uma clareza desoladora, mas sempre corrompida por fantasias infantis e inoncentes sobre salvação, sobre a oportunidade de finalmente orgulhar seu pai, sobre conquistar seu lugar naquele universo que o rejeita como um resíduo do metal sagrado que é seu irmão. O restolho que escapa da jóia durante seu corte e é descartada durante um procedimento maquinal.

Um dos livros mais tristes que já li até hoje nesta vida.
Pandora 05/02/2022minha estante
Excelente resenha, Gabriel! Analítica e sensível ao mesmo tempo. Também achei o livro tristíssimo..


Vilamarc 08/05/2022minha estante
Adorei sua resenha. Pertinente e sensível. Parabéns.




Pandora 25/02/2022

Eu nunca havia lido nada de autores nascidos em Trinidad e Tobago. Sabia da existência do país desde cedo porque na infância assistia a concursos de miss (concurso de beleza contribui para a cultura geográfica, gente!). O que eu não sabia e descobri pesquisando paralelamente à leitura deste livro é que a população de T&T, de 1,2 milhão de habitantes (2015), “etnicamente, divide-se em dois grandes grupos: os afrodescendentes (43%) e os indianos (35%) –­ com expectativa de vida estimada em 71,3 anos (período 2000-2005)”. (1)

A família representada neste livro tem ascendência indiana e vive na área rural nos anos 80. Nem o pai, Clyde, nem a mãe, Joy, terminaram o ensino formal; ele trabalha como operário e ela cuida da casa e dos filhos gêmeos, Peter e Paul. Apesar de idênticos fisicamente, Peter é uma espécie de gênio: tem as melhores notas e um comportamento exemplar, enquanto Paul, que teve problemas ao nascer, foi sentenciado desde o nascimento como alguém que não conseguiria progredir muito intelectualmente.

Apesar de nunca ter sido feito um diagnóstico - que implicaria consultar um especialista na capital e provavelmente seguir algum tratamento para o qual a família não tinha recursos financeiros -, Paul sempre foi tratado de forma diferente de seu irmão, o “Menino de Ouro”, que poderia não só ter a oportunidade de estudar nos EUA, como ser aquele que alçaria sua família a um novo patamar, tanto em status, como também economicamente.

Aos 14 anos Paul desaparece, e em meio à busca pelo menino, várias questões familiares e locais vêm à tona, além de uma difícil decisão que precisa ser tomada.

Confesso que no início eu achei que talvez não gostasse da escrita neste livro porque a autora passou um bom tempo descrevendo a busca que o pai faz ao filho, percorrendo as cercanias… mas logo a história volta ao passado, para que possamos nos situar melhor, então a narrativa fica mais ágil e interessante, nos apresentando não só a vida desta família e de seus parentes, mas alguns aspectos da realidade de um lugar que vive as mazelas da pobreza: escassez de recursos, de estudo, machismo, violência, drogas, banditismo.

Acho que uma das coisas mais importantes para compreender e apreciar esta leitura é colocar-se dentro da realidade que ela apresenta. Entendo e aceito que Menino de Ouro tenha suas falhas e que agrade mais a uns do que a outros, mas li algumas críticas negativas baseadas numa pensamento simplista que ignora que o contexto é de extrema importância na dinâmica daquela família e no comportamento dos personagens e, especialmente, na escolha que o pai tem que fazer.

É uma história muito triste, como são tristes tantas histórias reais daqueles que parecem nascer condenados a iniciar a subida de uma montanha todos os dias, com muito esforço, e todos os dias ver que ainda estão no sopé.

“No fim das contas, qual dos dois era o menino de ouro?”

Notas: (1) Dados do Portal Enciclopédia Latinoamericana/Trinidad e Tobago.
Menino de Ouro ganhou o prêmio Desmond Elliott de melhor romance de estreia e foi incluído na lista da BBC de romances mais inspiradores de 2019. (Fonte: Wikipédia).
Maria Clara 18/09/2022minha estante
Muito boa a crítica! ??


Pandora 18/09/2022minha estante
Obrigada, Maria Clara! :)




Luana 21/01/2021

Um livro que tirou meu fôlego. Tudo o que sabemos da obra é que se passa na década de 1980 na pequena ilha de Trinidad e Tobago, vamos conhecer uma família que passa a vida tentando lidar com as adversidades e a violência da sua cidade. Até que um dia um dos filhos sai para caminhar e não volta mais.

A partir desse resumo já podemos imaginar que leremos uma história cheia de ação, violência e finais emocionantes, mas é muito mais que isso. O bonito é a forma como entramos nos sentimentos de cada um, entendemos como o caráter deles são formados, e quando você percebe está totalmente entregue ao livro. “Eu estava mais interessada na jornada emocional dos personagens”, disse a autora.

Claire Adam faz com que os leitores entendam a fundo a personalidade dos personagens através de dois narradores que em alguns momentos contam sobre o mesmo acontecimento, além das voltas no tempo que são fundamentais para entendermos a história de cada um. Isso tudo para de repente trazer um dilema moral onde uma pessoa precisa tomar a decisão mais difícil da sua vida e que trará consequências que não permitem voltar atrás.

E é assim que acabamos a leitura com um nó na garganta, tendo certeza de quem é o verdadeiro vilão da história, com uma sensação de impotência e raiva por tudo o que aconteceu. Porém, é fácil ter essa interpretação vendo a história com a nossa cabeça de 2021, quando na verdade ao tentar analisar o livro na visão do personagem, você percebe que nada disso precisaria estar acontecendo. O cruel é a desigualdade, a falta de segurança e a falta de esperança de algum dia conseguir melhorar de vida de forma justa. É o retrato da ambição acabando com a humanidade e tornando a vida em sociedade algo insuportável.

Tudo o que eu falei aqui não é nem metade dos dilemas que o mergulho dessa leitura traz e eu sigo tentando digeri-los.
Michelly 23/01/2021minha estante
Concordo, exige um bom fôlego pra sustentar essa história. Indignante e ao mesmo tempo emocionante.




Thammy 11/03/2021

Não me conquistou.
Vou ser franca com você: não me cativou. Apesar da ideia da narrativa ser muito boa, o excesso de descrição de ambientes e comportamentos dos personagens tornou a leitura enfadonha. Só melhora próximo ao final, quando há uma triste reviravolta. Mas aí já não foi possível me conquistar. Gosto de leituras mais objetivas e descrições, digamos, na medida certa, que não comprometam o ritmo da leitura. Foi muito interessante conhecer um pouco desse retrato da sociedade de Trinidad e Tobago por meio da história, mas confesso que não queria ter me desconectado tanto do livro. Se você gosta desse tipo de narrativa, beeem descritiva, talvez essa obra seja para você.
Angel's Roses 28/06/2021minha estante
e ainda sim deu 3 estrelas? rs




Giovana 13/02/2021

Muito bom.

A extensão psicológica da história é enorme e da pra pontuar diversas questões que ocorrem e ocorreram pra que a família chegasse no momento atual.

Recomendo. Uma baita história.
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Bebel.Aroeira 19/06/2021

Li esse livro como parte do meu propósito de ler um livro de cada país, e foi o que encontrei de Trinidad Tobago. O livro é muito descritivo, narra a história de 2 gêmeos, um que era o menino de ouro, sempre se destacando nos estudos, e outro que desde o nascimento era acompanhado por um estigma de ser retardado, de ser diferente do irmão, e como suas vidas se desenrolam até um desfecho trágico.
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Moony 11/07/2021

Achei que seria melhor
Assim, pra ser honesto, eu só peguei esse livro pra ler porque achei a capa a coisa mais linda. Fútil? Sim. Mas, claro, também curti a sinopse e queria ler um livro de Trinidad y Tobago porque... porque sim.

Acontece que o livro é um grande "vem aí" que nunca vem. O irmão menos inteligente é negligenciado, largado e esculhambado indiretamente por todo mundo que teve contato com ele, e é basicamente só isso que acontece até o final. Nada mais.

Não é bem um thriller - a parte investigativa em si é bem meh -, mas um drama familiar que expõe, de uma maneira bem inferior à apresentada em outras obras, a forma como o dinheiro é capaz de corromper todos os valores que consideramos essenciais à humanidade, e como basta ser um pouco diferente para perder todo o seu status como ser humano aos olhos dos outros.

O problema é que a autora não faz isso muito bem; no fim, acabamos não nos apegando a nenhum personagem - nem mesmo ao pobre Paul, que deve ter, sem exagero, no máximo umas 10 falas no livro todo e só serve de saco de pancadas e escada para o irmão genial até o final.

Enfim... Sei lá. Se eu fosse sádico, gostaria do livro. Mas não sou e não tenho interesse em ler uma narrativa 100% sobre um menino se fodendo gratuitamente, sem nenhuma conclusão, lirismo ou reviravolta criativa.
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Danilo546 17/08/2021

Não sei nem por onde começar a descrever esse livro! Uma história forte, envolvente e emocionante, que com certeza ficará gravada em minha memória.
A história se passa em Trindade e Tobago, pequeno país do Caribe, e narra a história de uma família bastante humilde e que, justamente por sua condição, valoriza a educação dos filhos acima de tudo. Contando com o auxílio da família e de um padre, eles conseguem colocar os filhos numa boa escola, mas um acontecimento vira suas vidas de cabeça para baixo.
Gostei muito de conhecer um pouco mais sobre um novo país e consegui imaginar as dificuldades que boa parte daquele povo passa. A autora descreveu tudo muito bem.
Demorei um pouco pra engatar na história, mas depois que me envolvi, não consegui largar o livro. Vale muito à pena, gostei muito mesmo!
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Flá Costa 12/09/2021

Estranho
Não achei a leitura deliciosa, o ambiente é bem obscuro e o tema principal muito triste. É um bom livro? Sim. Mas sinto que há muitos, muito melhores por aí.
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@li.varal 14/12/2021

Bom suspense
Menino de Ouro
#ClaireAdam
?02.11.2021 a 07.11.2021
?05h53min, 252 p.

O livro narra a história de dois irmãos gêmeos de uma família humilde de Trinidad e Tobago. Um deles é um gênio e outro tem sérias dificuldades de aprendizagem. O enredo é pesado, mas a leitura flui bem. Gostei de conhecer curiosidades como uma grande colônia indiana em Trinidad. Há similaridades com a realidade do Brasil dos anos 80. O que mais me interessou foi o dilema dos pais de como lidar com as diferenças dos filhos. Recomendo para quem gosta de suspense.

?Por que o Peter seria responsável por ele? O Peter tem a vida dele para se preocupar? (520)

?Você está preocupado que eu esteja querendo assumir o controle de tudo? (786)

?Existem dois tipos de homem no mundo, Clyde pensa, dois tipos de pais. Um deles trabalha duro, traz todo o dinheiro para casa e entrega para sua mulher gastar com a casa e as crianças. O outro tipo não faz isso. E ninguém pode escolher que tipo de pai terá. É simples assim? (1011)

?Mas qual é o sentido de estar sempre tentando agradar ao papai? Só Peter consegue agradar ao papai. Tudo o que o Peter faz é perfeito, e tudo o que ele faz é errado? (2327)
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Gabi 09/01/2022

Sem grandes surpresas
Achei muito interessante a ideia de ler um livro de uma autora de Trinidad y Tobago. Claire propõe uma história muito interessante, com ótimas descrições, porém, com seu desenrolar, achei o enredo um pouco fraco.
Apesar de ser uma leitura tensa, em alguns momentos, as atitudes das personagens foram muito pouco exploradas, dando pra história um final previsível e sem grandes plots. A passividade das personagens me fez desgostar do final da trama.
É bem escrito, mas falta uma certa densidade nas personagens e alguns pontos ficaram muito "por isso mesmo".
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Debora 09/05/2022

Uma das piores últimas frases da história
Claro que só a última frase ser ruim não faria do livro uma coisa qualquer...
É fato que desde o princípio senti um extremo medo de morar em Trinidad e Tobago com este livro e que o clima de thriller desperta curiosidade, na 1ª parte.
Em compensação, a 2ª parte poderia ter 5 páginas que já daria conta.
A 3ª volta a ser interessante, mas é tudo meio bobo, meio jogado, muita violência sem grande desenvolvimento.
No fim, achei uma perda de tempo esta leitura. Não recomendo.
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Lilian 10/05/2022

Boa leitura
O livro cresce à medida que a leitura avança e vamos ficando curiosos para saber que rumo a história irá tomar
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