Rose 12/10/2020Como mensurar a dor de alguém? O luto? A forma com que cada um lida com isso é algo muito particular, e não há certo ou errado. É certo que a morte chega para todos, mas tem umas que são inexplicáveis, cedo demais, cruéis demais…
Lívia perdeu Jasper, seu irmão gêmeo, em um piscar de olhos. Em um minuto ele estava ali, no outro… Absorver isso não foi fácil. Ela mesma já não sabia quem era, estava perdida em um limbo de sofrimento e dor. A família que já não estava inteira, parece ter se esfarelado de vez.
Aos poucos ela vai se afundando em si mesma. É assim que ela acaba conhecendo Daniel, o novo aluno britânico que tem chamado atenção de todos.
Daniel está prestes a passar por uma perda tão dolorosa quanto a de Lívia, mas seu processo é feito de forma diferente, talvez pela situação que está envolvida, talvez por ele encarar de forma diferente… Certo mesmo é que eles se identificam em meio a dor que sentem. E diante de todo sofrimento, algo saudável nasce entre eles.
O uso do álcool, que Lívia julgava estar sob controle, mostra sua força e cobra seu preço. Ela era mais uma lutando contra o vício, um vício que não reconhecia, apesar de todos os sinais.
E foi ali, no fundo do poço, com sua vida a um passo da morte, que ela percebeu toda a devastação de seu luto. Uma dor tão grande e sufocante que estava fazendo mal não só a ela, mas as pessoas que gostavam dela. Ela decidiu lutar, decidiu viver…
O amor que ela descobriu sentir por Daniel seria a luz que ela usaria para vencer. Um amor que não pode ser vivido, pois antes é preciso curar a dor, o vício. Ela precisa se encontrar para voltar a viver. Uma luta cruel e difícil, onde todo dia pode ser a derrota final.
É muito difícil falar deste livro, de toda dor que ele trás. São páginas carregadas de sentimentos e que traz o alerta sobre o alcoolismo e a depressão. A fluidez da leitura e o sentimento de empatia não me permitiam largar o livro. Livro que recomendo, mas prepare suas emoções.
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