jadebaezz 23/01/2023
A realidade que nos leva à emoção
O livro tem uma escrita e narrativa maravilhosas, em que cada detalhe e descrição estão lá por um motivo. São tantos elementos?
A atração e o emocional que a Marion constrói desde criança pelo Tom. Mas também a ira que ela desenvolve ao perceber que o sonho que ela acreditava estar realizado não era uma realidade, impulsionando-a à sede de vingança. E a vergonha e arrependimento que ela sente depois da sua conversa com a Julia? Ela foi, do início ao fim, extremamente forte.
A dura realidade do Patrick, representada principalmente na cena do ?How do you live like this??, que o leva a tomar atitudes irresponsáveis. Ao mesmo tempo, valorizo o quanto de ego que ele deixa para trás pra manter um romance e, ao mesmo tempo, conviver com quem também acredita viver um romance com a mesma pessoa.
E o Tom, que acaba negligenciando ambos, ao conciliar a tentativa de um casamento perfeito para Marion e um relacionamento que represente seus desejos com Patrick. Apesar disso, ele claramente tem, dentro de si, um carinho enorme pelos dois.
A história que alterna tanto entre os tempos atuais e os anos 50, quanto entre as visões dos personagens.
Todas as escolhas e ações deles, por fim, são fruto de um tempo em que vidas e famílias eram impactadas pela intolerância. O filme, que assisti após a leitura, não me agradou tanto quanto o livro; porém acredito que a maior representação dessa realidade que mencionei transcorre na cena em que o Tom percebe um casal gay em uma loja, vivendo livremente um ao lado do outro e, talvez, retratando a esperança de como as coisas poderiam ter sido diferentes para todos eles: Marion, Tom e Patrick.
Apesar de algumas ressalvas pessoais, recomendo a leitura a todos. Creio que se trata de uma narrativa necessária e honesta, que nos traz a uma realidade dura de aceitar, mas que, ainda assim, é uma pura realidade.