Lari 10/04/2022Inversão de papéisPreciso começar dizendo que comecei o livro com uma expectativa enorme, afinal, quem nunca viu nada adaptado do clássico Frankenstein? Além, é claro, da sua lendária escritora.
No começo do livro achei a história muito arrastada e lenta, não conseguia enxergar verdade no personagem de Victor Frankenstein e demorei muito tempo para perceber que na realidade há uma inversão de papéis.
O suposto vilão seria o monstro sanguinário e terrível, no entanto, esse vilão só deseja compreensão e ser acolhido.
Enquanto o suposto mocinho não passa de uma criança mimada que passa o livro inteiro brincando com todos a sua volta, explico. No começo ele brinca de ser cientista, brinca de querer ter glória e fama e acaba indo longe demais em sua criação. Ele assume a responsabilidade por seu feito? Não, ele simplesmente foge e deixa que o mundo resolva sem se importar com as consequências. Quando o problema bate a sua porta, ele de forma absolutamente egoísta, não resolve o problema, o prolonga e por fim decide se casar sabendo da sua desgraça e decide impor riscos aos seus amados familiares. Ele se coloca o tempo inteiro no lugar de pobre vítima, mas é favorecido a todo momento.
E aqui, na minha opinião jaz a genialidade do livro. Quantos "mocinhos" vemos sendo os maiores monstros? Tedy Bundy que o diga. E quantos rejeitados socialmente por quaisquer motivos acabam por serem os mocinhos?
Passei muita raiva no livro por causa de Victor Frankenstein, mas também passei por muito amor pelo Frankenstein.