Nysmaella | @literalmentenys 18/03/2021Na Mesa do Lobo é um romance de ficção histórica, inspirado nas histórias das mulheres provadoras de Hitler e de Margot Wölk, a última provadora de Hitler, que ainda vivia até 2014.
Em uma Alemanha de 1943, durante a II Guerra Mundial, após a morte dos seus pais e com o seu marido na guerra, a alemã Rosa Sauer deixa Berlim, uma cidade tomada pela guerra, e vai morar na casa dos seus sogros no campo.
Mas, ao invés do refúgio e segurança que achava encontrar no novo ambiente, Rosa é convocada pela SS, a polícia militar do regime nazista, para ser uma das provadoras de comida de Hitler, com o risco de morrer envenenada.
Rosa, junto com as outras mulheres também convocadas, serão levadas três vezes ao dia à Toca do Lobo, o complexo militar, para experimentar, antes de Hitler, as deliciosas refeições vegetarianas (Sim, Hitler era vegetariano!) potencialmente envenenadas. E evitar que ele morresse envenenado por seus inimigos.
Sabendo que, algumas das convocadas realmente sentiam orgulho de seu trabalho como provadora de comida de Hitler!
?Trabalhar para Hitler, sacrificar a vida por ele: não era isso que faziam todos os alemães? Mas e se ingerisse comida envenenada e morresse assim, sem nem um disparo de fuzil, sem uma explosão? (...) Uma morte na surdina, fora de cena. Uma morte de rato, não de herói. As mulheres não morrem como heroínas?
Ao ler livros com a temática da Segunda Guerra, é impossível não embrulhar o estômago ao relembrar dos centros de concentrações e as mortes envolvidas.
E na Mesa do Lobo também senti o estômago embrulhar, mas com uma ótica diferente, por ser numa visão de uma alemã que foi obrigada a ser provadora com a possibilidade de ser morta.
Achei a leitura super envolvente e fluida, apesar da temática. A narrativa é em primeira pessoa, com a mescla de sarcasmo e ironia, a Rosa Sauer narra em três partes toda a sua vivência de antes, durante e depois de ser uma provadora de Hitler.
Na Mesa do Lobo fala sobe a luta pela sobrevivência, amor e culpa.